Por: Geraldo Maia do Nascimento
Nasceu na cidade paraibana de Araruna, a 8 de setembro de 1895, mas foi em Mossoró onde viveu a maior parte da sua vida, desempenhando as atividades de comerciante, dono de livraria, atelier fotográfico e jornalista combativo. Como jornalista, fundou e dirigiu “O Correio do Povo”, o primeiro jornal que circulou diariamente em Mossoró. Publicou o livro “Terra Nordestina, problemas, Homens e Falas”, e escreveu um trabalho em versos historiando o ataque de Lampião a Mossoró. Foi Inspetor Federal do Ensino e primeiro prefeito provisório de Mossoró, após a Revolução de 30. Governou Mossoró no período de 6 de outubro de 1930 a 17 de outubro de 1930. Foi, portanto, o chefe da edilidade mossoroenses que menos tempo permaneceu em exercício.
Em 1930 acontecia no Brasil um movimento armado, liderado pelos Estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. Essa Revolução culminou com o golpe de Estado que depôs o presidente da república Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha, levando Getúlio Vargas a assumiu o destino da Nação.
Com a Revolução os governantes estaduais são depostos pelos \\\"tenentes\\\". No RN começou uma disputa pelo poder onde a Aliança Liberal do Estado ficou dividida em torno dos nomes Café Filho e de Silvino Bezerra Neto para o governo. Para resolver a questão foi instituída uma Junta Governativa Militar, que assumiu em 06 de outubro de 1930. Essa junta garantiu a ordem pública e consolidou a mudança de poder. E foi essa junta que nomeou José Octávio para ocupar o cargo de Prefeito Revolucionário Provisório de Mossoró, onde permaneceu no cargo por apenas 11 dias. Claro que num tempo tão curto não chegou nem a pensar num plano administrativo a executar. Limitou-se apenas a receber as caravanas revolucionárias que aqui chegavam e a zelar pela manutenção da ordem ameaçada de sublevação pelos correligionários mais exaltados.
Segundo o escritor Raimundo Nonato, José Octávio “era, por seu feitio e disposição, temperamental, um espírito forte, um homem de lutas, que não se mantinha indiferente ante as alternativas da política partidária, em cujas fileiras militou ativamente na grei do cafeísmo, depois da revolução de 1930.
Enfim, uma figura inquestionavelmente discutida a de José Octávio Pereira, porém, um cidadão que, fora de dúvida, deixou nesta cidade um marco da sua vida e do seu trabalho e um exemplo permanente das suas atitudes de independência e de espírito de brasilidade”.
Nos 11 dias que passou como gestor público de Mossoró, ocorreram na cidade alguns fatos que exigiram que o novo governante, desde o primeiro momento de sua administração, tomasse atitudes firmes para evitar tumultos na cidade provocados pela nova ordem política: na noite do dia 06 de outubro, o mesmo dia da sua posse, uma coluna de revolucionários do interior da Paraíba, chefiada por Sá Cavalcanti e Janduí Carneiro, após penetrar no Rio Grande do Norte, chega a Mossoró, sendo recebida com aplausos pelo povo, já com laços vermelhos na lapela e lenço no pescoço. A coluna ficou alojada no então Colégio Santa Luzia, de onde foi retirada por ordem do Tenente Jonathas Luciano, comandante de uma corporação do Exército, vinda de Natal, sob o argumento de que os paraibanos, chamados “coluna pente fino”, haviam cometido saques no comércio de Patu, muito em desacordo com o que pregavam os autênticos revolucionários.
A 12 do mesmo mês, assumiu o governo do Estado o interventor Ireneu Jôfile, que logo nos primeiros dias nomeou o Cônego Amâncio Ramalho para o cargo de Prefeito Provisório de Mossoró, a quem Octávio transmitiu o cargo a 16 do mesmo mês de outubro, encerrando assim a sua gestão administrativa.
José Octávio faleceu a 3 de abril de 1958, em Niterói/RJ, para onde fora em tratamento de saúde.
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Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
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