O cangaço
desenvolveu-se na região semiárida do nordeste, “no Império da Caatinga”. Nome
que significa “mata branca”. Cobrindo cerca de 700 mil quilômetros quadrados da
região nordeste. A movimentação dentro desta mata, caatinga, nunca foi uma “aventura”
boa. A falta de víveres, água, espinhos, grutas, grotas, lajeados, terreno com
um aclive acentuado, em seguida declives com pedras soltas e rolantes, etc... Mas,
naquele tempo, havia homens que se os retirassem dela, da caatinga, ficariam
sem saber como tomar algum destino. Os cangaceiros, experts neste tipo de
terreno se movimentavam com facilidade, encobrindo sua passagem. Por outro
lado, havia aqueles que os perseguiam, os soldados volantes, homens valentes,
dispostos a tudo, pois sabiam estar indo ao encontro da morte... Deles ou dos
caçados. Abaixo, segue um relato do próprio comandante da tropa, o então,
Tenente João Bezerra, o qual nos dá uma noção do que seria adentrar na
caatinga.
“(...)às oito,
voltamos para o ponto em que deixamos os rastros palmilhados seguindo daí para
o “Caldeirão da Onça”, rompendo caatingas perigosíssimas, abundante em espinhos
venenosos como o xiquexique, a macambira, rabo-de-raposa, calumbi e variadas
espécies de carrapichos, além de inúmeras outras vegetações, cujos espinhos
estraçalham a própria roupa de couro dos vaqueiros. Esses elementos formam um
emaranhado de tecidos que dificultam até as caminhadas dos animais que aí
vivem.
Cabras e carrapatos, insetos nojentos e lagartas-de-fogo, urtigas queimantes de várias cores, moscas doninhas e outras, formigas e marimbondos, juntos, e em plena atividade, formam o grande empecilho para transpor aquelas caatingas desertas. Os espinhos atingem o caminhante dos pés à cabeça, rasgando-lhes as roupas e as carnes do corpo. De quando em vez fecha-se completamente a passagem pela junção daquela vegetação esquisita tendo-se que retroceder em busca de outra passagem por cima de pedras em que se açoitam sorrateiramente répteis e víboras numa multiformidade assustadora.
Dentro desse inferno, uma queda por mais pequena que seja resulta em ferimentos, e os ferimentos dos espécimes dessa vegetação selvagem e única no corpo da Terra, se revestem quase sempre de gravidade produzindo dores seguidas de febre, etc.(...)”.
Fonte Livro “Como dei cabo de LAMPEÃO”, autoria do Capitão João Bezerra, 4ª edição revisada, Pgs 140 e 141. TOP Produções Gráficas, 2013.
Fotos: www.panoramio.com - ednajardim.blogspot.com
Fonte: facebook
Página: Sálvio SiqueiraO Cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
É verdade pesquisador Sálvio o que afirma o nobre Coronel João Bezerra: Andar mergulhado nas caatingas desse nosso sertão nordestino, por entre espinhos, pontas de pedras e serpentes, era preciso ser possuidor de estrutura de aço. E, tudo indica que tanto os cangaceiros, quanto os policiais possuíam resistência de aço. JÁ PENSOU MENDES, EU E VOCÊ MERGULHADOS NAS CAATINGAS DO RASO DA CATARINA À PROCURA DE CANGACEIROS, QUE PARADA INDIGESTA SERIA?!
ResponderExcluirAntonio José de Oliveira - Serrinha
Sei que será muito difícil Antonio José de Oliveira, devido a distância que separa o Rio Grande do Norte de Sergipe, mas gostaria de conhecer o Raso da Catarina, principalmente o lugar que o rei e a rainha do cangaço morreram.
ResponderExcluirÉ Mendes, sei que você após haver aposentado - tudo indica -, tem mais ocupação que na ativa - pelo menos eu sou assim -, porém um dia terá que fazer como o faz o companheiro João de Sousa Lima: Dana-se a percorrer sertão a fora em pesquisa de campo. E essas suas visitas de cidade em cidade; de vila em vila, muito contribui para o resgate da Saga do cangaço.
ResponderExcluirO famoso RASO DA CATARINA tem muita história a contar, mas, HAJA PERNA POR DENTRO DA CAATINGA - TERRA DAS ARARINHAS AZUIS e, talvez algumas ONCINHAS VERMELHAS, se é que ainda existem. Como você deve ser bom para lutar com onça, FAÇA UM TESTE.
Abraços,
Antonio Oliveira - Serrinha