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terça-feira, 11 de junho de 2024

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Acervo de Jaozin Jaaozinn

Em 14 de outubro de 1930, os pacatos sergipanos de Aquidabã/SE, estes que nunca feriram ou ameaçaram a vida de Virgolino, sentiram da mais fina e dolorosa dor dos impiedosos asseclas do Rei do Cangaço.

Por possíveis ajustes de contas, o grupo, composto por cerca de 18 bandoleiros, acaba atacando o povoado Cajueiro no mesmo dia, de manhãzinha, aprisionando o proprietário da fazenda Pai Joaquim, o Sr. José Custódio de Oliveira, popular Zé do Papel, tomando a quantia de 850$000, além de joias, roupas e objetos de uso. No vira meche na casa do fazendeiro, descobrem dez balas de rifle; Lampião pergunta-lhe sobre a arma, Zé responde que emprestou para o Dr. Juarez Figueiredo, juiz de Aquidabã. Virgulino, ao saber disso, pensa que Juarez pedira o rifle para resistir ao bando, fazendo com que Lampião seguisse direto para a cidade.

Levam Zé do Papel como guia da cidade, escoltado por Lampião, Volta Seca e Moderno. Ao chegarem no local, na boca da noite, ocorre o ataque: enquanto José estava ao lado dos três bandoleiros, os demais seguiam em direção para as casas dos moradores, tomando, surrando e torturando aquele que passasse em sua frente. Não encontram Juarez em sua casa, porém, naquele momento, se encontrava um amigo do mesmo, Sr. Xavier dos Monte, que, possivelmente, levou uma surra dos cangaceiros. Com cipó de boi, ou bolo (a famosa palmatória) ou então com seus punhais, invadiam as moradas, botando medo e cicatrizes em quem fosse.

A exemplo do lar de José Xavier, fazendeiro e negociante local, que lhe meteram bolos e mais bolos para que o dito indicasse o dinheiro, tomando mais e mais por negar entregar. Sua mulher, Dona Celina? Entrou também no rolo; a cada ofensa dita por ela contra os bandoleiros, mais apanhava por sua "mal criação". Aos que conseguiram fugir em direção ao mato, foram somente com a roupa do corpo, e aos que ficaram, foram testemunhas das mais horrendas mortes e humilhações.

Naquele furdunço e terror, aparece Souza de Manoel do Norte, um rapaz que sofria com problemas mentais e que recebera o "carinhoso" apelido de Abestalhado, enfrentando os bandoleiros com seu inofensivo canivete que cortava fumo. Ao verem isso, ordenam que acabem com o infeliz, incumbido o temível Zé Baiano para o trabalho.

O Pantera Negra com seu longo punhal contra Manoel e sua faca de marinheiro. E é claro, o mata rapidamente, por sua costumeira matança de guerra, a golpes fortes. No final, a sangue frio, Zé Baiano abre a barriga do Abestalhado, utilizando da gordura presente de seu adversário para lubrificar as suas armas.

Já em outra casa, do velho morador Aurélio, agricultor, fora recebido pela tenebrosa visita de Moderno e Volta Seca, querendo o dinheiro do homem. Nega-lhes nitidamente o dinheiro, onde, como punição, Virgínio bate-lhe com o cabo do punhal, enquanto Antônio dos Santos "pepina-o".

Virgolino teria tomado seis contos de Antônio Teodoro dos Santos, e, pensando que este teria mais, acaba torturando e dizendo que iria picota-lo se não entregasse o restante do dinheiro. Depois de tal tortura, Lampião percebe que dali não encontraria nada realmente, poupando o velho da morte, jogando ainda um pouco de conhaque na cabeça de Antônio para amenizar a dor.

Nos finais da triste passagem, Zé do Papel tem sua orelha arrancada a mando de Lampião; seu irmão, Antônio Custódio, quando veio acudi-lo, também acaba tendo o mesmo destino; e ainda mais outro, o roceiro Eduardo Melo, além de ser espancado a coice de fuzil por Zé Baiano, perde uma das orelhas, morrendo alguns meses depois.

Após essas atrocidades grotescas, o bando segue para Capela/SE, onde, no caminho, faziam mais e mais vítimas.

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