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sábado, 4 de janeiro de 2020

LAMPIÃO VENERADO E ANTONIO CONSELHEIRO ESQUECIDO


Francisco Carlos Jorge de Oliveira

Em todos os grupos de estudos do cangaço, vemos o povo nordestino venerarem Lampião ao extremo, isso como se o fora da lei fosse um herói, um libertador, um justiceiro que, com seus cabras ajudavam os sertanejos, levando esperança e justiça a um povo paupérrimo e desprivilegiado, explorado pela elite. 


Quase ninguém fala em Antônio Conselheiro, e a bravura de seus valorosos jagunços, na heroica defesa do Belo Monte, derrotando por varias vezes nas Campanhas de Canudos, as tropas federais do assassino presidente Prudente de Morais. 


Também nunca comentaram sobre os intrépidos e místicos Monges José Maria de Santo Agostinho, João Maria de Jesus e Miguel Lucena de Boaventura, que lideraram a sangrenta Guerra do Contestado, uma revolução armada que incluíam posseiros e pequenos proprietários de terra de um lado, e representantes dos poderes estaduais e federais do outro; conflito armado que durou ente agosto de 1912 a outubro de 1916, na divisa do Paraná com o estado de Santa Catarina. 


Eu não quero criticar ninguém, nem macular a imagem de Lampião perante o povo nordestino, mas acho que esses lideres revolucionários e seus rebeldes, por mim supracitados, são mais valorosos e merecem todo o nosso respeito, muito mais que Lampião, pois lutavam por um ideal, enquanto o líder cangaceiro e seus sectários, atendia aos ensejos dos corneis e outros latifundiários, sem visar nenhum objetivo politico social em defesa de uma causa nobre. 


Veja bem, se os intrépidos Monges e o valente Antônio Conselheiro triunfassem no prélio ate o fim, com certeza após a guerra iriam cuidar de suas propriedades dar sequencia a seus ideais, ou fazer como os gringos ao conquistar a Província Cisplatina hoje o Uruguai.


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