Por: Francisco de Paula Melo Aguiar
É sem dúvida mais fácil enganar
uma multidão do que um só homem.
Heródoto
A fotografia ímpar registra a
vista parcial da Capela do Engenho Santo André, zona rural próxima a área
urbana cidade de Santa Rita, possível berço natal de André Vidal de Negreiros,
segundo alguns historiadores da terra, ainda sem comprovação documental de tal
acontecimento, dentre os quais o escritor João Ribeiro Filho, que em
"Santa Rita (re)contada em fatos e fotos: do engenho à emancipação"
(João Pessoa:Ed. Sal da Terra, 2012), que menciona à página 105: "Vista da
Capela de Santo André - tem profundo valor histórico devido ter sido palco das
grandes lutas contra os invasores holandeses, pois nesse engenho foi instituído
o Arraial de Santo André, nessa capela foi batizado o grande líder paraibano e
nordestino Vidal de Negreiros".
Do acervo do escritor Francisco de Paula Melo Aguiar
Uma obra de pesquisa histórica e literária
de nossa terra de valor extraordinária, tendo em vista sua linguagem de fácil
entendimento dos fatos relacionados em cada momento de nossa existência social,
antropologicamente falando. Ressaltamos que temos dúvidas no tocante a falta de
comprovação documental de tal fato, por exemplo, naquele tempo Santa Rita ainda
não era freguesia, a Capela (como foro eclesiástico ou freguesia) de Santa Rita
de Cássia só foi constituída em 1776, o Brasil era Colônia de Portugal, século
XVI/XVII, portanto, tudo era feito em comum acordo com a Igreja e o Estado
Português que tinha religião oficial, a católica, o tempo histórico vivenciado
era o Brasil-Colônia, deste modo os registros de propriedades rurais, de
casamentos, de falecimentos e de batismos eram feitos junto a freguesia da
Igreja Católica Apostólica Romana, sediada em Felipeia de Nossa Senhora das
Neves, Frederica e Parahyba (a atual João Pessoa, a partir da Revolução de 1930
do século XX). Então fica uma pergunta no ar: onde se encontra lavrado o
"batistério" com a assinatura do padre que batizou (quem foi ele?) o
herói André Vidal de Negreiros que comprove que ele nasceu e batizou-se na
Capela do Engenho Santo André, localizada atualmente em Santa Rita, entre o Rio
São Domingos (atual Rio Paraíba) e a Rodovia PB/04 de acesso a Cruz do Espírito
Santo/PB? A nossa indagação não é uma contestação ao ilustre historiador João
Ribeiro Filho, a sua obra é extraordinária, porém, é uma observação que
levantamos em respeito ao público leitor dos textos literários e históricos que
escrevemos em versos e em prosas diariamente. A Capela Santo André, que durante
décadas pertenceu ao patrimônio da falida Usina Santa Rita S/A, foi derruba
totalmente (antes da falência daquele império agroindustrial) e sobre o seu
terreno foi plantado cana de açúcar, posteriormente o terreno foi adquirido
(comprado) e lá edificado um matadouro de animais (bois, etc). É um pedaço de
nossa história que as novas gerações não conheceram, tendo em vista a
destruição de nossa memória construída de pedra e cal por nossos antepassados
nos séculos XVI,XVII,XVIII, XIX e XX, época em que aconteceu a destruição total
do conjunto arquitetônico da bases da Casa Grande, do Engenho, da
Senzala e da Capela de Santo André, em nosso município de Santa Rita,
tão rico de fonte histórica turística e pouco explorada local, regional e
nacionalmente falando. Tudo parece que não temos história para contar aos visitantes
e/ou passantes por nossa terra. Não, temos história sim para contar a tudo e a
todos, e até porque, o grande Heródoto que enfoca que “pensar o passado para
compreender o presente e idealizar o futuro”, é preciso sim sempre.
E isso é apenas um exemplo da destruição do patrimônio material e cultural de nossa gente, portanto, pertencente a todos nós, porque “em época de paz, os filhos enterram os pais, enquanto em época de guerra são os pais que enterram os filhos”, ex-vi afirmação do homem considerado como pai da História em todos os tempos da civilização humana, pois, nós santarintenses necessitamos com urgência construirmos e reconstruirmos nossa “Halicarnasso”, por analogia e/ou apologia a obra básica da História Universal (Geral), o primeiro escrito a ter este título, pois, o que vale dizer que foi na realidade a primeira grande tentativa do homem (Heródoto) na face da terra em registrar e/ou sistematizar o conhecimento de suas próprias ações ao longo do tempo e que data aproximadamente de 440 a.C.
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Enviado pelo o autor Francisco de Paula Melo Aguiar
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