Acho que você encontrará este livro com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Certo dia o
grupo de cangaceiros liderados por Zé Sereno passou pela casa de uma viúva conhecida
por Dona Elvira, tomaram água e pouco depois seguiram viagem. Os soldados do
Cabo Roseno vieram no rastro dos cabras e chegaram na casa a fim de colher
informações.
O pessoal da
casa não estava. Somente uma das filhas da viúva, uma menina de 13 anos encontrava-se
ali.
O Cabo fez
algumas perguntas sobre os cangaceiros. Inquiriu sobre o grupo e, por último,
quis saber sobre o restante dos familiares da garota.
Quando soube que não havia mais ninguém na casa resolveu abusar da garota. Esta lutou como fera acuada, mas não era adversária para uma dúzia de elementos truculentos e decididos a roubar-lhe a virgindade.
O primeiro a
estuprá-la foi o Cabo. A hierarquia prevaleceu, depois os outros. A menina
ficou em estado lastimável e aí resolveram eliminá-la para não servir de prova
ao crime. Assim foi feito.
Algum tempo
depois o grupo de Zé Sereno passou pela casa e a viúva, chorando muito contou
ao cangaceiro tudo que acontecera.
Sereno escutou
em silêncio e, no fim da narrativa, prometeu à mãe chorosa:
-“Pela menina,
eu num posso fazê nada. Mais prometo lhe vingá”.
Dentre os
coiteiros de Sereno existia um que era igualmente amigo do Cabo e, na primeira
oportunidade em que o cangaceiro encontrou-se com ele, falou sobre a vingança
desejada. Prometeu-lhe cinquenta mil Réis pelo “serviço”. Deu sugestões de como
deveria ser feito o “trabalho”.
O Coiteiro era
vaqueiro de uma fazenda e convidou o Cabo para uma caçada, ao que nos
informaram. Quando estavam na caatinga o falso amigo laçou-o pelo pescoço e
saiu a galope pelo carrascal. Batia em toda sorte de obstáculos, pedras,
troncos de árvores, xique-xique, mandacarus, coroas de frade. Onde o mato era mais cerrado era por onde o
vaqueiro corria com seu cavalo arrastando o corpo do Cabo.
No começo da
carreira mortal, o policial gritava com todas as forças, depois de um certo
tempo uns poucos gemidos e, por fim, o vaqueiro viu que arrastava um morto pela
caatinga.
Ao passar
novamente pela casa da viúva, Sereno ouviu o seguinte:
- “Seo Zé Sereno! Eu sabia qui o sinhô era mesmo um homi di palavra. Agora confirmô mais ainda, Deus lhi ajude i lhi proteja”.
Essa história,
talvez, ajude a muitos(as) a entenderem porque muitas pessoas, ainda hoje, tem
os cangaceiros como heróis/ justiceiros e não como simples bandidos.
Texto transcrito
do Livro SILA E ZÉ SERENO – GENTE DELAMPIÃO de Antônio Amaury Corrêa de Araújo.
Geraldo
Antônio de Souza Júnior (Administrador)
Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior O Cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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