Por José Cícero
Estive a conferir de perto todas as emoções que foi a solenidade de posse da nova diretoria da AFA, assim como de todo o ato festivo ocorrido no último sábado em Fortaleza. Um autêntico encontro, ou mesmo um reencontro de gerações.
Homens e mulheres aurorenses das mais variadas ramificações familiares, mas que têm em comum, além do amor à terra em que nasceram – uma incontida paixão por tudo aquilo que diz respeito a sua terra natal. Uma confraria de grandes entusiastas e admiradores de Aurora, em torno da qual se reúnem para matar saudade, rever amigos, falar das coisas boas de outrora e de outras amenidades comezinhas que ficaram como que eternizadas no baú das memórias.
Boas estirpes, cujas raízes ancestrais de alguma maneira ainda se mantêm ligadas ao solo fértil e sagrado do vale sul caririense. Filhos e amigos de uma Aurora indelével, romântica e aprazível. Tão majestosa e bela qual imagem de uma donzela indígena-Kariri, ainda hoje a se banhar nas águas do Salgado – o rio mais doce do mundo.
De uma Aurora-passado prenhe de reminiscências que nas lembranças de todos “eles” ainda permanece como dantes: Um tanto bucólica, calma e adolescente, desafiando com a sua paz e calmaria a voracidade dos anos. Assim como toda a avidez de um tempo dito moderno assaz indvidualista e conflitante, como combustível alimentando o atual esquecimento histórico.
AFA - Uma boa gente que através dos anos aprendeu amar sua terra também no pretérito. E que não aceitou simplesmente a horrível sensação que a sociologia denominou de 'não-lugar'. A todos imposta como uma sentença de granito pelo árduo e cruel cotidiano da grande metrópole.
Eu estive lá e vi toda a dimensão da alegria fraternal estampada, em forma de sorrisos, nos semblantes de todos eles. Vi por assim dizer, a prática interessante da verdadeira arte do encontro realizada naquele bonito evento organizado pela grande colônia dos aurorenses residentes na capital cearense. O calor do contato humano como a desafiar toda a frieza das convenções da grande cidade. Um congraçamento de amigos e de irmãos ligados pelos laços inquebrantáveis de uma bela e fantástica história chamada Aurora. Quase um lenitivo contra o artificialismo citadino. Puro refrigério para a alma e o espírito. Um mergulho efetivo e afetivo no tempo e no espaço.
Quase um grito uníssono de protesto ante as indelicadezas do mundo pós-moderno diante da sensação indizível do eterno retorno. Um momento dos mais linsonjeiros e afirmativos proporcionado pela argamassa do otimismo cimentado pela sinergia de todos aqueles que amam de verdade a terrinha do Menino Deus.
Uma pena, que muitos outros ainda não se permitiram se desvencilhar sequer um pouco da dura correria do dia a dia no sentido de, vez por outra, também puderem compartilhar destes instantes simples da vida e que por isso mesmo não têm preço. E por conseguinte, dada a força do sentimento afetivo e memorialista que carregam, poderíamos muito bem, chamá-los, tão somente de 'momentos eternos'.
Oh, Aurora como dói se estar tão longe! E o quanto é doce e maravilhoso falar dos anos idos em que felizes vivemos e adolescemos pelo tempo jubiloso fo teu passado...
Prof. José Cícero
Secretário de Cultura, Turismo e Esporte -
Aurora/CE.
LEIA MAIS EM:
Foto: 'Aurora Bucólica'(rio Salgado) M.Bittecourt/93- Arquivo JC
Enviado pelo Secretário de Cultura de Aurora, José Cícero
Nenhum comentário:
Postar um comentário