Por Verluce Ferraz
• Desagregado
da sociedade, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu em terras do
Sertão árido e lá cresceu vivendo por entre as caatingas, sem lei e nem rei. À
época, a ordem social e estatal habitual era sonolenta e seguia uma espécie de
“clouds” [em Inglês no original alemão. [] – nuvens (N. do T.)]. Também é
interessante observar que o Nordeste vivia a calma, pouco sabendo que que
estava ocorrendo no cenário político-social do país e do mundo. Algumas
perturbações eram isoladas e eliminadas da mesma maneira. Mas que surge no
cenário uma pessoa nascida em Villa Bella, atual Serra Talhada, a pessoa que
recebeu o nome Virgulino Ferreira da Silva; para mitigar o sossego dos sertanejos.
Nesse período de incubação do sossego e rompem o período de ‘vexations’
(aborrecimentos). Isso acontece, pela primeira vez nas terras sertanejas de
Villa Bella – o nascimento de um Lampião Aceso, com sintomas graves
psicopatológicos. De menino a homem, jamais Virgulino despertava de um curto
período de repouso com a mente desanuviada; vivia sempre ativo, dia e noite,
não conseguindo, é provável, chegar à paz tão desejada por qualquer ser humano
racional. Cercava-se de inúmeros jovens, todos do sexo masculino, conduzindo
munição e armas. Lampião dormia pouco e vivia fortemente armado e cercado de
seus cabras, para o vigiar. Talvez o mito de se atribuir que na hora em que foi
emboscado, estivesse com ‘as armas descansando (?)’. Tomemos por base o sua personalidade
e verificamos que surgiram no cangaceiro fortes impulsos que o conduziram ao
crime. O fascínora, sempre encarado pela população por causar medo e horror; o
Lampião era portador de seu comportamento dominado pelo distúrbio
psicopatológico, sempre munido de armas que conduzia; dominando numerosos
grupos que o fortificava e protegia. Foi assim que ficou conhecido; causava
temor as famílias sertanejas até o dia em que se teve confirmada sua morte.
Mnteve-se resistente até que no dia 28 de julho de 1938 as polícias o
surpreenderam – há muito tentavam sem sucesso, em virtude de correr de canto a
outro, daí se atribuir seus modos incomuns aos das pessoas, "andarem
pulando feito macacos" e sem deixar rastros (do latim rastru-, «ancinho»)
vestígio que alguém, algum animal ou alguma coisa deixou no solo ou no ar,
quando passou; sinal; pegada; pista; indício). Foi essencial que apresentassem
as cabeças dos vários cangaceiros em praça pública; imagens desagradáveis para
alguns que descreveram as cenas; mas apropriada para uma confirmação pública do
fato. Diante das cenas macabras alguns que foram ‘ver com os próprios olhos’
ainda expressavam intranquilidade; até subiam em árvores para enxergarem
melhor, outros duvidavam do que viam e muitos presenteando-se do prazer de ver
o cão morto. Muitos sertanejos em pleno século XXI, ainda persistem os nos
"mitos": Virgulino, o Lampião não morreu; e puseram uma coroa, nem de
espinho ou aura dos anos querubins; a coroa do crime lhe pega bem melhor. É que
o estoico Virgulino vivia mesmo em desacordo com a religião; estando ajoelhado
e com rezas e patuás; visitando o Juazeiro do Norte, ou Juazeiro do Padre
Cícero Romão Batista. Entretanto, todas as atitudes do cangaceiro eram da
negação da religião Católica Apostólica Romana, que tem nos seus Mandamentos:
• 1º - Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas.
• 2º - Não invocar o Santo Nome de Deus em vão.
• 3º - (......)
• 4º - Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores).
• 5º - Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
• 6º - Não pecar contra a castidade
• 7º - Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).
• 8º - Não levantar falsos testemunhos.
• 9º - Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
• 10º- Não cobiçar as coisas alheias.
Nenhum desses
Mandamentos Virgulino guardou. Nele, o Virgulino, a única coisa que parecia
permanecer, não obstante, era o fato da lembrança que o pai morrera; queria
justificar (aqui não cumpria o 5º Mandamento) que esse fora o motivo de entrar
para o mundo do crime. Facilmente esquecia que foram suas próprias atitudes que
construiu no passado, ditas consequências para o evento. Lampião hoje seria um
bom paciente para os especialistas da Psicologia, - pois à época, sua cabeça
ficou no Instituto Nina Rodrigues, mas apenas um crânio oco de massa encefálica
não traria às pesquisas quaisquer possibilidades relevantes às ciências –
lembremos que ainda estava-se utilizando o método da Escola Italiana de
Lombroso.
Massa Encefálica
se refere ao volume encerrado no interior do crânio, ocupado pelo encéfalo. A
falta dessa substância (massa) torna-se incapaz estudos do córtex cerebral.
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