Por: Ivanildo Silveira
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O grande jornalista "JOEL SILVEIRA", no ano de 1944, realizou uma célebre ENTREVISTA com os cangaceiros ( VOLTA SECA; ANGÊLO ROQUE, SARACURA, CACHEADO, DEUS TE GUIE E CARACOL ), quando todos eles se encontravam presos, na Penitenciária de Salvador/BA, cumprindo pena.
O grande jornalista "JOEL SILVEIRA", no ano de 1944, realizou uma célebre ENTREVISTA com os cangaceiros ( VOLTA SECA; ANGÊLO ROQUE, SARACURA, CACHEADO, DEUS TE GUIE E CARACOL ), quando todos eles se encontravam presos, na Penitenciária de Salvador/BA, cumprindo pena.
Vejamos, abaixo, o texto na íntegra dessa famosa Entrevista, e tire suas conclusões.
PENITENCIÁRIA DE SALVADOR, março de 1944.
Em meio á conversa, fiz a pergunta inesperada: os antigos companheiros e comandados de Lampião se entreolharam, silenciosos. Angêlo Roque (Labareda) baixou a cabeça e Saracura, a fisionomia carregada, pôs-e a olhar pela janela aberta. Segundos depois, CAHEADO me encara com seu rosto de criança, ilumina-se num sorriso cândido e me diz:
- A gente matava como uns danados. - E acrescenta: - Mas a culpa não era da gente.
ÂNGELO ROQUE, o " velho Ângelo", aprovou com a cabeça. E, Cacheado continuou:
- Se os homens educados não auxiliassem a gente com MUNIÇÃO, a história seria outra. Não teria se dado nada do que se deu. Pensando bem, os criminosos são eles. Uma pessoa de bem não ajuda bandido.
É uma tarde de quinta-feira, e estamos aqui, num dos mais amplos salões da Penitenciária da cidade de Savador, diante dos seis famosos ex-cangaceiros: Volta Seca, Ângelo Roque (Labareda), Saracura, Cacheado, Deus Te Guie e Caracol.
Deus Te Guie é quase um menino, mas Ângelo Roque já vai se aproximando dos cincoenta anos: tem um rosto grave, de uma tristeza séria. O sertão deixou nele profundas marcas - as faces cortadas por rugas como talhos e nos olhos um brilho de sol inclemente. Antes de começar a tomar os meus apontamentos, o diretor da penitenciária fizera um pequeno discurso aos seis antigos bandoleiros. Aquilo seria, disse ele, uma espécie de mesa-redonda, na qual o jornalista e os prisioneiros debateriam assuntos ligados ao cangaço.
CONTINUA:
Ivanildo Alves Silveira
Pesquisador e colecionador do cangaço
Natal- RN
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