Movimento que
surgiu na primeira metade da década de 1890, com a pregação de Antônio
Conselheiro, um líder beato local que passou a ser seguido pelas populações do
sertão baiano como uma espécie de messias. O beato começo a pregar por volta de
1870, tendo sido proibido de fazê-lo em 1882 por ordem da Igreja Católica. Após
a proclamação da República de 1889, passou a criticar a República devido ao
estabelecimento do casamento civil e à separação entre Igreja e Estado.
Monumento
de Antônio Conselheiro, no Parque Estadual de Canudos
LUCIANO ANDRADE/
LUCIANO ANDRADE/
Participou de
uma rebelião contra a cobrança de impostos em 1893, e fixou-se no arraial de
Canudos (no vale do rio Vaza-Barris), ao lado de milhares de sertanejos aos
quais prometia a salvação espiritual. Fundou-se uma comunidade autônoma onde se
produziam os próprios meios de subsistência. Os produtos básicos era divididos
e a condição de miséria das populações marginalizadas era amenizada.
O movimento é normalmente associado às péssimas condições de vida que existiam na região nordeste desde o final do Império. A área era dominada por grandes latifúndios de baixa produtividade, por uma oligarquia política arcaica e contendo uma grande massa de excluídos e miseráveis. Somando-se a isso a frequência de secas e a baixa produtividade das terras locais, o resultado era que muitos sertanejos juntavam-se em bandos paralegais ou criminosos (como o cangaço) visando garantir sua sobrevivência, fenômeno que passou a ser chamado de “banditismo social” pelos historiadores.
O movimento é normalmente associado às péssimas condições de vida que existiam na região nordeste desde o final do Império. A área era dominada por grandes latifúndios de baixa produtividade, por uma oligarquia política arcaica e contendo uma grande massa de excluídos e miseráveis. Somando-se a isso a frequência de secas e a baixa produtividade das terras locais, o resultado era que muitos sertanejos juntavam-se em bandos paralegais ou criminosos (como o cangaço) visando garantir sua sobrevivência, fenômeno que passou a ser chamado de “banditismo social” pelos historiadores.
Ruínas da
entrada do cemitério da antiga cidade de Canudos - Arquivo/AE
Em 1896,
Canudos contava com uma população estimada entre 10 mil e 25 mil habitantes, e
continuava crescendo. Tal inchaço demográfico e a atração que a comunidade
causava começaram a incomodar as oligarquias, o clero e a imprensa locais, que
difundiram rumores de que Canudos seria um movimento monarquista e uma ameaça à
República. Os sertanejos de Canudos eram qualificados como “fanáticos”.
No mesmo ano, Conselheiro encomendou uma remessa de madeira em Juazeiro com o objetivo de construir uma igreja. Quando esta atrasou, alegou-se que a comunidade de Canudos estaria se preparando para lançar uma ofensiva armada contra as autoridades para conseguir o produto pela força. O governo da Bahia, por conseguinte, enviou duas expedições armadas contra os beatos. A primeira com cerca de uma centena de homens, e a segunda com 500 homens. Ambas as expedições foram derrotadas pelos sertanejos.
Face às humilhantes derrotas, o governo baiano organizou uma terceira expedição, mais volumosa e bem equipada. Eram cerca de mil e duzentos homens, comandados pelo célebre coronel Moreira César.
No mesmo ano, Conselheiro encomendou uma remessa de madeira em Juazeiro com o objetivo de construir uma igreja. Quando esta atrasou, alegou-se que a comunidade de Canudos estaria se preparando para lançar uma ofensiva armada contra as autoridades para conseguir o produto pela força. O governo da Bahia, por conseguinte, enviou duas expedições armadas contra os beatos. A primeira com cerca de uma centena de homens, e a segunda com 500 homens. Ambas as expedições foram derrotadas pelos sertanejos.
Face às humilhantes derrotas, o governo baiano organizou uma terceira expedição, mais volumosa e bem equipada. Eram cerca de mil e duzentos homens, comandados pelo célebre coronel Moreira César.
Vista do mirante de Canudos, a estátua de Antônio Conselheiro, no Parque Estadual de Canudos, na Bahia - LUCIANO ANDRADE/AE
No entanto, a
nova expedição não obteve sucesso e seu comandante foi morto pelos sertanejos.
Essa derrota levou a uma enorme insatisfação da opinião pública no Rio de
Janeiro, culminando com a depredação de jornais monarquistas e um assassinato.
Finalmente, foi organizada uma nova expedição militar pelo governo federal, na época representado pelo presidente Prudente de Morais. A quarta leva de soldados cercou a comunidade e a bombardeou. Os rebeldes forma aniquilados em outubro de 1897. O cadáver de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada.
O jornalista Euclides da Cunha foi correspondente do jornal “O Estado de S. Paulo” (na época “Província de São Paulo”) em Canudos e descreveu a quarta campanha do exército republicano contra a comunidade. Sua cobertura para o jornal rendeu ao Brasil um de seus maiores clássicos literários, o livro “Os Sertões”. Após a derrota da terceira expedição, Cunha havia publicado no jornal um artigo intitulado “A nossa Vendéia”, no qual comparava o conflito baiano a um episódio da revolução francesa, e demonstrara seu apoio à República.
Finalmente, foi organizada uma nova expedição militar pelo governo federal, na época representado pelo presidente Prudente de Morais. A quarta leva de soldados cercou a comunidade e a bombardeou. Os rebeldes forma aniquilados em outubro de 1897. O cadáver de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada.
O jornalista Euclides da Cunha foi correspondente do jornal “O Estado de S. Paulo” (na época “Província de São Paulo”) em Canudos e descreveu a quarta campanha do exército republicano contra a comunidade. Sua cobertura para o jornal rendeu ao Brasil um de seus maiores clássicos literários, o livro “Os Sertões”. Após a derrota da terceira expedição, Cunha havia publicado no jornal um artigo intitulado “A nossa Vendéia”, no qual comparava o conflito baiano a um episódio da revolução francesa, e demonstrara seu apoio à República.
Vista das ruínas da igreja de Canudos - LUCIANO ANDRADE/AE
No entanto, ao
visitar pessoalmente os revoltosos e assistir ao extermínio perpetrado pelas
forças republicanas, o autor se decepcionou profundamente com o exército e
passou a ver o conflito com outros olhos.
Seu clássico
foi publicado em 1902. Nele, o jornalista enaltecia a raça dos sertanejos
(“rocha viva de nossa raça”) em oposição aos “litorâneos” e apontava os
problemas da República, como o militarismo. Denunciou, através de seu livro, o
massacre dos vencidos e o comércio de mulheres e crianças, interpretação que se
tornou marcante e hegemônica na memória nacional.
Fonte -
http://acervo.estadao.com.br/noticias/topicos,canudos,881,0.htm
Fonte -
http://acervo.estadao.com.br/noticias/topicos,canudos,881,0.htm
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.wordpress.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Mendes amigo: A História de Canudos é conhecida por nós educadores e pelos educandos. Contudo, a maneira didática da elaboração do texto do nobre historiador Rostand Medeiros, abre-nos amplamente o nosso entendimento do assunto. Parabéns ao professor Medeiros pela eficiente redação, e a você - como sempre -, pela constante dedicação em divulgar a história do nosso povo.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio José de OLiveira - Povoado Bela Vista - Serrinha-Ba.