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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

As trincheiras de Rodolfo, em 1927: XI-A Praça Vigário Antonio Joaquim

Imagem 01 - Pça. Vigário Antonio Joaquim, anos 1930. Mossoró.

Outras trincheiras menores foram instaladas nesta praça para defesa ao assalto de Lampião, (1900-1938), à cidade de Mossoró, em 13/06/1927. Nas proximidades da praça, também, outros pontos de defesa foram colocados, que aproveito para citá-los nesta postagem.

Na imagem 01, que mostra esta praça nos anos de 1930, no número 1, a trincheira do Ginásio Diocesano Santa Luzia, com cerca de 4 pessoas armadas. O número 2, a Igreja do Coração de Jesus, em sua torre, 4 pessoas armadas. O número 3, neste prédio, que posteriormente foi a sede da sociedade União de Artistas, estava instalado o jornal O Nordeste. Nesta trincheira, estavam presentes e armados, Amâncio Leite, João Damasceno, Manoel Luz e outros não identificados.

Outras trincheiras, também, importantes, situadas nos arredores da área da praça, foram a Trincheira da Usina Força e Luz, a então empresa de fornecimento de energia elétrica, cujo proprietário era o grande empresário Francisco Tertuliano de Albuquerque, localizada na atual Avenida Almir de Almeida Castro, contando com dois vigias, e a segunda,  a Trincheira de Afonso Freire, (1894-1986), residente à rua Padre Urbano, atual Dix-sept Rosado, que pela imagem 01 é possivel identificá-la, na parte do fundo, pararela e atrás da rua principal, que corre no sentido direita/esquerda.

Afonso Freire reuniu em casa, o irmão Leônidas Freire de Andrade, o vizinho Pedro Ferreira Leite, Lauro Leite, Francisco Negócio da Silva e Abel Chagas Filho. Alguns ocuparam o telhado. Esta trincheira dispunha de seis rifles calibre 44 e trezentas balas. Sobre o responsável por esta trincheira, Raul Fernandes, em sua maneira concisa e criteriosa de apresentar os fatos, na obra abaixo referenciada, apresenta mais detalhes. Afonso Freire, modesto comerciante, não acreditava no ataque dos cangaceiros e não tinha recursos para comprar armamento. No dia 12 de junho daquele ano, jogava pôquer, no Grande Hotel (que também serviu como uma trincheira), com Saboinha e os comerciantes Raimundo Leão e José Carvalho, quando chegou Pedro Maia, funcionário da Estrada de Ferro. Informou a Vicente Sabóia que Lampião se aproximava do povoado de São Sebastião. Sabóia, vendo a disposição de Freire, cedeu-lhe armas necessárias para organizar uma trincheira em casa.

Imagem 02 - Mesa de Rendas, 1937. Mossoró

A imagem 02, retrata a Mesa de Rendas do Estado, o edíficio localizado na esquina, à esquerda, em cujo local foi organizada uma trincheira de defesa com três a quatro soldados. Em 1927, neste edifício funcionava a sede do Telégrafo Nacional (Correios).


Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos. Télescope. Fontes: FERNANDES, Raul. ( 09/09/1908-14/08/1998). A Marcha de Lampião, Assalto a Mossoró. 7a. edição, Coleção Mossoroense, Volume 1550,  Fundação Vingt-un Rosado, outubro de 2009; Provável autor das fotografia 01 e 02: Fotos de Manuelito Pereira, (1910-1980).  Índice das Matérias Publicadas em Memória Fotográfica.

Escrito por Copyright@Télescope 


Esta é a última trincheira postada neste blog, contra o ataque de Lampião a Mossoró. Mas vale lembrar ao leitor que existiram mais outras trincheiras, as quais o proprietário do blog:  http://telescope.zip.net/historia/, ainda não as publicou.


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