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quarta-feira, 5 de junho de 2013

LAMPIÃO: O COMBATE DA CANOA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 5 de junho de 2013. - Crônica Nº 1028

(Adaptado do livro “Lampião em Alagoas”) - Pág. 196-198.


O prefeito, dono de curtume a três quilômetros de Piranhas, na margem do rio, acostumado a mandar nos delegados, desentendeu-se com Bezerra que consentiu que os empregados do prefeito andassem armados na urbe.

Denunciado às autoridades, Bezerra foi mandado se recolher ao regimento.

Na saída, em uma canoa, chega um dos empregados do prefeito pedindo socorro, pois Lampião havia queimado o quartel de polícia do lugarejo Canindé. Chegaram pessoas dizendo que


Lampião havia se dirigido para a fazenda Jerimum, distante meia légua abaixo de Piranhas. Algumas pessoas haviam sido ferradas no rosto, por Zé Baiano.

O cangaceiro Zé Baiano

Bezerra dirigiu-se para lá, mandando tirar couros que estavam numa canoa, descendo com seus soldados. Antes pedira socorro por telegrama às autoridades.

Tenente João Bezerra

Dois quilômetros abaixo, Bezerra, chapéu de palha, disfarçado de “coringa” de barco, avistou os bandidos.
Os soldados se abaixaram na canoa, cujo canoeiro tremia muito de medo.

Os cangaceiros mandavam encostar a canoa.

Bezerra dizia que não podia por causa das pedras.

Os cangaceiros abriram fogo. Os soldados não esperaram ordem. Pularam e ficaram com água à cintura. Era uma distância de sessenta metros.

As correias dos bornais dos soldados foram cortadas à bala. José Bagaço, auxiliar na empreitada caiu baleado. Os soldados, amparados na canoa atiravam de ponto. Eram oito praças contra quarenta e oito cangaceiros, entrincheirados por trás das pedras.

Dez minutos depois, Lampião recuou.

Bezerra saltou e viu rastros de sangue na retirada dos bandidos. Retornou a Piranhas.

O telégrafo nacional e a “Great-Western” comunicaram-se com todo o estado. Por isso ali chegaram forças de Pernambuco: o capitão Liberato de Carvalho e Manoel Neto. O capitão Liberato de Carvalho estava em Jatobá, onde atrelou um “wagon” numa locomotiva descendo a Piranhas.

Por último chegou o capitão Ramalho que comandava uma companhia do exército nacional em Mata Grande.

Bezerra deixou os comandantes Neto e Liberato à frente de 75 homens, no local da luta. Ali os homens pernoitaram apanhando os rastros dos bandidos que foram alcançados em três dias depois no lugar Maranduba, travando-se um dos maiores combates de Lampião. Foram ressaltadas as bravuras de Neto e Liberato.

Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).

Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br

 http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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