Por Junior
Almeida
A cidade de
Floresta no Sertão do Estado foi tomada por pessoas de 16 estados do Brasil,
todos interessados em conhecer os locais onde se deram alguns fatos da
sangrenta história do cangaço. Da quinta 26 e foi até o domingo 29, a comitiva
do Cariri Cangaço, que tem à frente o seu curador Manoel Severo Barbosa, e mais
escritores, pesquisadores, familiares de cangaceiros, coiteiros e volantes, e
também curiosos do tema, tomou ruas de Floresta e também locais da zona rural
de algumas ações cangaceiras
A abertura do
evento aconteceu na noite do dia 26 no auditório da Câmara Municipal, com o
lançamento do livro “As Cruzes do Cangaço”, dos florestanos Cristiano Ferraz e Marcos De Carmelita
Carmelita, que prometem trazer muitos fatos novos e corrigir alguns
equívocos da história do cangaço na região. O livro destaca de maneira especial
o episódio da localidade Tapera dos Gilos, onde Lampião foi usado numa sórdida
trama, e assassinou doze pessoas de uma mesma família e mais um soldado da
volante de Mané Neto, sendo um dos capítulos mais tristes e covardes do Rei do
Cangaço.
Na sexta feira
27 a comitiva seguiu para a lendária Nazaré do Pico, berço dos maiores
guerreiros na luta contra Lampião e o cangaço. A comitiva foi recebida com
banda de música e bacamarteiros, além do hospitaleiro povo da vila, tendo à
frente “seu” Ulisses, filho do bravo Euclides Flor. De lá a comitiva foi à
Fazenda Jenipapo e de Eloy Jurubeba, onde ficou um pouco mais perto da famosa
Serra do Pico e em seguida para Fazenda Ema, onde os moradores receberam as
pessoas do Cariri Cangaço de tal maneira, que emocionou a todos. No terreiro em
frente à capela o batalhão de bacamarteiros deu seu show, fazendo explodir em
alegria as suas barulhentas armas.
Ainda em
Nazaré, logo depois do banquete servido aos convidados quem apareceu foi o
forrozeiro Assisão, morador de Serra Talhada e sobrinho neto de Zé Saturnino.
Assisão armou a bandinha e colocou todo mundo pra dançar, cantando antigos
sucessos e a nova música de trabalho “Os Dois Doidos de Pedra”, um xaxado que
fala da briga entre Lampião e o seu primeiro inimigo. Momento histórico na
vila, pois além dos nazarenos e um Saturnino, estava também Lili Neli, filha de Moreno,
o homem dos serviços pesados de Lampião, como disse Frederico Pernambucano de
Melo. Cena inimaginável nos tempos do cangaço.
No sábado 28 o
destino pela manhã foi a Fazenda Poço do Ferro, já no município de Ibimirim. Lá
se ouviu uma palestra do bisneto de Ângelo da Gia, antigo proprietário das
terras e coiteiro de Lampião. Em frente ao mourão que foi exposta a cabeça do
cangaceiro, Washington da “Gia” explicou o que sabia pelos seus familiares
sobre a morte de Antônio Ferreira, que foi vítima de um “sucesso”, numa
brincadeira em uma rede com Luiz Pedro, onde um rifle disparou ferindo de morte
o irmão do Rei do Cangaço. Foi visitado o local que está sepultado a cabeça de
Esperança e depois o local do corpo, onde foi colocado uma nova cruz, numa
iniciativa do GPEC, tendo à frente Jorge Remígio, Narciso Dias e Jair Tavares.
Depois do
almoço na GRE Floresta, os pesquisadores foram até a Tapera dos Gilos, onde
puderam conhecer de perto o cenário da maior barbárie praticada por Lampião e
seus sequazes. Marcos de Carmelita e Cristiano Ferraz, os autores de “As Cruzes
do Cangaço” deram as suas explicações do que apuraram em pesquisas no Sítio
Tapera, tirando dúvidas de alguns pesquisadores.
No domingo 29,
a instalação do Grupo Florestano de Estudos do Cangaço no hotel do evento, as
muitas despedidas dos novos amigos e o agradecimento de todos os presentes aos
organizadores do estupendo evento. Todos sem exceção ficaram maravilhados com a
receptividade dos sertanejos, que se desdobraram para tão grandioso evento.
Agora é esperar Piranhas.
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