Jornalista Rubens Coelho
Como tudo na
vida é relativo, a lei da relatividade existe na natureza e no mundo. Por essa
ótica, diremos que o “homem é produto das circunstâncias”. Ou seja, ele não é o
que parece ser, mas o que lhe impõem as circunstâncias. É pura arrogância e
ignorância, quem diz: “eu sou o dono do meu próprio nariz”. Não é
verdade, somos sempre conscientemente, ou não, enredados por normas ou
circunstâncias que nos submetem a atitudes subjetivas alheias a nossa vontade.
Portanto, a relatividade de nossa liberdade. Por paradoxal que seja, a
liberdade de cada um, é proporcional ao entendimento atinente a esse
conceito.
Vemos na obra: “A
República de Platão”, livro IV, a transcrição de um diálogo, interessante e
esclarecedor, sobre o tema aqui contextualizado, entre o filósofo grego
Sócrates e seu discípulo Admanto, que transcrevemos: ”Há qualquer coisa de
ridículo na expressão “senhor de si mesmo”, pois o senhor é ao mesmo tempo o
escravo e este, o senhor, já que em todos se fala de uma só pessoa. Sócrates
continua: “segundo ela, segundo creio, que na alma do mesmo homem existe algo
que é melhor e algo que é pior, e quando o que por natureza é melhor domina o
pior, diz-se que o homem “é senhor de si mesmo”, o que constitui encômio; mas
quando, por educação defeituosa ou em resultado de más companhias, o melhor
leva desvantagem e é sobrepujado pela força do pior, isto se censura como
opróbrio e diz-se do homem em tais condições que é escravo de si mesmo e um
intemperante”.
Sócrates nos
mostra claramente a relatividade das coisas, ninguém é só virtuosidade nem tão
pouco só maldade, nem sabe de tudo e é dono da verdade: “conhece a ti mesmo”,
essa frase socratiana mostra de maneira cristalina, as limitações dos nossos
conhecimentos sobre nós mesmos.
Na Bíblia,
vamos encontrar em Lucas, no capítulo 14 versículos 11, Jesus Cristo
em pregação para seus discípulos e a multidão que o acompanhava dizer:
Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si
mesmo se humilhar será exaltado. Cristo exorta a simplicidade, a não arrogância
e a soberba diante das coisas. Pois tudo é relativo.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário