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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

A MISERICÓRDIA DE MERGULHÃO.



Em 1928, o Cangaceiro Sabino Gomes, célebre parceiro de Lampião, cabra mau, foi baleado por um Nazareno numa emboscada no Ceará, na Fazenda Piçarra (Jati) onde junto com Lampião e bando tinham ido pegar umas armas e munição. 

ra tarde da noite e as volantes estavam entrincheiradas na escuridão, no momento em que Sabino ultrapassava por cima de uma cerca, foi iluminado por um relâmpago e visto pelos soldados que na oportunidade atiraram acertando-lhe os “vazí” (barriga), muito ferido foi resgatado por Lampião e levado em rápida fuga, sendo que, em determinado momento, sentindo-se muito abatido, com fortes dores, o ferimento exalando odor de fezes, percebeu que não tinha chance de vida e que estava atrasando o grupo e pondo todos em risco, pediu então a Lampião que o executasse para por fim àquele sofrimento,.

Lampião disse-lhe que não matava amigos, então ele pediu uma arma, que lhe foi entregue, ao tentar atirar no próprio ouvido a arma não disparou e percebeu que ela não tinha balas, aí disse que aquilo era uma covardia, que no meio de tantos amigos, não tinha um homem para atender seu pedido, foi quando o cangaceiro Mergulhão, de seu sub-grupo, disse que se fosse mesmo de sua vontade faria o serviço. 

Sabino então, pediu um instante, fez uma oração, cobriu o rosto com um pano e disse que estava pronto, momento em que Mergulhão deu-lhe um tiro de misericórdia ceifando ali sua trajetória de vida. 

(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 11/10/2019.


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