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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O CORONEL JOSÉ PEREIRA LIMA E A FAZENDA ABÓBORAS.


O Coronel Braz Nunes de Magalhães foi proprietário por herança, da fazenda Abóboras. Alguns anos mais tarde o Coronel Marçal Florentino Diniz, de Princesa Isabel – PB adquiriu por compra para explorar a pecuária.

Alexandrina, filha do Coronel Marçal, contraiu matrimonio com José Pereira Lima. Este havia abandonado os estudos universitários para assumir a direção política de Princesa Isabel – PB, em virtude do falecimento do pai.

O Coronel José Pereira Lima foi deputado estadual na Paraíba por 16 anos. Era um fidalgo no trato com as pessoas e elegante no modo de se vestir. Amigo e correligionário de Epitácio Pessoa, então Presidente da República, fez parte da comissão de recepção ao Rei Baldoino, da Bélgica, que veio participar, em 1922, das comemorações do centenário da Independência do Brasil.

Por razões ligadas a distribuição de vagas para deputado federal, José Pereira rompeu com o governador da Paraíba o Dr. João Pessoa. 

As hostilidades foram inevitáveis, mas o caudilho reagiu contando com o apoio do Presidente da Republica, Washington Luiz que lhe mandou armas e munição para uma revolução civil que deporia o Governador.

Foram recrutados homens em todo sertão. Creio que Vila Bela lhe mandou o maior contingente, porque algumas lideranças locais apoiaram-no incondicionalmente. O município de Princesa foi transformado em “território livre”.

Com o assassinato do Governador João Pessoa em Recife, o Coronel José Pereira ficou em pânico. Retirou-se de Princesa, esteve na Fazenda Abóboras em Serra Talhada, escondeu-se em uma furna da serra do Mucuitu e dali se transferiu para o estado de Alagoas.

Providenciou um burro com carga de redes, mudou o nome para Antônio Pedro, atravessou o rio São Francisco em uma canoa, chegando à cidade de Santo Antônio da Glória na Bahia.

Refeito das angústias dos primeiros meses, deu rédeas ao burrico, seguindo trilhas ao arrepio das águas do São Francisco. Viagem penosa, porém chegou com vida às proximidades de Santa Maria da Boa Vista. Outra vez usando canoa alcançou as barrancas pernambucanas do “Velho Chico”.

Desejava chegar ao engenho Roncador, em Barbalha – CE, do Coronel João da Cruz, cujo genro José Bezerra Leite era seu amigo desde o tempo em que morava em Triunfo. Ao apertar a mão de Bezerra Leite respirou aliviado. Diz o autor: “Eu conheci pessoalmente o quarto do Coronel naquele engenho. Ambiente bucólico e saudável onde só lhe faltou o aconchego da família”.

Depois da anistia que lhe foi concedida, José Pereira chegou a Serra Talhada, onde construiu uma confortável residência e lá recebia os seus melhores amigos do tempo da “revolta”.

Como houvesse avalizado, em Princesa Isabel, perante uma empresa de combustíveis, os negócios de um amigo que falira, revendedor de gasolina e óleo, José Pereira teve seus bens arrestados (embargados) para cobrir o valor do aval. Os imóveis e benfeitorias foram praticamente destruídos, em face do abandono a que ficaram relegados.
Posteriormente, a empresa perdeu em última instância judiciária uma ação indenizatória de CR$4.440.000,00.

O Coronel foi ao Rio de Janeiro receber o cheque desse valor.

Em seu retorno a Pernambuco foi surpreendido por uma crise aguda de apêndice, e como não resistiu à infecção generalizada, faleceu em Recife.

Do livro: Serra Talhada 250 Anos de História, 150 anos de Emancipação Política.
De: Luiz Lorena

Adquirido no: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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