Acervo do Jaozin Jaaozinn - Escrito por Antônio Amaury e Vera Ferreira
Após a União e
o acordo dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas em janeiro de
1925, onde cada força volante poderia adentrar as outras regiões enquanto
perseguiam cangaceiros, a agilidade das tropas em confrontar os bandoleiros
aumentou mais ainda, facilitando na captura e ou em combater um número elevado
de cangaceiros, quando estes se juntavam com outros bandos.
Por este modo,
quando os militares ficaram sabendo da passagem de Lampião nas regiões de
Custódia/PE, inúmeras forças se locomoveram para a localidade, dentre elas duas
da Paraíba. Uma delas era do tenente Francisco de Oliveira, de Princesa
Isabel/PB, comandando cerca de 27 homens. Junto com esta seguiu a tropa do tenente
Graciliano Salgado, de Carnaíba de Flores/PE, com 40 homens. Entretanto, não
duraram muito, porque Francisco não concordava com algumas ordens e o modo de
operar de Salgado, onde o paraibano se desmembrou do pernambucano e seguiu com
sua tropa original para Custódia.
De lá, obteve
informações dos habitantes sobre Lampião e o seu destino, seguindo para o
povoado de Sertânia/PE, se encontrando com outra força paraibana, do tenente
Joaquim Adaucto, com seus 20 volantes. Ambos seguiram os rastros deixados pelos
cangaceiros, conseguindo identificar cerca de 24 bandoleiros, pernoitando no
lugarejo chamado Espírito Santo, depois de 15 dias de caminhada.
Informados por
um vaqueiro que o tenente João Gomes, de Pernambuco, iria compor a tropa dos
paraibanos, trazendo consigo mais de 40 volantes, a tropa já passava de 90
volantes, contando com os três oficiais, onde o destino era Mata Grande/AL. Já
no dia 21 de fevereiro em Mata Grande, souberam que os bandoleiros tinham
passado no local; a população confrontou duramente os invasores, porém, duas
casas comerciais foram roubadas e incendiadas e duas pessoas morreram, outras
ficaram feridas.
Lampião e os
demais não estavam preparados para uma resistência, onde, em seguida, fugiram
para a fazenda Serrote Preto, de Constantino e Dona Maria. Ao chegarem nas
moradias, a volante soube que outro grupo seguiu com Virgulino –que seria o
grupo do bandoleiro Manoel Pequeno, liderando 17 caboclos–, totalizando 42
cabras. Foram em direção aos rastros dos cangaceiros, encontrando no caminho
indícios de suas paradas, como a comida que se alimentaram e uma capa de
baralho.
Perto da
fazenda, Francisco já estava doido para confrontar os cangaceiros, enquanto
João dizia que era melhor fazer uma parada para que os soldados comessem algo.
Oliveira responde: “A força da Paraíba, quando tem notícias de cangaceiro,
encosta logo.”; e seguiu com sua tropa para a localidade. As 14h, os paraibanos
chegaram no terreiro da casa, mas logo escutam o grito de um cangaceiro
noticiando a visita indesejada.
Tentaram se
aproximar da porta, para o azar deles, foram recebidos por uma chuva de balas,
morrendo os volantes Virgulino, Artur, Diménio e o tenente Francisco, saindo
ferido o tenente Adaucto. Os de Pernambuco chegaram um pouco mais tarde, trocando
ainda mais bala contra os bandidos.
Falavam, os
cangaceiros, que “os soldados de Alagoas só comem sururu”, enquanto retrucava a
tropa “cambada de ladrões, vocês brigam com a força da Paraíba!”.
Alguns membros
da força de Francisco tentavam se proteger numa parte do serrote. Enquanto
isso, o volante Ananias Caldeira, se preparou numa ponta do curral da fazenda
para abrir fogo em qualquer bandoleiro que passasse em sua mira. Não sabia ele
que a casa tinha as famosas torneiras, para um melhor abrigo na hora de
tiroteios, e um dos cangaceiros conseguiu o acertar duas vezes (um no braço e
outro no rosto), jorrando uma quantidade horripilante de sangue. Fora carregado
pelo soldado Manoel Gabriel para um ponto seguro, que depois o sargento José
Guedes o colocou mais para dentro da mata. Ananias sobreviveu ao confronto.
Já ao
anoitecer, o combate tinha se reduzido. José Guedes e os sobreviventes tentavam
a todo custo resgatar os feridos; e tinha um, sendo este o único, ferido no
terreiro da casa.
Pediu ajuda para
o tenente João Gomes, onde esse recusou em ajudar o rapaz e acabou logo
partindo com sua tropa. O volante ferido que fora deixado para trás morreu
sangrado pelo cangaceiro Jurema.
No fogo,
segundo afirma Antonio Amaury, morreram cerca de dez volantes e dois oficiais
(o tenente Joaquim Adaucto não resistiu aos ferimentos e morreu em Paulo
Afonso/BA), além de outros ficarem feridos. Na parte dos cangaceiros, Asa
Negra, Guri e Corró foram abatidos, enquanto Fato de Cobra, Capuxu e Quixabeira
ficaram feridos.
𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬:
𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐
𝑫𝒆
𝑽𝒊𝒓𝒈𝒖𝒍𝒊𝒏𝒐
𝒂
𝑳𝒂𝒎𝒑𝒊𝒂̃𝒐
- 𝑨𝒏𝒕𝒐𝒏𝒊𝒐
𝑨𝒎𝒂𝒖𝒓𝒚
𝒆
𝑽𝒆𝒓𝒂
𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂.
.𝐂𝐀𝐍𝐆𝐀𝐂̧𝐎
𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋𝐄𝐈𝐑𝐎.
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