ATENÇÃO MOSSORÓ!
"Um dos mais famosos cantores da juventude estará se apresentando no Cine Pax, na noite de sábado, dia..."
Este era o anúncio feito pelas publicidades volantes e pelas três emissoras de rádio: Difusora, Tapuyo e Rural de Mossoró.
Foi na década de 70, não me recordo o ano, Mossoró ainda era como uma mocinha que aos 13, 14 anos começa a sua formação, e aos poucos seu corpo vai tomando forma..., puberdade e..., assim, Mossoró dava um passo de desenvolvimento.
Era uma noite de sábado. Os comentários sobre o artista estavam na boca da população. A juventude agitada, não agitada, agitadíssima, e já se encontrava dentro do cinema, esperando o jovem artista Moacir Franco. As horas foram se passando e o cantor nada de aparecer no palco. Mas de momento a momento, o empresário do artista nos dava satisfação, informando que Moacir já se encontrava em Mossoró, e logo chegaria ao cinema.
Lá pras tantas, não mais apareceu o empresário e nem tão pouco o artista subiu ao palco. A juventude perdeu a paciência e pôs-se a exigir que o artista subisse ao palco do cinema. Mas o mais engraçado e irritante, foi que depois que o cinema lotou, o suposto empresário apoderou-se do monte de dinheiro que rendera na bilheteria e deu no pé.
Agora era necessário que os organizadores dessem explicações ao público, já que não teria outra solução. E, de imediato, alguns encarregados do show resolveram enfrentar os pagantes, informando-lhes que o empresário do artista havia se mandado com o dinheiro da bilheteria.
A juventude aumentou o vandalismo, e a partir daí, ao esvasiar o cinema, cadeiras voaram ao ar, e poucas restaram intactas.
Esquina com o Cine Pax, existe até hoje, um posto de taxi, e a comissão do espetáculo foi imformada que um senhor com pinta de artista, pasta "007", havia apanhado um taxi, e o destino teria sido São Sebastião, nos dias de hoje, Governador Dix-Sept Rosado, cidade próxima a Mossoró, cuja, fora invadida pelo bando de Lampião no dia 12 de junho de 1927.
Polícia acionada, honda feita. Mas não foi tão difícil. O jovem trambiqueiro se perdeu em procurar uma cidade tão pequena quanto era São Sebastião. Em uma das pensões, como eram chamadas nos tempos de outrora, encontraram o suposto empresário do cantor Moacir Franco. No momento fazia o seu jantar, acompanhado de bebidas, e mais outros ingredientes necessários a um inexperiente ladrão.
Feita a prisão, dissera que era paulista, e estava no Rio Grande do Norte a mais de seis meses. Como não tinha condições para retornar a sua terra natal, havia adquirido uns cartazes do cantor, e a solução foi tentar ludibriar Mossoró, com uma possível apresentação do artista. Preso e condenado, foi transferido para a Colônia Penal em Natal.
Minhas simples histórias
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