Por Clerisvaldo B.
Chagas, 31 de julho de 2016 - Crônica 1.554
Vai expirando
o mês de julho, o mais chuvoso do Sertão. Mas este ano julho não quis muita
conversa com o sertanejo. Chuvas escassas e má distribuição permitiram apenas a
seca verde, isto é, o mato enverdece, porém, não existe água o suficiente para
açudes, barreiros e lavouras. E como as coisas estão pelo avesso no mundo todo,
pode ser até que aconteça um bom milagre fora do inverno.
Assentados
na Praça Sinimbu. Foto (Clerisvaldo).
Enquanto isso
vamos também com tempo escasso para crônica diária e aparecimento no Face.
Munido de câmera e coragem, haja fôlego para subir e descer ladeiras em busca
do ideal. Bem que estivemos na estação do VLT, na Praça Palmares e na Praça
Sinimbu. Na estação, diálogo com quem entende de trem urbano, foto para livro,
informações para o transporte ferroviário. Na Praça Palmares, a informalidade
do comércio menor onde a mistura confunde qualquer um. Entra aqui sai acolá e a
Avenida da Paz surge como representante do relevo alagoano da Planície
Litorânea. Mas o grosso mesmo é o acampamento dos Assentados na Praça Sinimbu.
Ontem, “Sem
Terras”, hoje, “Assentados”, aquele mundo de gente estava ali reunido para
algumas palestras de interesse próprio. Representantes de Assentados de doze
municípios estavam concentrados em lonas, árvores e barracas. E fomos nos
aproximando devagar pela área das panelas, onde a fumaça há muito já desenhava
no ar.
As palestras
já estavam em pleno andamento e só ouvíamos referência à organização das
elites. E essa conversa trazida desde os tempos de rapazinho nos discursos dos
políticos do estado, não nos empolgava. Serviços fotográficos feitos, com os
dizeres do Sertão: Capamos o gato que a desconfiança era grande. Lá
adiante, muito mais adiante, nada para o segundo objetivo. Assim voltamos
novamente à sabedoria sertaneja: Quem corre atrás de dois perde um.
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