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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Estudar o cangaço é fantástico

Por: José Mendes Pereira

Tenho acompanhado os diversos escritores e pesquisadores do cangaço, e   em 2008 fiz alguns trabalhos por curiosidade, e logo tomei gosto sobre o tema, encontrando em meu caminho, o amigo Francisco das Chagas do Nascimento, sendo este membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, aqui em Mossoró, o qual me fez ficar iludido pelas boas histórias sobre os cangaceiros.

Francisco das Chagas do Nascimento

Não sei o porquê de não ter escolhido o curso de “História” quando fiz faculdade, e que na verdade, nunca gostei do curso de Letras, passando trinta anos em sala de aula, fazendo o que realmente eu nunca gostei. Lecionar Português. 
              
Tudo sobre história é além de fantástico, e principalmente quando se tem tempo suficiente para acompanhar esses cangaceiros pelas caatingas do nordeste, observando os seus coitos, as suas invasões, os constantes tiroteios; jogar cartas ao anoitecer nas bancadas improvisadas, vez por outra bebericar uma bela pinga; 

Lampião e o bando de cangaceiros rezando na caatinga do nordeste

rezar juntamente com eles o ofício de Nossa Senhora; assistir de perto as covardias de alguns cangaceiros e cangaceiras. Fofocar sobre as traições das mulheres. Fugir do acampamento quando Zé Baiano se preparou para assassinar a sua linda Lídia.

O cangaceiro Zé Baiano

Presenciar uma bronca de Lampião com um dos seus comandados. Acompanhar o mensageiro até a fazenda de um latifundiário, com um bilhete solicitando valores. Participar dos bailes perfumados que os cangaceiros e cangaceiras faziam nas caatingas. Fugir com eles quando a polícia não dava trégua. Testemunhar a grande discussão que aconteceu nas caatingas de Lampião com o seu comandado Antonio dos Santos (Volta Seca), causada pela sua desobediência. 

O cangaceiro Volta Seca

Ficar ouvindo os conselhos de Virgínio Fortunado da Silva, ex-cunhado de Lampião, dirigido ao cangaceiro Volta Seca, que bem melhor seria ficar calado e obedecer ao seu grande chefe.

Virgínio - o segundo da esquerda para a direita

Fechar os olhos para não ver Lampião decepando   cabeças de policiais  pegos pelos cangaceiros. Participar de acampamentos lá no Raso da Catarina. 

Raso da Catarina

De metido, participar dos treinos de guerra do bando. Sair correndo para não ser pego pelas volantes como se fosse marginal. Tudo isso para se estudar, é fascinante.

              
Ver de perto e escondido entre as pedras que repousam lá pelo Raso da Catarina, 

Maria Bonita

a linda Maria Bonita banhando o seu lindo corpo, mas com um olho para frente e o outro em direção ao coito, temendo a suçuarana humana perceber.

Lampião e Maria Bonita

Todos nós, loucos, como nos chama  o escritor Alcino Alves Costa, apesar de várias décadas passadas, para nós estudantes, escritores e pesquisadores, é como se tudo isso estivesse acontecendo nos dias atuais. 
             
Escritor e pesquisador do cangaço: Alcino Alves Costa

A literatura lampiônica mudou a minha maneira de viver, pois se me tirarem das pesquisas sobre o cangaço, é como se  estivessem me enterrando vivo.

Amigo leitor: 


Não confundir estudar com maldades. Nós que gostamos do tema cangaço jamais queremos  que isso volte a acontecer. Apenas estudamos o que infelizmente aconteceu no nordeste brasileiro.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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