Por Antônio Corrêa Sobrinho
Disponível em
PDF, gratuitamente, a partir de amanhã, segunda-feira, 16 de dezembro, no
site www.antoniocorreasobrinho.com
APRESENTAÇÃO
A história do
banditismo no sertão do Nordeste do Brasil, conhecido por CANGAÇO, imperante de
anos do século XIX a meados do século XX, tem registrado em seus anais a
atuação de notáveis bandoleiros, como Cabeleira, Jesuíno Brilhante, Antonio
Silvino, Luiz Padre, Sinhô Pereira, Virgulino Lampião, Sabino, Corisco, e
também os cangaceiros ANTONIO MATILDE e os IRMÃOS PORCINO, estes últimos,
iniciadores, preceptores, mestres daquele que veio a se tornar o mais célebre
dos cangaceiros que existiram no Brasil, considerado o “rei do cangaço”, o já
acima citado VIRGULINO LAMPIÃO.
Fui buscar Antonio Matilde e os filhos de Porcino Cavalcanti de Lacerda, Antonio, Manuel, Pedro, gente das terras alagoanas, a fim de compor a coleção de textos que ora apresento, nos jornais pernambucanos, Diário de Pernambuco, A Província e o Jornal do Recife, e, um único informe, no diário carioca A Noite, publicações estas disponibilizadas na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.
Detalhe: reuni somente as notícias e comentários trazidos a lume pelos sobreditos periódicos, nas datas contemporâneas ou relativamente próximas aos episódios dos quais fizeram parte Antonio Matilde e os irmãos Porcino, para, com isso, proporcionar ao leitor os primeiros escritos, as iniciais formulações históricas dos momentos germinais do cangaço produzido por Lampião.
São relatos onde se percebe, nas entrelinhas, o quão isolado e abandonado, pobre e desvalido encontrava-se o sertão nordestino naqueles remotos anos, terminais do Império e iniciais da República, tempo de secas prolongadas e fome epidêmica, condição esta, em boa parte, resultante da inexistência, ali, do Estado verdadeiramente promovedor de justiça e progresso, cultor do bem-estar social, cuja presença meramente formal, simbólica, omissa, seletiva, interesseira, terminou por transformar o adusto rincão nordestino num campo fértil de banditismo e messianismo, expressões de dor e sofrimento, brado de desespero de um povo.
Podemos também imaginar, lendo estes pequenos artigos, o que poderia não ter sido a vida cangaceira de Lampião, tão abrangente e impactante, caso ele tivesse deixado o cangaço, como o fizeram os seus sobreditos comandantes, Luiz Padre e Sebastião Pereira, bem como os seus monitores Antonio Matilde e os irmãos Porcino.
Ao preferir continuar trilhando os caminhos da criminalidade organizada, o que o fez até às últimas consequências, Lampião terminou por herdar destes seus maiorais, um sem número de figadais inimigos, perseguidores vorazes e contumazes, ávidos por extirpá-lo da face da terra; como se não lhe bastassem os seus originais inimigos e os seus algozes das volantes. Lampião que terminou, por um lado, alastrando e agravando a grave e perniciosa doença social; e por outro, dizendo aos quatro cantos do mundo e do Brasil, com sua espetaculosa e beligerante atuação, ainda que de forma reflexa, inconsciente, da existência de uma nação chamada Sertão.
Outras coisas mais podemos retirar desta leitura.
Agradecendo sempre ao meu filho Thiago, pela capa e diagramação, encerro a apresentação do E-book, pensando estar contribuindo.
Aracaju,
dezembro de 2019.
Antônio Corrêa
Sobrinho
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário