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sexta-feira, 22 de março de 2024

𝑭𝑶𝑮𝑶 𝑫𝑶 𝑺𝑬𝑹𝑹𝑶𝑻𝑬 𝑷𝑹𝑬𝑻𝑶

Acervo do Jaozin Jaaozinn - Escrito por Antônio Amaury e Vera Ferreira

Após a União e o acordo dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas em janeiro de 1925, onde cada força volante poderia adentrar as outras regiões enquanto perseguiam cangaceiros, a agilidade das tropas em confrontar os bandoleiros aumentou mais ainda, facilitando na captura e ou em combater um número elevado de cangaceiros, quando estes se juntavam com outros bandos.

Por este modo, quando os militares ficaram sabendo da passagem de Lampião nas regiões de Custódia/PE, inúmeras forças se locomoveram para a localidade, dentre elas duas da Paraíba. Uma delas era do tenente Francisco de Oliveira, de Princesa Isabel/PB, comandando cerca de 27 homens. Junto com esta seguiu a tropa do tenente Graciliano Salgado, de Carnaíba de Flores/PE, com 40 homens. Entretanto, não duraram muito, porque Francisco não concordava com algumas ordens e o modo de operar de Salgado, onde o paraibano se desmembrou do pernambucano e seguiu com sua tropa original para Custódia.

De lá, obteve informações dos habitantes sobre Lampião e o seu destino, seguindo para o povoado de Sertânia/PE, se encontrando com outra força paraibana, do tenente Joaquim Adaucto, com seus 20 volantes. Ambos seguiram os rastros deixados pelos cangaceiros, conseguindo identificar cerca de 24 bandoleiros, pernoitando no lugarejo chamado Espírito Santo, depois de 15 dias de caminhada.

Informados por um vaqueiro que o tenente João Gomes, de Pernambuco, iria compor a tropa dos paraibanos, trazendo consigo mais de 40 volantes, a tropa já passava de 90 volantes, contando com os três oficiais, onde o destino era Mata Grande/AL. Já no dia 21 de fevereiro em Mata Grande, souberam que os bandoleiros tinham passado no local; a população confrontou duramente os invasores, porém, duas casas comerciais foram roubadas e incendiadas e duas pessoas morreram, outras ficaram feridas.

Lampião e os demais não estavam preparados para uma resistência, onde, em seguida, fugiram para a fazenda Serrote Preto, de Constantino e Dona Maria. Ao chegarem nas moradias, a volante soube que outro grupo seguiu com Virgulino –que seria o grupo do bandoleiro Manoel Pequeno, liderando 17 caboclos–, totalizando 42 cabras. Foram em direção aos rastros dos cangaceiros, encontrando no caminho indícios de suas paradas, como a comida que se alimentaram e uma capa de baralho.

Perto da fazenda, Francisco já estava doido para confrontar os cangaceiros, enquanto João dizia que era melhor fazer uma parada para que os soldados comessem algo. Oliveira responde: “A força da Paraíba, quando tem notícias de cangaceiro, encosta logo.”; e seguiu com sua tropa para a localidade. As 14h, os paraibanos chegaram no terreiro da casa, mas logo escutam o grito de um cangaceiro noticiando a visita indesejada.

Tentaram se aproximar da porta, para o azar deles, foram recebidos por uma chuva de balas, morrendo os volantes Virgulino, Artur, Diménio e o tenente Francisco, saindo ferido o tenente Adaucto. Os de Pernambuco chegaram um pouco mais tarde, trocando ainda mais bala contra os bandidos.

Falavam, os cangaceiros, que “os soldados de Alagoas só comem sururu”, enquanto retrucava a tropa “cambada de ladrões, vocês brigam com a força da Paraíba!”.

Alguns membros da força de Francisco tentavam se proteger numa parte do serrote. Enquanto isso, o volante Ananias Caldeira, se preparou numa ponta do curral da fazenda para abrir fogo em qualquer bandoleiro que passasse em sua mira. Não sabia ele que a casa tinha as famosas torneiras, para um melhor abrigo na hora de tiroteios, e um dos cangaceiros conseguiu o acertar duas vezes (um no braço e outro no rosto), jorrando uma quantidade horripilante de sangue. Fora carregado pelo soldado Manoel Gabriel para um ponto seguro, que depois o sargento José Guedes o colocou mais para dentro da mata. Ananias sobreviveu ao confronto.

Já ao anoitecer, o combate tinha se reduzido. José Guedes e os sobreviventes tentavam a todo custo resgatar os feridos; e tinha um, sendo este o único, ferido no terreiro da casa.

Pediu ajuda para o tenente João Gomes, onde esse recusou em ajudar o rapaz e acabou logo partindo com sua tropa. O volante ferido que fora deixado para trás morreu sangrado pelo cangaceiro Jurema.

No fogo, segundo afirma Antonio Amaury, morreram cerca de dez volantes e dois oficiais (o tenente Joaquim Adaucto não resistiu aos ferimentos e morreu em Paulo Afonso/BA), além de outros ficarem feridos. Na parte dos cangaceiros, Asa Negra, Guri e Corró foram abatidos, enquanto Fato de Cobra, Capuxu e Quixabeira ficaram feridos.

𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬: 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑫𝒆 𝑽𝒊𝒓𝒈𝒖𝒍𝒊𝒏𝒐 𝒂 𝑳𝒂𝒎𝒑𝒊𝒂̃𝒐 - 𝑨𝒏𝒕𝒐𝒏𝒊𝒐 𝑨𝒎𝒂𝒖𝒓𝒚 𝒆 𝑽𝒆𝒓𝒂 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂.

.𝐂𝐀𝐍𝐆𝐀𝐂̧𝐎 𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋𝐄𝐈𝐑𝐎.

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