CHORANDO NA CHUVA (da obra de José Ribamar)

Por Niecio Roldão

José Di Rosa Maria

Maravilha de poema da verve lírica de José Ribamar, poeta que nasceu em Caraúbas, mas reside em Mossoró há muitos anos. O poema está escrito no livro cujo título é o mesmo e encontra-se nas lavrarias e sebos da cidade. E eu não digo que vale a pena comprar. Sinto é pena de quem ainda não comprou seus livros, pois aí está uma amostra poética verdadeira.

CHORANDO NA CHUVA (da obra de José Ribamar)

Uma pedra à zero hora dorme

Uma dor do meu peito vem à tona

Uma flor despertada pelo viço

Feito um anjo mulher proporciona

Regozijo ao silêncio, príncipe mudo

Onde os lábios do nada falam tudo.

E um erótico sussurro espanta o sono

Uma fiapo de paz detém um pranto

E o amor submisso ocupa o canto

Que o Rei do rancor sente-se dono

Um pedaço de lua perambula

Pelos ares a passos controlados

E chorando na chuva seu escárnio

O pior dos amante rejeitados.

Miserável da piedade alheia

No trajeto de volta saboreia

Lágrimas mornas e gotas de água fria

Um poema verídico se encarna

Na história de um bem que desencarna

De um amor que se uniu à covardia

Um binóculo noturno espia tudo

Um gorjeio de ave aguarda o dia

Uma madre liberta um novo ser

E uma fonte de sonhos se recria

Toca o vento com dedos de pelúcia

Uma poético Q.I. lança uma astúcia

Uma árvore sorrir, a terra acorda

O Supremo poder devolve a lua

E chorando na chuva continua

Quem da perda de amor tanto recorda.

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