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Auta de Souza[1] (Macaíba, 12
de setembro de 1876 — Natal, 7 de
fevereiro de 1901) foi uma poetisa brasileira da
segunda geração romântica (ultrarromântica, byroniana ou Mal
do Século), autora de Horto.
Escrevia
poemas românticos com alguma influência simbolista,
e de alto valor estético. Segundo Luís da Câmara Cascudo, é "a maior
poetisa mística do Brasil".[2]
Vida[editar | editar código-fonte]
Filha de Elói
Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues e irmã dos
políticos norte-rio-grandenses Elói
de Sousa e Henrique Castriciano.
Ficou órfã aos
três anos, com a morte de sua mãe por tuberculose,
e no ano seguinte perdeu também o pai, pela mesma doença. Sua mãe morreu aos 27
anos e seu pai aos 38 anos.
Durante a
infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula
Rodrigues, conhecida como Dindinha, em uma chácara no Recife, onde foi
alfabetizada por professores particulares. Sua avó, embora analfabeta,
conseguiu proporcionar boa educação aos netos.
Aos onze anos,
foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por freiras vicentinas francesas,
e onde aprendeu Francês, Inglês, Literatura (inclusive muita literatura
religiosa),[3] Música
e Desenho. Lia no original as obras de Victor
Hugo, Lamartine, Chateaubriand e Fénelon.
Quando tinha
doze anos, vivenciou nova tragédia: a morte acidental de seu irmão mais novo,
Irineu Leão Rodrigues de Sousa, causada pela explosão de um candeeiro.
Mais tarde, aos
catorze anos, recebeu o diagnóstico de tuberculose,
e teve que interromper seus estudos no colégio religioso, mas deu
prosseguimento à sua formação intelectual como autodidata.
Continuou
participando da União Pia das Filhas de Maria, à qual se uniu na escola.
Foi professora de catecismo em Macaíba e
escreveu versos religiosos. Jackson Figueiredo (1914) a considera uma das mais
altas expressões da poesia católica nas letras femininas brasileiras.[3]
Começou a
escrever aos dezesseis anos, apesar da doença. Frequentava o Club do
Biscoito, associação de amigos que promovia reuniões dançantes onde os
convidados recitavam poemas de vários autores, como Casimiro
de Abreu, Gonçalves Dias, Castro
Alves, Junqueira Freire e os potiguares Lourival Açucena, Areias Bajão e Segundo Wanderley.[4]
A Fustração
Amorosa[editar | editar código-fonte]
Por volta
de 1895, Auta
conheceu João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público de sua cidade natal,
com quem namorou durante um ano e de quem foi obrigada a se separar pelos
irmãos, que preocupavam-se com seu estado de saúde. Pouco depois da separação,
ele também morreria vítima da tuberculose.
Esta frustração amorosa se tornaria o quinto fator marcante de sua obra, junto
à religiosidade, à orfandade, à morte trágica de seu irmão e à tuberculose.
A poetisa, então, encerrou seu primeiro livro de manuscritos, intitulado Dhálias,
que mais tarde seria publicado sob o título de Horto.
Morte e
homenagens póstumas[editar | editar código-fonte]
Auta de Souza
veio a falecer em 7 de fevereiro de 1901, a uma hora e
quinze minutos, em Natal, em decorrência da tuberculose.
Foi sepultada no cemitério do Alecrim,
em Natal, mas em 1904 seus restos
mortais foram transportados para o jazigo da família, na parede da Igreja de Nossa Senhora da
Conceição, em Macaíba, sua cidade natal.
Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de
Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.
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Em 1951, foi feita
uma lápide,
tendo como epitáfio versos extraídos de seu poema Ao Pé do Túmulo.
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