Por: Francisco Pereira Lima
Recebi,
com grande satisfação, o convite do amigo, professor e escritor, José Romero
Araújo Cardoso, para editar e prefaciar este seu, mais recente, trabalho, “Notas
para a história do Nordeste”. Cumpri essa incumbência honrosa, com grande
prazer, apenas reconhecendo as minhas limitações, no cumprimento de tão
importante missão.
Escrever sobre a história e
a cultura nordestina é dissertar a complexidade, os meandros de milhares de
fatos, personagens, fenômenos e manifestações artísticas e literárias, que
abrangem os fatores políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, que
marcaram profundamente a nossa região.
O grande desafio é levar a nossa
história às mesas de leitura, estudos e debates, tornando-a conhecida pela
maioria dos nordestinos, especialmente, os estudantes. A missão não é fácil,
mas é nosso dever lutar por este objetivo.
Dando a sua contribuição, nesse
sentido, o professor e escritor Romero
Cardoso, um amante da história regional, abnegado estudioso e exímio
escritor das nordestinidades, escreveu uma série de artigos relacionados ao
Cangaço, Coronelismo, Coiteiros, Canudos, Lampião, Revolta de Princesa,
personagens e tradições regionais, como Luiz Gonzaga, os Almocreves, os Vaqueiros, as Parteiras, o fenômeno das
secas, entre outros e publicou em sites, blogs, jornais e revistas. Agora,
resolveu nos presentear, reunindo parte deste material e outros artigos
inéditos, num livro (Coletânea) com o título: “Notas Para a História do
Nordeste”.
O objetivo deste trabalho
fica bem claro, que é contribuir com o estudo da nossa História, evitando que a
ferrugem do tempo apague essas memórias, tão bem elaboradas por meio desses
excelentes artigos.
Em alguns artigos, o autor fez uma análise
mais aprofundada, fundamentada teoricamente; em outros, a dissertação foi mais
superficial, sem o aprofundamento merecido, mas sem prejudicar a mensagem do
autor referente ao tema tratado.
A clarividência e
objetividade com os seus escritos é uma característica marcante deste escritor
paraibano de Pombal, adotado por Mossoró.
A obra de José Romero inicia falando
da Civilização do Couro nos séculos XVIII, XIX e início do séc. XX; continua
falando das nossas parteiras e dos Almocreves. Defende que o Aboio dos
vaqueiros deve ser considerado patrimônio do Nordeste. Trata da grade seca de
1877-1879, uma catástrofe. Em seguida,
descreve a saga do famigerado Rio Preto, que agiu na região de Pombal-PB. Comenta
os possíveis motivos da sua personalidade perversa e cruel. Seus crimes e seu
fim. Na sequência, vem a Guerra de
Canudos, um massacre injustificável, onde foram dizimadas milhares de vida de
conselheiristas e de militares. Trata também do estrategista de guerra,
“Pajeú”. Passeia pela história de um dos
grandes visionários e progressistas do Nordeste, o industrial Delmiro Gouveia.
Entra na História do Cangaço, com o Ataque a Sousa-PB, em 1924, reação do Cel.
Zé Pereira, o assassinato de Meia-Noite e a vingança de Lampião. Fala da Coluna
Prestes, em Piancó, e o caso Padre Aristides, em 1926. Vem a Revolta de
Princesa, o assassinato do presidente João Pessoa e a Revolução de 30. É um
verdadeiro passeio nas veias, veredas e recantos da terra do sol. Mostra-se
emocionado ao descrever a experiência de assistir ao show do Rei do Baião,
quando ainda pequeno, em praça pública, na sua querida cidade de Pombal-PB, no
ombro do seu pai, que era fã de Luiz Gonzaga e finaliza, fazendo uma referência
especial ao seu grande amigo Dr. Benedito Vasconcelos e seu Museu do Sertão, na
fazenda Rancho Verde, em Mossoró.
Recomendo a todos, a
leitura desta coletânea e desejo muito sucesso ao autor no lançamento deste seu
trabalho.
Francisco Pereira Lima
Professor,
membro da SBEC e Conselheiro do Cariri Cangaço
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
José Romero Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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