O escritor
cearense Benedito Vasconcelos Mendes lançou, neste sábado (22), o livro
"História da Minha Vida Profissional", durante solenidade na Academia
Piauiense de Letras. Benedito é engenheiro agrônomo, foi chefe geral da Embrapa
Meio Norte entre os anos de 1997 a 1999 e por conta dos relevantes serviços
prestados no Piauí tornou-se cidadão piauiense e recebeu o título de comendador
da Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí e a Medalha do Mérito
Conselheiro José Antônio Saraiva, no Grau de Cavaleiro.
A obra é
autobiográfica. Conta como adquiriu conhecimento sobre o sertão brasileiro
diante da sua curiosidade e a busca pela literatura, como as obras de Raquel de
Queiroz, Felipe Guerra, Domingos Olímpio, José de Alencar, Gustavo Barroso,
José Américo de Almeida, José Lins do Rego, Guilberto Freire, Juvenal
Lamartine, Guimarães Rosa e muitos outros autores para aprender as coisas do
Nordeste. Benedito formou-se engenheiro agrônomo, fez mestrado e
doutorado.
Considera-se
autodidata. Foi pesquisador por 20 anos e escreveu obras como "Plantas e
animais para o Nordeste", "Biodiversidade e Desenvolvimento
Sustentável para o Nordeste", "Reflexões sobre o Nordeste",
"Plantas das Caatingas", "O semiárido na visão de três grandes
homens", "Arte e Cultura do Sertão", "Temas atuais para o
desenvolvimento do Rio Grande do Norte", "Grandes ideias para o
desenvolvimento do semiárido".
Um dos
serviços mais relevantes ao Nordeste foi a criação do Museu do Sertão. O
escritor conta que, ao longo da vida, foi adquirindo peças muito usadas pelo
sertanejo na lida da roça, nas casas de farinha, no trato com a carnaúba, com o
mel, na agropecuária. E, assim, foi levando para sua fazenda esse acervo,
amealhado desde a década de 1970.
"Doía
muito quando eu presenciava as agroindústrias do passado se esvaindo pelo tempo
entre o Piauí e o Ceará. Eram estruturas altamente resistentes, como miolo de
aroeira, elas caíam no desuso e se acabavam. Eu tinha ganho do meu tio avô,
Oriano Mendes, uma bulandeira toda feita de cedro em 1937. Ela tem que ser
testemunha de como era o modo de vida dos nossos entes passados. Comecei a
oferecer aos museus e eles não tinham condições de receber. Então, eu pensei:
ou eu faço um lugar para receber essas peças ou as futuras gerações não terão
oportunidade de conhecer estas peças que foram de grande importância num
passado recente. Então comecei a montar na minha fazenda em um armazém de peças
antigas do sertão e assim fui transformando a fazenda. O pátio era todo
ornamentado com peças antigas. Em 2003 eu passei a abrir a minha fazenda para o
público e dei o nome de museu. É um museu que representa uma civilização da
seca e o Brasil precisa observar, os historiadores precisam verificar que essa
civilização é diferente e que chamamos de civilização da seca, formada pela
miscigenação de três etnias. O sertão que o museu se preocupa é o semiárido.
Este sertão quente e seco do Nordeste, com suas secas periódicas e
catastróficas, com seus solos rasos, pobres, pedregosos e arenosos, sua
vegetação raquítica e espinhenta, deu origem a uma civilização", conta.
Toda essa
experiência de vida fez surgir o livro "História da Minha Vida
Profissional", que já foi lançado em Natal e neste sábado será apresentado
ao público piauiense em solenidade na sede da APL, com a presença de amigos,
como o senador Elmano Férrer, e acadêmicos.
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