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sábado, 30 de abril de 2016

A RELATIVIDADE DA AUTONOMIA PESSOAL-

Jornalista Rubens Coelho 

Como tudo na vida é relativo, a lei da relatividade existe na natureza e no mundo. Por essa ótica, diremos que o “homem é produto das circunstâncias”. Ou seja, ele não é o que parece ser, mas o que lhe impõem as circunstâncias. É pura arrogância e ignorância, quem diz: “eu sou o dono do meu próprio nariz”. Não é verdade, somos sempre conscientemente, ou não, enredados por normas ou circunstâncias que nos submetem a atitudes subjetivas alheias a nossa vontade. Portanto, a relatividade de nossa liberdade. Por paradoxal que seja, a liberdade de cada um, é proporcional ao entendimento atinente a esse conceito.

Vemos na obra: “A República de Platão”, livro IV, a transcrição de um diálogo, interessante e esclarecedor, sobre o tema aqui contextualizado, entre o filósofo grego Sócrates e seu discípulo Admanto, que transcrevemos: ”Há qualquer coisa de ridículo na expressão “senhor de si mesmo”, pois o senhor é ao mesmo tempo o escravo e este, o senhor, já que em todos se fala de uma só pessoa. Sócrates continua: “segundo ela, segundo creio, que na alma do mesmo homem existe algo que é melhor e algo que é pior, e quando o que por natureza é melhor domina o pior, diz-se que o homem “é senhor de si mesmo”, o que constitui encômio; mas quando, por educação defeituosa ou em resultado de más companhias, o melhor leva desvantagem e é sobrepujado pela força do pior, isto se censura como opróbrio e diz-se do homem em tais condições que é escravo de si mesmo e um intemperante”.

Sócrates nos mostra claramente a relatividade das coisas, ninguém é só virtuosidade nem tão pouco só maldade, nem sabe de tudo e é dono da verdade: “conhece a ti mesmo”, essa frase socratiana mostra de maneira cristalina, as limitações dos nossos conhecimentos sobre nós mesmos.

Na Bíblia, vamos encontrar em Lucas, no capítulo 14 versículos 11, Jesus Cristo em pregação para seus discípulos e a multidão que o acompanhava dizer: Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Cristo exorta a simplicidade, a não arrogância e a soberba diante das coisas. Pois tudo é relativo.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso.

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