Por Geraldo Maia do Nascimento
Em 9 de
novembro de 1870 a Vila de Mossoró era elevada à categoria de cidade pela Lei
Provincial nº 620, através de um projeto do vigário Antônio Joaquim Rodrigues,
que assumia o cargo de deputado provincial pela sexta vez, apresentado à
Assembleia Legislativa na sessão de 25 de outubro de 1870.
O
povoado de Santa Luzia do Mossoró, desde sua criação, era ligado politicamente
ao município de Apodi. Com a elevação da capela de Santa Luzia à categoria de
Matriz, fato esse ocorrido em 27 de outubro de 1842, através da resolução nº
87, o povoado desligou-se de Apodi e passou a pertencer politicamente ao
município de Assu. Essa ligação a Assu perdura por dez anos, até que em 15 de
março de 1852, através do Decreto Provincial nº 246 da mesma data, emancipou-se
politicamente, sendo criado o município de Mossoró, cuja sede administrativa
era elevada à categoria de vila, com o nome de vila de Mossoró, pois sendo uma
região onde a economia era baseada apenas na agropecuária, não justificava a
criação de uma cidade. Esse Decreto Provincial, cuja descrição consta nos
principais livros sobre a história de Mossoró (Vingt-un Rosado, Francisco
Fausto, Câmara Cascudo, Raimundo Nonato, etc.), define os limites do novo
município, que passava a ser o décimo nono da Província.
Criado
o Município, procedeu-se em Mossoró, no mesmo ano, a eleição para Intendentes
(Prefeito e Vereadores) e Juiz de Paz. A eleição foi vencida pelos
Conservadores, que era comandada pelo Vigário Antônio Joaquim e encabeçada pelo
Padre Antônio Freire de Carvalho. Este, como Presidente eleito, juramentou-se
perante a Câmara do Assu, tomando posse no dia 24 de janeiro de 1853 na Vila de
Mossoró, tomando juramento aos demais Vereadores e declarando em seguida
instalada a nova Câmara.
No
ano de 1857 Mossoró passou a ser ponto de escala permanente dos navios da Cia.
Pernambucana de Navegação Costeira, fato esse que contribuiu para a mudança do
perfil econômico do município, que deixava de ser unicamente pecuário para ser
também comercial. Em 1868 o industrial suísso Jonh Ulrich Graff instalava aqui
as Casas Graff, grande loja de importação e exportação. Com o sucesso das Casas
Graff, outros grandes comerciantes são atraídos para o município, de modo que
Mossoró chegou à década de 1870 na condição de Empório Comercial, distribuindo
produtos não só para o Oeste Potiguar, mas também para algumas regiões dos
Estados da Paraíba e do Ceará. Foi essa nova situação econômica que permitiu
que em 9 de novembro de 1870, através da Lei nº 620, a vila de Mossoró fosse
elevada ao predicamento de Cidade.
Nessa
época, o município era administrado pelo tenente-coronel da Guarda Nacional
Luiz Manuel Filgueira. É desse mesmo ano a lei nº 646, de 14 de dezembro, que
autorizava o contrato com os engenheiros Luís José da Silva e João Carlos
Greenhalg para a construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró ao porto de
descarga dos navios que entravam no rio. Oficialmente, foi o primeiro passo
dado pela concretização do sonho de Ulrich Graff.
Em
12 de janeiro de 1871, pela primeira vez, a Câmara resolve denominar as ruas e
numerar as casas e incube ao capitão Antônio Filgueira Secundes e Jeremias da
Rocha Nogueira para essa missão.
Em
1872 a cidade ganhava o seu primeiro jornal com o aparecimento do O
Mossoroense, órgão do Partido Liberal, fundado por Jeremias da Rocha e José
Damião de Souza Melo e de oposição ao vigário Antônio Joaquim.
Em
maio de 1873 Mossoró contava com 1.270 fogos (casas), 7.748 habitantes, sendo
3.966 homens e 3.782 mulheres. 1.499 pessoas sabiam ler, enquanto 6.249 pessoas
eram analfabetas. E desses, 7.730 eram brasileiros e 18 estrangeiros. Existiam
na cidade 267 escravos.
Foi
também em 1873 que foi fundada em Mossoró a Loja Maçônica “24 de Junho”,
tomando o nome do dia da sua criação. Essa Loja existe até os dias atuais.
Foi
assim o começo de Mossoró como cidade. Um grande empório comercial, com
influência não só sobre o Oeste Potiguar, mas também sobre parte da Paraíba e
do Ceará. E assim permaneceu até 1930, quando o transporte de mercadorias por
vias marítimas e fluviais perdeu a sua importância para o transporte por terra,
estabelecendo uma nova relação entre as cidades nordestinas. Mas essa já é
outra história.
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
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