Por Ivone Boechat
É muito interessante lembrar a história antiga de
uma Escola que estava perto da falência, e os pais, professores e alunos se
reuniam nas esquinas, nos bares, nas praças, em qualquer lugar, para
apontarem os culpados. Cada qual gritava mais alto que o culpado só podia ser o
diretor. Claro, diziam, o diretor é antipático, não cumprimenta ninguém, mas o
diretor apontava para os coordenadores: são muito desatualizados! Coordenadores
não economizavam denúncias: culpados são os pais, eles não comparecem a nenhuma
reunião que se marca. Além disto, os professores são omissos! Cadê os planos,
cadê a avaliação compartilhada? Os pais diziam que os culpados eram as
autoridades. Enfim, conversa vai, conversa vem e a situação só piorava. O tempo
passava e nada de solução. A Escola estava nas últimas, prestes a morrer!
O diretor resolveu organizar o dia do enterro da
instituição. Todos se assustaram, porém, ficaram curiosos para ver a cara do
defunto. No dia e hora marcados, lá estava a comunidade, em peso, para a solenidade
do velório. No meio de um grande auditório, colocaram um enorme caixão preto
aberto e o diretor organizou a fila dos presentes para o último adeus à
finada.Coroas com frases tipo assim: Último adeus à chatice! A escola já nasceu
morta.
Silêncio! Muita expectativa. À medida que foi dada a ordem
para olharem dentro do caixão, a decepção foi geral. O corpo do defunto estava
coberto de flores, mas no lugar do rosto, havia simplesmente um espelho. Cada
um que se mirava no espelho tomava um susto e saía pensativo.
A ideia serviu de lição, porque, em pouquíssimo tempo, a Escola "ressuscitou" e ninguém nunca mais se esqueceu de que a
responsabilidade pelo sucesso de uma Escola pertence a cada um.
Enviado pela autora
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário