Por Geraldo Maia do Nascimento
Há uma frase atribuída a D. Pedro II onde ele diz que “se não fosse Imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre, que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar os homens para o futuro”. Essa foi a missão maior do Professor Eliseu Viana.
Eliseu
de Oliveira Viana, o Professor Eliseu Viana, nasceu em Pirpirituba, Estado da
Paraíba, a 19 de abril de 1890, sendo filho de José Ferraz de Oliveira e de dona
Rosália Viana de Oliveira.
Veio
para o Rio Grande do Norte em 1908, matriculando-se na Escola Normal de Natal,
onde conquistou o diploma de aluno-mestre, colando o grau de professor a 15 de
novembro de 1911.
Por
ato do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, datada de 18 de dezembro do
mesmo ano, foi nomeado professor do Grupo Escolar “Tomás de Araújo”, na cidade
de Acari, permanecendo no cargo de diretor até 3 de janeiro de 1914, quando foi
transferido para o Grupo Escolar “30 de Setembro”, na cidade de Mossoró.
Com
a chegada do professor Eliseu Viana a Mossoró, “o Grupo Escolar “30 de
setembro” reabriu matrícula para os diversos cursos. Dentro de uma semana, o
professor Eliseu teve de encerrá-las. Já havia alunos demais. O velho
educandário voltava, assim, ao esplendor de seus primeiros dias e rivalizava,
agora, no campo do ensino primário, com o próprio Colégio Diocesano “Santa
Luzia”, chamado o Colégio dos Padres, tanto no preparo dos alunos como nas
competições esportivas e nas comemorações das datas cívicas”. Foi Eliseu Viana
quem criou o Centro Regional de Escoteiros de Mossoró. Entre eles, divulgou o
futebol, esporte que começava a se tornar popular. Para isso, dividiu seus
Escoteiros em dois times: um, de calção branco e camisa preta; o outro, de
calção de mescla azul e camisa branca. Destes, surgiram, mais tarde, dois
clubes de futebol que empolgaram a cidade que foram o Humaitá Futebol Clube e o
Ipiranga Esporte Clube.
Eliseu
Viana era um homem dedicado aos estudos e possuidor de bela inteligência. Ser
professor não bastava; queria mais. Por isso, matriculou-se no curso de
Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade Livre de Direito do Ceará, recebendo
o grau de Bacharel a 08 de dezembro de 1921, sendo o orador da solenidade, por
eleição dos seus colegas de turma.
Foi
nomeado professor interino da cadeira de Português da Escola Normal Primária de
Mossoró e comissionado no cargo de diretor (ato de 1º de fevereiro de 1922),
recebendo do Governo a incumbência de organizar e instalar a Escola.
Em
20 de dezembro de 1923 obteve a nomeação efetiva para a cadeira de Pedagogia e
Educação Cívica. Vagando a cadeira de Pedagogia da Escola Normal de Natal, o
Dr. Eliseu Viana foi para ela removido em 25 de junho de 1928. Em 4 de dezembro
de 1929 assumiu o lugar de Capitão-Auditor do Regimento Policial Militar do
Estado.
Um
fato digno de se registrar é que na tarde de 13 de junho de 1927, quando o
bando de Lampião atacou Mossoró, coube ao Dr. Eliseu um papel relevante. Ficou
na trincheira que se armara no Telégrafo, em permanente contato com o
telegrafista-chefe, Mirabeau Melo e outros, informando às autoridades locais a
marcha dos cangaceiros sobre Mossoró. Na hora da luta, estava na trincheira, de
armas na mão, com Mirabeau Melo e demais telegrafistas, inclusive o advogado
Gilberto Studart, dispostos a enfrentar a horda sanguinária.
O
professor Eliseu Viana morreu em Agosto de 1960, Em Belo Horizonte, onde estava
morando já a algum tempo. Mossoró nunca o esqueceu nem a sua esposa, a
professora Celina Guimarães, a primeira mulher da América Latina a conquistar o
direito de voto, direito esse concedido pela Lei de nº 660, de 25 de outubro de
1927, na cidade de Mossoró.
Eliseu
Viana e Celina Guimarães deixaram seus nomes marcados na galeria dos
benfeitores de Mossoró.
Geraldo
Maia do Nascimento
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