Por Antonio Corrêa Sobrinho
AMIGOS, trago para apreciação de todos este meu novo trabalho de pesquisa, desta feita sobre a presença do monarca brasileiro, D. Pedro II, no ano de 1859, no rio São Francisco, da foz à cachoeira de Paulo Afonso, visitando diversas cidades ribeirinhas, e a narrativa jornalística e do próprio Imperador deste inesquecível acontecimento.
Trouxe hoje, abaixo, apenas a capa e a apresentação do e-book, prometendo enviar, mais tardar até sábado, todo o conteúdo, bastando que o interessado me informe o e-mail para envio.
Os amantes de história vão adorar.
Abraço forte em todos!
Apresentação
Em outubro
próximo passado completou 159 anos que o imperador do Brasil, Dom Pedro II,
acompanhado de sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina, e numerosa comitiva,
com o intuito de conhecer as províncias situadas ao norte da capital do
Império, Rio de Janeiro, iniciou a longa e histórica viagem pelas regiões de
Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Espírito Santo, excursão que
durou de outubro de 1859 a fevereiro de 1860.
Foram muitos
os encontros da realeza com os súditos do Norte, nesta ocasião, todos com a sua
significância, porém, para mim, nenhum destes momentos se fez mais
interessante, em razão do considerável grau de aventura, a espetacular recepção
e as situações curiosas que se apresentaram, do que a sua visita, desta feita
sem a Imperatriz, à cachoeira de Paulo Afonso, a famosa catarata então situada
no trecho sertanejo do fabuloso rio São Francisco, entre as terras baianas e
alagoanas; e, no percurso de ida e volta das quedas d’águas, às populações das
margens alagoanas e sergipanas, de Piaçabuçu, Vila Nova (Neópolis), Penedo,
Propriá, Porto Real do Colégio, São Brás, Curral de Pedras (Gararu), Traipu,
Lagoa Funda (Belo Monte), Pão de Açúcar, Entremontes (Armazém), Porto da Folha,
Piranhas e outras. Além do interesse que histórias como esta me despertam,
sugestionou-me, o fato tolo e insignificante, salvo para mim, de eu ter nascido
no ano de 1959, exatamente um século depois da presença do monarca brasileiro
no meu rincão nordestino, a ir buscar no esconderijo em que ainda se encontram,
apesar das facilidades de acesso que hoje dispomos, a íntegra da narrativa
jornalística desta visita imperial, bem como as valiosas anotações feitas a
respeito pelo próprio D. Pedro II.
Assim procedi.
Apresento,
pois, nesta compilação, o que a imprensa nacional trouxe a lume sobre a
presença do monarca brasileiro na cachoeira de Paulo Afonso e sua permanência
com os ribeirinhos do baixo São Francisco, material que fui buscar, graças à
hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, nas páginas do Correio da Tarde
(RJ), que reproduziu a substanciosa matéria do Jornal da Bahia; no Pedro II,
gazeta cearense, de onde extraí parte da reportagem produzida pelo Diário de
Pernambuco, deste que obtive o restante da descrição; e no Jornal do Comércio,
diário carioca, do qual, infelizmente, deixei de transcrever a parte inicial da
matéria, porque a página equivalente encontra-se, pelo menos, neste acervo
praticamente ilegível.
Bem como,
apresento, dispostas imediatamente após os textos jornalísticos, as acima
mencionadas anotações (ligeiras observações, pareceres e impressões), lavra do
Imperador, rabiscadas em suas inseparáveis cadernetas de viagem, notas estas
que copiei do Diário da Viagem ao Norte do Brasil, obra editada, em 1960, pela
Livraria Editora Progresso, organizada por Lourenço Luiz Lacombe, então diretor
do Museu Imperial, este que, além de prefaciá-la, acresceu ao feito
esclarecedoras informações, que, de igual modo, trago para a coleção que ora
apresento, distribuídas que estão, entre colchetes e em letras de menor
tamanho, no correr das anotações do insigne viajante.
Complementei o
conjunto, com a antiga descrição da cachoeira de Paulo Afonso, elaborada pelo
engenheiro civil Henrique Fernando Halfeld, que encontrei, de forma resumida e
didática, na Gazeta Oficial do Pará, edição de novembro de 1859.
Por
derradeiro, organizei um Índice toponímico e uma coleção de imagens
concernentes e ilustrativas.
Constituem-se
estes antigos textos, assim, reunidos e agrupados com a estética do presente,
instrumento para um contato direto com a tradução primordial da viagem imperial
pelo baixo São Francisco, visto que são estes os primeiros escritos, inda mais
porque formulados por quem participou diretamente dos acontecimentos. São
páginas que dizem da realidade e do modo de vida dos moradores do vale nos idos
do século XIX, ao mesmo tempo que revelam a inteligência, a cultura e o caráter
de D. Pedro II, e, mais das vezes, um rei menos solene e distante do trono, a
interagir com sua gente, dizendo de si mesmo, e exercendo o múnus governamental
do modo que mais apreciava fazê-lo: inteirando-se dos problemas e das soluções
para o reino, e em contato direto com o povo.
Permitam-me
afirmar que estes velhos relatos são lições de literatura, história, geografia,
náutica, etnografia, botânica, os quais um dia servirão até de roteiro para o
cinema contar como foi o encontro destas duas majestades que reinaram um dia no
Brasil: Dom Pedro II e a Cachoeira de Paulo Afonso.
Desejo que
esta história seja mais divulgada, especialmente entre os nordestinos, e mais
ainda entre os sanfranciscanos do baixo curso, visto que foram os seus
antepassados os protagonistas de um dos momentos festivos e simbólicos mais
marcantes da história nordestina, transformado imediatamente num indelével bem histórico-cultural,
vínculo identificador deste povo. Que os locais nas margens deste fabuloso rio
que outrora navegou o homem que imperou no Brasil durante 58 anos, D. Pedro II,
o monarca que amava a sua gente; que prestigiava as ciências, as artes e as letras;
que exerceu magistralmente o Poder Moderador; que se fez um viajante embaixador
do Brasil; e que foi uma das maiores personalidades do seu tempo; pois, por
onde ele tenha passado e estado, quando pelas águas do Velho Chico, como, por
exemplo, no “Morro dos Prazeres”, do lado alagoano, e no “Buraco de Maria
Pereira”, no sergipano, que seja identificado, memoriado e transformado o local
em ponto de atração turística.
Muito obrigado
a todos, razão maior desta obra, e um agradecimento especial ao meu filho
Thiago, pelo tanto que me ajudou, realizando a diagramação.
Aracaju/SE,
novembro de 2018.
Antônio Corrêa
Sobrinho
(tonisobrinho@uol.com.br
e antoniocorreasobrinho@gmail.com)
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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