Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, foi o maior líder do cangaço no Nordeste, promovendo ataques e saques e sendo morto em uma emboscada, em 1938.
Lampião, como
ficou nacionalmente conhecido Virgulino Ferreira da Silva, foi rei do
cangaço, considerado bandido por uns e herói por outros. Ele entrou para o
cangaço para vingar aqueles que causaram prejuízos à sua família devido à
disputa de terras na região.
Por onde
passou, Lampião fez ataques e saques, causando medo entre moradores e coronéis.
Ele morreu em 1938, e, até hoje, sua memória é celebrada pelos nordestinos.
Leia
também: Guerra
de Canudos – série de conflitos armados
que também ocorreram no Nordeste
Resumo sobre
Lampião
Virgulino
Ferreira da Silva nasceu em 7 de julho de 1897, em Serra Talhada, Pernambuco, e
se tornou o rei do cangaço.
A perseguição
à sua família e a morte de seu pai, em 1921, fizeram-no se tornar cangaceiro
para vingar os prejuízos sofridos e a perda do ente querido.
Liderou um
bando que atacava e saqueava regiões do Nordeste, sendo considerado bandido por
uns e herói por outros.
Em 28 de julho
de 1938, ele e seu bando foram assassinados em uma emboscada, tendo sua cabeça
exposta como prova da sua morte.
Videoaula sobre quem foi Lampião
Virgulino
Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, nasceu em Serra Talhada,
estado de Pernambuco,
em 7 (4) de julho de 1897. Era oriundo de uma família de lavradores, que, apesar
das dificuldades financeiras, tinha algumas posses. Isso favoreceu a sua
formação escolar, pois, ao contrário dos outros meninos nascidos no sertão
nordestino, Virgulino Ferreira teve acesso à educação básica e aprendeu a
ler e escrever.
Ele passou
sua adolescência trabalhando com o pai como almocreve, ou seja, conduzia
caravanas puxadas por bois carregando mercadorias. Esse ofício permitiu-lhe
conhecer outros estados do Nordeste,
como:
Anos mais
tarde, o conhecimento dessas regiões o ajudaria no deslocamento do seu bando.
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A tragédia na
família Lampião
No começo do
século passado, as terras do Nordeste eram muitos disputadas, gerando
desavenças, brigas e até mortes. Em 1915, José Alves de Barro, conhecido também
como Zé Saturnino, começou a ascender na política da região onde morava a
família de Lampião. Seu pai, José Ferreira, era vizinho de Zé Saturnino, e logo
começou a disputa entre os dois por causa de terras. Tendo influência na política, Saturnino fez
de tudo para prejudicar Ferreira. Essa disputa fez com que este e sua família
se mudassem, o que gerou o seu empobrecimento.
A perseguição
não cessou, e, no dia 18 de maio de 1821, José Ferreira foi assassinado.
Antes da morte do pai, Virgulino Ferreira já havia integrado o cangaço para
vingar aqueles que causaram prejuízos à sua família. A morte brutal do pai
apenas motivou-lhe a continuar sua luta no sertão nordestino contra
os desmandos dos coronéis da região.
O cangaço
O
cangaço surgiu na virada do século XIX para o século XX, no
Nordeste brasileiro. Nessa época, a região foi muito castigada pela seca, o que
agravou a desigualdade e a pobreza. A ausência de ações do Estado no agreste
nordestino fez com que pequenas famílias assumissem posições de comando em suas
propriedades, ditando leis, exercendo a própria justiça e obrigando os
trabalhadores a seguirem atentamente os seus mandos.
Essas pequenas
famílias eram lideradas pela figura do coronel, que exercia a função de chefe
familiar e maior autoridade dentro da sua propriedade. Por meio de acordos
políticos característicos do período da República
Velha (1889-1930), as oligarquias conseguiam se manter no poder.
Não havia
espaço para oposição política aos desmandos dessas pequenas famílias nem
meios para denunciá-las. As armas tinham mais força do que as leis. Por
isso, surgiram os cangaceiros, grupos armados que transitavam pelo agreste
nordestino, promovendo saques e ataques contra as oligarquias. Quando
faziam pouso em alguma região, a notícia de sua presença provocava medo nos
moradores e alertava os jagunços dos coronéis a reforçarem o armamento para evitar
invasões e reagir a qualquer ataque.
Lampião logo
se enturmou com um bando de cangaceiros porque viu na forma de agir
daquelas pessoas um jeito de se vingar daqueles que prejudicaram sua família.
Além disso, seu trabalho como almocreve facilitou o deslocamento do seu bando
pelo Nordeste, pois ele já conhecia a região e as estradas por onde seguir.
Veja
também: Ligas
camponesas – movimento de luta pela reforma agrária no Brasil
Lampião e seu
bando
Virgulino
Ferreira se transformou em Lampião quando entrou para o cangaço, em 1921. Ele
integrou o bando liderado por Sinhô Pereira, um dos mais temidos cangaceiros do
Nordeste. O apelido veio do fato de Virgulino atirar tão rápido que os tiros
iluminavam a noite, fazendo uma referência ao lampião a gás. Enquanto
integrante do bando de Sinhô Pereira, ele aprendeu a sobreviver no cangaço, a
esconder os rastros, a evitar confrontos com a polícia e a como se portar em
ataques. Com a saída do líder, em julho de 1922, Lampião se
tornou assumiu o bando.
O modo de ação
do bando se baseava no ataque a cidades e propriedades em busca de riqueza.
Saqueava tudo que estava ao alcance e exigia uma quantia para que o que foi
saqueado pudesse ser devolvido. No entanto, o bando de Lampião não atacava
apenas. Nos lugares por onde passava, pagava-se para que ele não os atacasse. A
fama do bando contribuía para que o medo do cangaço se alastrasse e
praticamente forçasse as pessoas a pagarem para não serem atacadas.
Apesar do
medo, algumas pessoas viam Lampião como herói. Surgiram os coiteiros, que eram
pessoas que ajudavam o bando. Uma moça que fazia parte desse grupo se chamava
Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita. Lampião se apaixonou por
ela, e os dois continuaram juntos no cangaço, em 1930. Até a chegada dela,
mulheres não eram admitidas como cangaceiras, mas Lampião autorizou que
seus companheiros também andassem com mulheres. Em 1932, o casal teve uma
filha, chamada Expedita Ferreira Nunes.
O cangaço
entrou em decadência, logo após a Revolução
de 1930, com a chegada de Getúlio
Vargas ao poder. O novo governo brasileiro depôs as oligarquias
estaduais e enfraqueceu a luta dos cangaceiros.
Morte de
Lampião
Mesmo com a
decadência do cangaço, Lampião continuava suas expedições pelo Nordeste. No
dia 27 de julho de 1938, seu bando fez uma parada na fazenda Angicos,
na região de Poço Redondo, no Sergipe. Uma tropa volante foi avisada, até hoje
não se sabe por quem, e se dirigiu à fazenda. O bando foi pego de
surpresa, e, no dia 28 de julho, seus integrantes foram mortos.
Lampião foi alvejado com três tiros, morrendo no local. Sua cabeça foi
decapitada e exposta em diferentes locais como prova da sua morte e decretando
o fim do cangaço no Nordeste.
Crédito da
imagem
[1] Marcelo
Moryan / Shutterstock
Publicado
por Carlos César Higa
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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