Por Antonio Filemon Rodrigues Pimenta
Blogdomendesemendes - Este livro me foi presenteado esta semana
em minha residência pelo paraibano de Nova Floresta,
professor, poeta escritor, pesquisador
do cangaço e Luiz Gonzaga
Kydelmir Dantas.
O sr. Isaías Arruda de Aurora, muito accusado de transsações criminosas com Lampião, do qual é ou era protector conhecido procedimento este constatado aqui, pelo depoimento espontâneo de "Jararaca", preparou uma ciada para prender Lampião e seu bando, quando estes entrincheirados no pé do serrote Cachimbo, esperavam um reforços de munições bélicas e alimentares fornecidos por aquelles e seus parentes. O governo cearense lhe propusera um prêmio de 50 contos para a grande e sensacional captura. O Sr. Isaías teria em seu poder 30 contos de réis de Lampião, para pagar em armas e munições. Dizem também 80 contos. O Sr. Isaías combinou com o Cel. Moysés o ataque.
Este occuparia uma posição, enquanto um grupo do Sr. Isaías iria juntar-se a Lampião, d'onde um delles teria de escafeder-se assignalar o logar. Deu-se isto, mas o cabra, embriagado, na retirada, deu o sinal - um tiro - antes do tempo combinado, que preveniria as fôrças para manga de capim ou canavial, que os cruéis bandidos teriam que transpor, acossados pelos Praças.
Lampião descobrindo a cilada, com a precipitação do tiro rompeu o capinzal, antes que o fogo dominasse a manga, formando cerco de labaredas e fumaça. Até comidas envenenadas tinham sido preparadas. Os Isaías ficaram desapontados e agora, na iminência de luctar contra a ira de seu antigo êmulo ou protegido - Lampião!
Há quem diga que todo isso foi uma fita..., mas o caso é que isto vae pôr a descoberta muita bandalheira.
É o que dizem milhares e pessoas vindas daquella região maldita.
Fonte: O Cangaço na Imprensa Mossoroense
Autor: Antônio Filemon Rodrigues Pimenta
Coleção Mossoronese
Ano: 1999
Série: "C" - número 1104
Nenhum comentário:
Postar um comentário