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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A CAPELA DE SANTO ANDRÉ

Por: Francisco de Paula Melo Aguiar

É sem dúvida mais fácil enganar uma multidão do que um só homem.
Heródoto

A fotografia ímpar registra a vista parcial da Capela do Engenho Santo André, zona rural próxima a área urbana cidade de Santa Rita, possível berço natal de André Vidal de Negreiros, segundo alguns historiadores da terra, ainda sem comprovação documental de tal acontecimento, dentre os quais o escritor João Ribeiro Filho, que em "Santa Rita (re)contada em fatos e fotos: do engenho à emancipação" (João Pessoa:Ed. Sal da Terra, 2012), que menciona à página 105: "Vista da Capela de Santo André - tem profundo valor histórico devido ter sido palco das grandes lutas contra os invasores holandeses, pois nesse engenho foi instituído o Arraial de Santo André, nessa capela foi batizado o grande líder paraibano e nordestino Vidal de Negreiros". 


Do acervo do escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

Uma obra de pesquisa histórica e literária de nossa terra de valor extraordinária, tendo em vista sua linguagem de fácil entendimento dos fatos relacionados em cada momento de nossa existência social, antropologicamente falando. Ressaltamos que temos dúvidas no tocante a falta de comprovação documental de tal fato, por exemplo, naquele tempo Santa Rita ainda não era freguesia, a Capela (como foro eclesiástico ou freguesia) de Santa Rita de Cássia só foi constituída em 1776, o Brasil era Colônia de Portugal, século XVI/XVII, portanto, tudo era feito em comum acordo com a Igreja e o Estado Português que tinha religião oficial, a católica, o tempo histórico vivenciado era o Brasil-Colônia, deste modo os registros de propriedades rurais, de casamentos, de falecimentos e de batismos eram feitos junto a freguesia da Igreja Católica Apostólica Romana, sediada em Felipeia de Nossa Senhora das Neves, Frederica e Parahyba (a atual João Pessoa, a partir da Revolução de 1930 do século XX). Então fica uma pergunta no ar: onde se encontra lavrado o "batistério" com a assinatura do padre que batizou (quem foi ele?) o herói André Vidal de Negreiros que comprove que ele nasceu e batizou-se na Capela do Engenho Santo André, localizada atualmente em Santa Rita, entre o Rio São Domingos (atual Rio Paraíba) e a Rodovia PB/04 de acesso a Cruz do Espírito Santo/PB? A nossa indagação não é uma contestação ao ilustre historiador João Ribeiro Filho, a sua obra é extraordinária, porém, é uma observação que levantamos em respeito ao público leitor dos textos literários e históricos que escrevemos em versos e em prosas diariamente. A Capela Santo André, que durante décadas pertenceu ao patrimônio da falida Usina Santa Rita S/A, foi derruba totalmente (antes da falência daquele império agroindustrial) e sobre o seu terreno foi plantado cana de açúcar, posteriormente o terreno foi adquirido (comprado) e lá edificado um matadouro de animais (bois, etc). É um pedaço de nossa história que as novas gerações não conheceram, tendo em vista a destruição de nossa memória construída de pedra e cal por nossos antepassados nos séculos XVI,XVII,XVIII, XIX e XX, época em que aconteceu a destruição total do conjunto arquitetônico da bases da Casa Grande, do  Engenho, da  Senzala e da Capela de Santo André, em nosso município de Santa Rita, tão rico de fonte histórica turística e pouco explorada local, regional e nacionalmente falando. Tudo parece que não temos história para contar aos visitantes e/ou passantes por nossa terra. Não, temos história sim para contar a tudo e a todos, e até porque, o grande Heródoto que enfoca que “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”, é preciso sim sempre.
                         
E isso é apenas um exemplo da destruição do patrimônio material e cultural de nossa gente, portanto, pertencente a todos nós, porque “em época de paz, os filhos enterram os pais, enquanto em época de guerra são os pais que enterram os filhos”, ex-vi afirmação do homem considerado como pai da História em todos os tempos da civilização humana, pois, nós santarintenses necessitamos com urgência construirmos e reconstruirmos nossa “Halicarnasso”, por analogia e/ou apologia a obra básica da História Universal (Geral), o primeiro escrito a ter este título, pois, o que vale dizer que foi na realidade a primeira grande tentativa do homem (Heródoto) na face da terra em registrar e/ou sistematizar o conhecimento de suas próprias ações ao longo do tempo e que data aproximadamente de 440 a.C.

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Enviado pelo o autor Francisco de Paula Melo Aguiar
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