Seguidores

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Simão Balbino – 02 de Setembro de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento


Em 15 de junho de 1893 faleceu Simão Balbino Guilherme de Melo, integrante da Guarda Nacional de Mossoró, proprietário de terras, criador e agricultor. Ocupou os cargos de Delegado de Polícia, Juiz de Paz, Presidente e Vereador da Câ-mara e o de Juiz Municipal suplente.

 
               
Nascido em Mossoró a 31 de março de 1816, sendo seus pais o Capitão Simão Guilherme de Melo e dona Inácia Maria da Paixão. Era irmão do Padre Francisco Longino, o primeiro mossoroense a ordenar-se padre, que ficou famoso por deixar a povoação em polvorosa em virtude de uma série de fatos e acontecimentos sangrentos em luta que sustentou ao lon-go dos anos com os Butragos, seus inimigos, razão pela qual ficou conhecido como \"o padre cangaceiro\".
               
Como político, militou nas fileiras do Partido Conservador, sendo grande amigo do Padre Antônio Joaquim Rodrigues. Foi o segundo Presidente da Intendência, sendo eleito para o quatriênio 1857 a 1860. Balbino, como chefe da municipalidade, melhorou a feição urbanística da vila, como nos informa o professor Raimundo Soares de Brito, promovendo a demolição de um velho pardieiro de taipa que servia de mercado, além de outros serviços. Autorizou as despesas necessárias para a abertura de uma estrada partindo da vila, na direção de Aracati/CE, até o limite da província. Preocupou-se também com a instrução pública, criando a primeira escola para o sexo feminino, pela Lei nº 478, de 13 de abril de 1860. Durante a sua gestão, o setor da navegação marítima foi beneficiado com dois melhoramentos: lei do Presidente da Província mandando construir um armazém no Pontal da Barra de Mossoró e concessão de uma subvenção de quatro contos de réis para a Companhia Pernambucana de Navegação Costeira, para que o porto de Mossoró (Areia Branca) fosse incluído nas escalas do Norte. Autorizou ainda a despesa de um conto de réis para construção de um cemitério na vila.
               
Há evidências de que nesse período, Mossoró tenha recebido a visita do Padre-Mestre Ibiapina, quando teria fundado uma Casa de Caridade nessa vila. Essa visita é confirmada por Luís da Câmara Cascudo em uma de suas \"Actas Diurnas\". Ibiapina era um homem culto, filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria. Formou-se em Direito, tendo ocupado cargos na magistratura e na Câmara dos Deputados. Decepcionado, abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos, iniciou uma obra missionária, percorrendo a região Nordeste em missões evangelizadoras, erguendo inúmeras casas de caridade, igrejas, capelas, cemitérios, cacimbas d\'água, açudes. Ensinou técnicas agrícolas aos sertanejos, atuação que inspirou no Nordeste o Padre Cícero e Antônio Conselheiro, e defendeu os direitos dos trabalhadores rurais.
               
Simão Balbino Guilherme de Melo era casado com sua sobrinha, dona Cosma Damiana da Paixão, nascida em 7 de setembro de 1816, sendo filha de Maria da Paixão e Alexandre José. Deixou uma descendência de oito filhos. Faleceu a 3 de março de 1899.
               
Mossoró homenageou o seu segundo governante emprestando o seu nome a uma rua da cidade. 

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Fonte:

http://www.blogdogemaia.com/

Geraldo Maia do Nascimento
Autor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo08:20:00

    Caro Mendes ou Professor Geraldo, gostei imensamente da história do cidadão Simão Balbino. Porém, gostaria de ser informado se naquela época era prática habitual casamento entre tios e sobrinhas, conforme o pesquisador Geraldo Maia registra o casamento do referido cidadão com uma sobrinha, ou se não interpretei bem a informação.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha-Ba. E-mail: antonioj.oliveira@yahoo.com.br

    ResponderExcluir