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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Cidade de Mossoró - 10 de Novembro de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento

Em 9 de novembro de 1870 a Vila de Mossoró era elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial nº 620, através de um projeto do vigário Antônio Joaquim Rodrigues, que assumia o cargo de deputado provincial pela sexta vez, apresentado à Assembleia Legislativa na sessão de 25 de outubro de 1870.
               
O povoado de Santa Luzia do Mossoró, desde sua criação, era ligado politicamente ao município de Apodi. Com a elevação da capela de Santa Luzia à categoria de Matriz, fato esse ocorrido em 27 de outubro de 1842, através da resolução nº 87, o povoado desligou-se de Apodi e passou a pertencer politicamente ao município de Assu. Essa ligação a Assu perdura por dez anos, até que em 15 de março de 1852, através do Decreto Provincial nº 246 da mesma data, emancipou-se politicamente, sendo criado o município de Mossoró, cuja sede administrativa era elevada à categoria de vila, com o nome de vila de Mossoró, pois sendo uma região onde a economia era baseada apenas na agropecuária, não justificava a criação de uma cidade. Esse Decreto Provincial, cuja descrição consta nos principais livros sobre a história de Mossoró (Vingt-un Rosado, Francisco Fausto, Câmara Cascudo, Raimundo Nonato, etc.), define os limites do novo município, que passava a ser o décimo nono da Província.
               
Criado o Município, procedeu-se em Mossoró, no mesmo ano, a eleição para Intendentes (Prefeito e Vereadores) e Juiz de Paz. A eleição foi vencida pelos Conservadores, que era comandada pelo Vigário Antônio Joaquim e encabeçada pelo Padre Antônio Freire de Carvalho. Este, como Presidente eleito, juramentou-se perante a Câmara do Assu, tomando posse no dia 24 de janeiro de 1853 na Vila de Mossoró, tomando juramento aos demais Vereadores e declarando em seguida instalada a nova Câmara.
               
No ano de 1857 Mossoró passou a ser ponto de escala permanente dos navios da Cia. Pernambucana de Navegação Costeira, fato esse que contribuiu para a mudança do perfil econômico do município, que deixava de ser unicamente pecuário para ser também comercial. Em 1868 o industrial suísso Jonh Ulrich Graff instalava aqui as Casas Graff, grande loja de importação e exportação. Com o sucesso das Casas Graff, outros grandes comerciantes são atraídos para o município, de modo que Mossoró chegou à década de 1870 na condição de Empório Comercial, distribuindo produtos não só para o Oeste Potiguar, mas também para algumas regiões dos Estados da Paraíba e do Ceará. Foi essa nova situação econômica que permitiu que em 9 de novembro de 1870, através da Lei nº 620, a vila de Mossoró fosse elevada ao predicamento de Cidade.
               
Nessa época, o município era administrado pelo tenente-coronel da Guarda Nacional Luiz Manuel Filgueira. É desse mesmo ano a lei nº 646, de 14 de dezembro, que autorizava o contrato com os engenheiros Luís José da Silva e João Carlos Greenhalg para a construção de uma estrada de ferro ligando Mossoró ao porto de descarga dos navios que entravam no rio. Oficialmente, foi o primeiro passo dado pela concretização do sonho de Ulrich Graff.
               
Em 12 de janeiro de 1871, pela primeira vez, a Câmara resolve denominar as ruas e numerar as casas e incube ao capitão Antônio Filgueira Secundes e Jeremias da Rocha Nogueira para essa missão.
               
Em 1872 a cidade ganhava o seu primeiro jornal com o aparecimento do O Mossoroense, órgão do Partido Liberal, fundado por Jeremias da Rocha e José Damião de Souza Melo e de oposição ao vigário Antônio Joaquim.
               
Em maio de 1873 Mossoró contava com 1.270 fogos (casas), 7.748 habitantes, sendo 3.966 homens e 3.782 mulheres. 1.499 pessoas sabiam ler, enquanto 6.249 pessoas eram analfabetas. E desses, 7.730 eram brasileiros e 18 estrangeiros. Existiam na cidade 267 escravos.
               
Foi também em 1873 que foi fundada em Mossoró a Loja Maçônica “24 de Junho”, tomando o nome do dia da sua criação. Essa Loja existe até os dias atuais.
               
Foi assim o começo de Mossoró como cidade. Um grande empório comercial, com influência não só sobre o Oeste Potiguar, mas também sobre parte da Paraíba e do Ceará. E assim permaneceu até 1930, quando o transporte de mercadorias por vias marítimas e fluviais perdeu a sua importância para o transporte por terra, estabelecendo uma nova relação entre as cidades nordestinas. Mas essa já é outra história.

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

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