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quarta-feira, 13 de julho de 2016

GENTE DAS RUAS DE POMBAL DÉCADA DE 1970

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Seu Inácio era fabricante de fogos de artifícios, traques, cobrinha, chuviscos e outros artefatos do gênero, entre estes uma pedra, dessas arredondas que encontramos nos areais do rio Piancó, que envolto em pólvora era jogado no calçamento, e esta saia quicando explodindo rua abaixo). O artefato não era seguro: crianças mais afoitas seguravam uma em cada mão e batia uma contra a outra, causando acidentes, mas, por ser perigoso era um desafio para nos moleques. Face ao perigo ele parou de fabrica-las, mas ai a molecada já sabia fazer e confeccionava as suas próprias “pedras que explodiam”, para desespero dos pais e do delgado que tinha a missão de apreendê-las.


Seu Inácio Fogueteiro

Seu Inácio também fabricava Caixões de Defunto. O prédio onde seu Inácio confeccionava comercializava os caixões era de frente ao açougue, e bastante deteriorado, de forma que certa vez correu uma chuva muito grande que danificou vários caixões, que foram colocados para secar do lado de fora da loja.

Passando local, Mané Doido se sensibilizou com o desespero de Seu Inácio e falou o seguinte:

“Seu Inácio, leve esses caixões para feira do sábado que o senhor vende tudinho!”

Para fabricar as urnas seu Inácio recolhia engradados de madeiras nas ruas que reciclavam e confeccionava os seus produtos.

Certa vez uma senhora comprou um caixão, para sepultar seu pai, chegando em casa, ao abri-lo observou que no fundo estava escrito: Pitu: Mania de ser Brasileiro

A senhora voltou e devolveu a urna.

Texto de apoio: Paulo Sergio.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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