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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

VIRGULINO FERREIRA DA SILVA, O LAMPIÃO, VIVIA EM DESACORDO COM A RELIGIÃO CRISTÃ E AS LEIS DO ESTADO...


Por Verluce Ferraz

• Desagregado da sociedade, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu em terras do Sertão árido e lá cresceu vivendo por entre as caatingas, sem lei e nem rei. À época, a ordem social e estatal habitual era sonolenta e seguia uma espécie de “clouds” [em Inglês no original alemão. [] – nuvens (N. do T.)]. Também é interessante observar que o Nordeste vivia a calma, pouco sabendo que que estava ocorrendo no cenário político-social do país e do mundo. Algumas perturbações eram isoladas e eliminadas da mesma maneira. Mas que surge no cenário uma pessoa nascida em Villa Bella, atual Serra Talhada, a pessoa que recebeu o nome Virgulino Ferreira da Silva; para mitigar o sossego dos sertanejos. Nesse período de incubação do sossego e rompem o período de ‘vexations’ (aborrecimentos). Isso acontece, pela primeira vez nas terras sertanejas de Villa Bella – o nascimento de um Lampião Aceso, com sintomas graves psicopatológicos. De menino a homem, jamais Virgulino despertava de um curto período de repouso com a mente desanuviada; vivia sempre ativo, dia e noite, não conseguindo, é provável, chegar à paz tão desejada por qualquer ser humano racional. Cercava-se de inúmeros jovens, todos do sexo masculino, conduzindo munição e armas. Lampião dormia pouco e vivia fortemente armado e cercado de seus cabras, para o vigiar. Talvez o mito de se atribuir que na hora em que foi emboscado, estivesse com ‘as armas descansando (?)’. Tomemos por base o sua personalidade e verificamos que surgiram no cangaceiro fortes impulsos que o conduziram ao crime. O fascínora, sempre encarado pela população por causar medo e horror; o Lampião era portador de seu comportamento dominado pelo distúrbio psicopatológico, sempre munido de armas que conduzia; dominando numerosos grupos que o fortificava e protegia. Foi assim que ficou conhecido; causava temor as famílias sertanejas até o dia em que se teve confirmada sua morte. Mnteve-se resistente até que no dia 28 de julho de 1938 as polícias o surpreenderam – há muito tentavam sem sucesso, em virtude de correr de canto a outro, daí se atribuir seus modos incomuns aos das pessoas, "andarem pulando feito macacos" e sem deixar rastros (do latim rastru-, «ancinho») vestígio que alguém, algum animal ou alguma coisa deixou no solo ou no ar, quando passou; sinal; pegada; pista; indício). Foi essencial que apresentassem as cabeças dos vários cangaceiros em praça pública; imagens desagradáveis para alguns que descreveram as cenas; mas apropriada para uma confirmação pública do fato. Diante das cenas macabras alguns que foram ‘ver com os próprios olhos’ ainda expressavam intranquilidade; até subiam em árvores para enxergarem melhor, outros duvidavam do que viam e muitos presenteando-se do prazer de ver o cão morto. Muitos sertanejos em pleno século XXI, ainda persistem os nos "mitos": Virgulino, o Lampião não morreu; e puseram uma coroa, nem de espinho ou aura dos anos querubins; a coroa do crime lhe pega bem melhor. É que o estoico Virgulino vivia mesmo em desacordo com a religião; estando ajoelhado e com rezas e patuás; visitando o Juazeiro do Norte, ou Juazeiro do Padre Cícero Romão Batista. Entretanto, todas as atitudes do cangaceiro eram da negação da religião Católica Apostólica Romana, que tem nos seus Mandamentos:

• 1º - Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas.
• 2º - Não invocar o Santo Nome de Deus em vão.
• 3º - (......)
• 4º - Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores).
• 5º - Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
• 6º - Não pecar contra a castidade
• 7º - Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).
• 8º - Não levantar falsos testemunhos.
• 9º - Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
• 10º- Não cobiçar as coisas alheias.

Nenhum desses Mandamentos Virgulino guardou. Nele, o Virgulino, a única coisa que parecia permanecer, não obstante, era o fato da lembrança que o pai morrera; queria justificar (aqui não cumpria o 5º Mandamento) que esse fora o motivo de entrar para o mundo do crime. Facilmente esquecia que foram suas próprias atitudes que construiu no passado, ditas consequências para o evento. Lampião hoje seria um bom paciente para os especialistas da Psicologia, - pois à época, sua cabeça ficou no Instituto Nina Rodrigues, mas apenas um crânio oco de massa encefálica não traria às pesquisas quaisquer possibilidades relevantes às ciências – lembremos que ainda estava-se utilizando o método da Escola Italiana de Lombroso.

Massa Encefálica se refere ao volume encerrado no interior do crânio, ocupado pelo encéfalo. A falta dessa substância (massa) torna-se incapaz estudos do córtex cerebral.


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