Por João Filho de Paula Pessoa
Em Outubro de 1937, um Padre da pequena cidade de Porto da Folha, no Sertão de
Sergipe, foi chamado às pressas para dar a extrema unção à uma mulher que
estava à beira da morte na cidade vizinha de Monte Alegre/SE. O Padre atende
ao chamado e rapidamente vai até a casa campestre onde estaria a pobre mulher.
Ao chegar é informado que, em verdade, não há ninguém morrendo e que ele tinha
sido chamado àquela casa para fazer um casamento de cangaceiros. O Padre toma
um susto, se desespera, ensaia uma fuga, mas é alertado para não fazê-la, pois a
casa estava guardada pelo bando lá fora que aguardava o casório.
O Padre em
elevado estado de nervosismo permaneceu na casa, quando apareceu o noivo,
Corisco, aí o nervosismo se tornou incontrolável, beirou o pânico. Corisco o
cumprimenta e pede para ele iniciar o casamento sem demora, em virtude do perigo
em se demorar num mesmo lugar.
O nervoso padre sem opção, preparava-se para o
ato religioso, quando chega a noiva, Dadá que ao posicionar-se à frente do
noivo e do padre, não contém os risos e “cai” na gargalhada, momento em que o
Padre, cautelosamente, perguntou o motivo dos risos. E Dadá respondeu que era
devido sua tremendeira, que estava muito visível e neste momento pediu para ele
se acalmasse, pois estava tremendo mais do que vara verde, dizendo-lhe que nenhum
mal lhe fariam, pois queriam apenas casar.
No atestado de óbito diz que Corisco era solteiro
O Padre se descontraiu um pouco, se
acalmou, se ergueu emocionalmente e assumiu o controle da cerimônia religiosa,
os casou, tendo os cangaceiros e os serviçais da fazenda como testemunhas e
retornou em paz à sua paróquia em Porto da Folha, onde assentou aquele
casamento de cangaceiros em sua paróquia, tornando Corisco e Dadá Marido e
Mulher aos olhos de Deus e dos Homens.
João Filho de Paula Pessoa,
Fortaleza/Ce. 07/02/2020.
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