Essa é uma história retirada do livro “A vida do viajante”, da francesa Dominique Dreyfus. Gonzaga fala sobre uma das maiores emoções de sua vida, protagonizada pelo cantor baiano Caetano Veloso. Uma história que mostra a humildade do Rei do Baião e a sua gratidão.
Eu ouvi falar que Caetano Veloso estava na Inglaterra e tinha gravado “Asa branca”. […] Um dia, em Fortaleza, estou passando em frente a uma loja de discos e o vendedor me chamou:
— Não ouvi ainda não.
— Quer ouvir?
— Agorinha! — e entrei na loja. Ele me deu a capa enquanto colocava o disco na vitrola. Essa capa com uma fotografia dele com aquele casaco de inverno, expressava tanta tristeza, mas tanta tristeza, que meus olhos se encheram de lágrimas. Quando tocou o disco, aí eu chorei por dentro de mim. Mas quando ele fez aquela gemedeira de cantador sertanejo, aí eu não agüentei, chorei feio! Foi uma das maiores emoções que eu tive na vida. Muita gente achou aquilo de mau gosto. Mas eu que sou autêntico, eu senti que ele teve uma força muito grande em fazer aquela gemedeira em “Asa branca”. Aí subiu muito o conceito que eu já tinha dele. Esses dois baianos [Caetano e Gil] moram no meu coração. Porque foi justamente através dos baianos, que quando foram para o RJ participar dos grandes festivais fabulosos, com novas toadas, tiveram a dignidade de dizer nas entrevistas deles que tudo aquilo era Luiz Gonzaga. E isso bateu!
Via Valter Abdon Ferreira.
Trasladei do facebook da página do pesquisador e escritor Guilherme Machado.
https://www.facebook.com/guilherme.machado.75992484502
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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