Por: Arthur Pedro(*)
O cangaceiro Antonio Silvino
Uma das legendas do cangaço, teve fama não somente por ser um bom atirador - ganhando o apelido de "O Rifle de Ouro", inclusive, mas também por ser um grande conquistador. "O cangaceiro flechou o coração de várias mulheres, tendo filhos com cerca de 40 com quem manteve relações durante a sua vida", conta o pesquisador Frederico Pernambucano de Mello.
"Mas muitos desses filhos foram ilegítimos, pois as mulheres não revelavam a verdadeira identidade do pai de seus filhos com medo deles serem arrastados por Silvino para a vida do cangaço", revela Severino Baptista de Morais, um dos quatro filhos reconhecidos por Manuel Baptista de Morais, verdadeiro nome de Antonio Silvino. Um dos filhos ilegítimos de Silvino, citado por Assis Chateaubriand, teria sido o empresário José Ermírio de Morais.
"Chatô citou José Ermírio de Morais como filho espúrio de Antonio Silvino num artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 1956, intitulado "O Vira Lata da Avenida Paulista",
conta Severino de Morais, que adianta: "isto poderia ser apenas uma briga entre grandes empresários não tivesse José Ermírio se utilizado desse fato para sair dizendo que era filho de cangaceiro no sertão de Pernambuco quando fez sua campanha para o senado. Porém, de pois que ganhou a eleição, José Ermírio não tocou mais no assunto.
Mas esses são apenas alguns detalhes pessoais, não comprovados, da vida de Antonio Silvino, que merece novos estudos a respeito de sua histórias, que começou em 1875, ano de seu nascimento em Ingazeira, no Vale do Pajeú, Sertão pernambucano, a 381 Km do Recife.
A entrada para o cangaço se deu em 1898, quando Silvino herdou a chefia do bando que pertencia a seu tio, Silvino Aires, que foi preso em Custódia. Do tio ele herdou o nome, o bando e o fato de ser um dos pioneiros do cangaço - Lampião só apareceria como um grande e maior personagem do fenômeno social do cangaço na segunda década do século XX.
Porém, dois anos antes de assumir a chefia de um bando, Antonio Silvino já tinha um motivo para se tornar um cangaceiro. Motivo parecido com os motivos com os motivos que levaram outros homens do Sertão nordestino para o cangaço, o assassinato de um parente. O parente de Silvino assassinado foi o seu próprio pai, Pedro Rufino de Almeida Baptista, o "Baptistão", que foi morto por uma volante policial, em 1896. Depois desse fato, Silvino ficou famoso no Sertão pelas tropelias que praticava, com destaque para o assassinato do delegado de Ingazeira, Francisco Braz, e o assalto à Fazenda Feliciano, em Moxotó.
A fama de Antonio Silvino cresceu e o primeiro folheto de cordel sobre o cangaço apareceu em 1901, sob o título de "A Canção de Antonio Silvino", de autoria de Leandro Gomes de Barros, inspirado na "Canção de Rolando", (guerreiro medieval que participou das Cruzadas servindo a Carlos Magno).
Na edição de 1ª de Junho de 1903, o Jornal Pequeno, do Recife, chamou Silvino de célebre Bandido". Em 1904, ele e seu bando tomaram a Vila do Pilar, na Paraíba, e saquearam a casa comercial do comendador Joaquim Pio Napoleão e soltaram os presos da cadeia municipal. Aparece por essa época o folheto "A história de Antonio Silvino", de Francisco da Chagas Batista.
Em 1906, Silvino teve a cabeça posta a prêmio pelo Governo de Pernambuco, por 20 contos de reis. Em 1907, o cangaceiro impediu a construção de um trecho da estrada de ferro que passava por suas terras, no município de Itabaiana, na Paraíba, e mandou pedir 30 contos de reis aos ingleses da Great Western, que promoveram uma "acomodação com o bandido por 15 contos de reis".
O apelido de Rifle de Ouro" Silvino ganharia em 1909, através do cordelista Leandro Gomes, que admirava sua boa pontaria. Em 28 de Novembro de 1914, o cangaceiro foi preso em Taguaritinga (PE), vindo para a Casa de Detenção do Recife. Em 37, ele foi solto por ordem do general Newton Cavalcanti e passou a residir no Rio com o filho Severino vindo falecer 1m 1944.
(*)Jornalista mestrando em Histórias pela Universidade Federal de Pernambuco.
Fonte:
Diário
Oficial
Estado
de Pernambuco
Ano
IX
Julho
de 1995
Material
cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir
Dantas
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Caros pesquisadores: Gostaria de saber com certeza se é verdade que Antonio Silvino teve um filho que veio a se tornar General do Exército?
ResponderExcluirGrato,
Antonio Oliveira - E-mail: antonioj.oliveira@yahoo.Com.br
Até aqui caros companheiros, creio que não obtivemos a resposta da pergunta acima. Sei que o Dr. Sérgio Dantas, lendo tal pergunta, irá responder com certeza.
ResponderExcluirAntonio Oliveira - e-mail: antonioj.oliveira@yahoo.com.br
Antonio - Serrinha-Ba.
Ele era meu tio avo dizia meu avo
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