Por: Adriana Morais
De repente, as coisas simples do cotidiano se transformavam em versos na viola do repentista Onésimo Pereira da Costa, popularmente conhecido como Onésimo Maia. A agilidade e perspicácia na arte da improvisação sempre foram características marcantes do artista popular que, se vivo fosse, hoje estaria completando 61 anos.
"Onésimo Maia era um repentista como poucos", define o seu companheiro de palco Aldaci de França. O que levava o poeta popular a se sobressair dos demais era a rapidez com que ele construía uma estrofe, segundo França. "Enquanto a gente (repentistas) faz uma estrofe em 11 segundos, ele conseguia fazê-la em seis ou sete segundos", conta.
A rapidez ao pronunciar suas rimas e o pleno domínio da contação acompanharam Onésimo Maia ao longo de seus 30 anos de carreira. Por décadas, o repentista expôs sua arte para plateias em cidades de todo o país. Como violeiro, participou de vários festivais de repentistas do Nordeste e ainda levou o nome do interior potiguar a Portugal, onde dividiu o palco com os artistas Antônio Lisboa e Elino Julião.
Ao lado de Aldaci de França, participou do projeto Repente na Escola. Iniciativa desenvolvida até hoje em parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), completando 17 anos de existência. O projeto, aprovado pela Lei Vingt-un Rosado, leva cultura e aprendizado a estudantes de escolas das redes municipal e estadual de ensino.
Para Aldaci de França, que tocou em frente o projeto idealizado pela dupla, a perda de Onésimo Maia foi um grande desfalque na atividade. "Ele sempre foi o repentista de destaque na ação", enfatiza França, ressaltando que aprendeu muito na parceria com o artista.
Para Aldaci de França, que tocou em frente o projeto idealizado pela dupla, a perda de Onésimo Maia foi um grande desfalque na atividade. "Ele sempre foi o repentista de destaque na ação", enfatiza França, ressaltando que aprendeu muito na parceria com o artista.
Além do projeto, a dupla de repentistas fazia apresentações por diferentes cidades do Estado. Em suas andanças pelos palcos da vida, os versos ágeis regados a uma boa dose de humor de Onésimo Maia eram o destaque das apresentações.
Em uma das lembranças ainda viva na memória de suas apresentações ao lado do repentista, Aldaci de França relembra de uma apresentação na década de 1980, época de campanha política de Aluísio Alves.
Na ocasião, segundo Aldaci de França, durante a apresentação, Aluísio fez uma colaboração em dinheiro para os repentistas e imediatamente Onésimo Maia fez os versos em agradecimento. "Dr. Aluízio Alves agora compareceu/vou conferir o meu bolso para ver quanto ele me deu/que Aluísio é muito vivo pode ter levado o meu".
Na ocasião, segundo Aldaci de França, durante a apresentação, Aluísio fez uma colaboração em dinheiro para os repentistas e imediatamente Onésimo Maia fez os versos em agradecimento. "Dr. Aluízio Alves agora compareceu/vou conferir o meu bolso para ver quanto ele me deu/que Aluísio é muito vivo pode ter levado o meu".
Conforme Aldacir de França, o humor sempre esteve presente nos versos de Onésimo Maia, até mesmo nas situações mais delicadas. Ele conta que uma vez a dupla foi se apresentar em um local, cujo o contratante momentos antes da apresentação não queria efetuar o pagamento. Depois de muita conversa, o problema foi resolvido e eles se apresentaram.
Após os repentes, o dono da festa, que aprovou a dupla, pediu para os artistas fazerem um verso sobre ele. Foi então, que Onésimo soltou: "Quando eu voltar aqui/ seu menino tem crescido/sua filha tem casado/ já tem deixado o marido/ sua mulher já tá com outro/ e o senhor já tem morrido.
Após os repentes, o dono da festa, que aprovou a dupla, pediu para os artistas fazerem um verso sobre ele. Foi então, que Onésimo soltou: "Quando eu voltar aqui/ seu menino tem crescido/sua filha tem casado/ já tem deixado o marido/ sua mulher já tá com outro/ e o senhor já tem morrido.
O estilo singular e descontraído dos versos de Onésimo Maia ficarão para sempre na memória de quem acompanhou a trajetória deste artista popular. A carreira cultural foi interrompida devido a problemas de saúde e em 26 de fevereiro de 2001 chegou ao fim, com a morte do repentista. Como fruto do seu trabalho, Onésimo Maia deixou um CD, intitulado "Terras Potiguares", além de cordéis publicados e um legado de quem viveu o dom de cantar e encantar o público até seus últimos dias.
Fontes:
Oi,eu sou sobrinha de Onésimo Maia,e hoje achei esse seu post...Devo dizer que fico feliz por saber que as pessoas ainda o admiram,gostei do artigo. Só tenho uma coisa a acrescentar,você falou no primeiro parágrafo que na data desse post ele estaria fazendo 61 anos de idade,mas o post foi feito dia 22 de março,ele nasceu no dia 30 de outubro.
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