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quinta-feira, 5 de julho de 2012

DELMIRO GOUVEIA (7)

Delmiro Augusto da Cruz Gouveia nasceu no dia 05 de junho de 1863, na fazenda Boa Vista (município de Ipu, na serra da Ibiapaba). Filho da paixão e do acaso, pois o coronel Delmiro de Farias (nome de uma rua que se inicia no bairro Jardim América e chega ao Rodolfo Teófilo), casado e pai de cinco filhos, raptou a jovem pernambucana Leonilda Flora da Cruz Gouveia. Apaixonou-se por ela quando viajou a Recife, a negócios. 

Delmiro Gouveia perdeu o pai na Guerra do Paraguai, em 1867. Dele, herdou a personalidade forte, a coragem e os arroubos da juventude. “Em uma das festas que promoveu, ele se apaixonou por uma condessa italiana. Chegou a passar meses na Itália... Em Alagoas, mantinha duas residências: numa, ficava a irmã e os filhos. No chalé, fora do cercado (região onde estava a cidade), teve muitas mulheres e muitas amantes”, conta Edvaldo Nascimento, da Fundação Delmiro Gouveia (Alagoas). 

Após a morte do pai, Delmiro e a mãe escaparam em Pernambuco. Migraram do interior para a capital até o rapaz se estabelecer no ramo de peles. Por essa época, 1883, casou-se com Anunciada Cândida de Melo Falcão (o casal se separou em 1901). O mascate era intermediário entre os produtores do sertão e os comerciantes estrangeiros de Recife. Em 1896, já era proprietário da Casa Delmiro Gouveia & Cia. A sociedade com a L.H. Rossbch, de Nova Iorque, rendeu-lhe o título de Rei das Peles.


O rei Lampião

Nesse período, Virgulino Ferreira (antes de se tornar o cangaceiro Lampião) foi almocreve de Delmiro. Ele carregava as mulas, pra lá e pra cá, fazendo o transporte das peles. Era o início do século XX, e Delmiro seguia a sina do pai: fugiu com a adolescente 


Carmela Eulina do Amaral Gusmão para Vila da Pedra (Alagoas). Um povoado, como situa Edvaldo Nascimento, na margem do Rio São Francisco, a cem quilômetros de Canudos, a 60 de Angicos e a 150 da terra de Graciliano Ramos.


Em Pedra, Delmiro Gouveia continuou a lida com as peles até viajar à Europa e conhecer a revolução industrial. Do outro lado do mar, trouxe a idéia da hidrelétrica (1910).

"O Povo", 21/10/2007:

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