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sexta-feira, 30 de junho de 2017

CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA SERTANEJA DOS PRIMÓRDIOS DA COLONIZAÇÃO ATÉ O ANO DE 1850

Rita de Cássia Rocha (1)
José Romero Araújo Cardoso (2)

          Em um período de 150 anos, a economia sertaneja esteve organizada de forma simples e tradicional, esboçando, em essência, à exceção da pecuária, voltada para o abastecimento de área destacada quanto à importância econômica, direcionada à subsistência, caso da produção de farinha e goma e de aguardente e rapadura, com escasso excedente voltado à comercialização ou, no caso da aguardente, o que não era consumido na própria região tinha sua utilidade implementada como moeda de troca por escravos no continente africano. Assim, a economia sertaneja destacou as seguintes atividades:


Pecuária

Depois de encerradaa sangrenta guerra travada entre indígenas do interior nordestino e colonizadores, a qual durou 10 anos (1687 – 1697), a região semiáridankrdestina passou a integrar a esfera econômica definida pelos lusitanos a partir da importância atribuída à pecuária, fundamentada na necessidade de prover o litoral açucareiro de carne, pois havia impedimento do criatório próximo aos canaviais.
          Fazendas de gado foram instaladas na região, tendo como pólo irradiador Salvador e Olinda. Cascos das boiadas começaram então a marcar o surgimento do que Capistrano de Abreu denominou-ade Civilização do Couro (2006), enquanto Benedito Vasconcelos Mendes (2009) entendeu-a como Civilização da Seca.
          Principal curso d´água cruzando o sertão nordestino, o São Francisco ficou conhecido como “rio dos currais”, atestando a importância deste para a pecuária estabelecida enquanto motivo econômico da colonização da hinterlândia. (http://cbhsaofrancisco.org.br/a-descoberta-do-rio-sao-francisco/)
          Observando a configuração territorial do Estado do Piauí notamos que a pecuária teve expressiva participação na conquista dos sertões do Meio Norte, pois essa unidade da federação foi ocupada do interior para o litoral, atribuindo-se destaque ao Rio Parnaíba como zona de engorda dos animais.
         Acordo estabelecido com o Estado do Ceará garantiu ao Piauí acesso ao mar, pois este não dispunha de nenhuma área litorânea que viabilizasse o escoamento da produção por via marítima.
         Quando da gênese do processo de formação sócio-econômico-espacial sertanejo conforme os padrões ditados pelos europeus, o couro não teveaproveitamento econômico no mercado externo, tendo em vista que a Revolução Industrial só teve início a partir de 1750, na Inglaterra.
           Este produto obtido através da atividade pecuária passou a ser usado para confeccionar coisas úteis para o dia-a-dia do sertanejo, estabelecendo parâmetro cultural que perdura aos dias atuais. 
           Oficinas de carne de charque, ou carne do Ceará, proliferaram de forma extraordinária, sobretudo no litoral setentrional, caracterizado pelo clima semiárido, domínio do bioma caatingueiro, bem como pela presença de salinas que viabilizaram a conservação do produto, verdadeira revolução na economia local, tendo em vista inúmeros desafios enfrentados para que o gado, antes conduzido vivo para abate no litoral oriental, chegasse emboas condiçõesaos lugares de consumo proeminente.
Com relação à importância da pecuária e de outras economias articuladas para o processo de colonização sertaneja, Menezes (1995, P. 37) destaca que:
“As terras necessárias à criação do gado foram as grandes vias colonizadoras do Nordeste. Enquanto estas amplas e livres pastagens davam origem a sistema de vida diverso, nucleado em torno dos “currais”, mais distantes, nas zonas de mata e brejo se expandia a economia agrícola. Esta, na Paraíba, serviria de apoio à criação como produtora de “mantimento para a guerra do gentio brabo”
A célebre constatação de Capistrano de Abreu também registra com lúcida sabedoria a importância da atividade pecuária no contexto regional, pois:
“No regime pastoril do Ceará percebem-se facilmente duas fases: A primeira caracteriza-se pelo absentismo e obtém sesmarias para onde mandam vaqueiros com algumas sementes de gado; eles, porem, em geral baianos, não visitam suas propriedades, contentes com o embolso do preço das boiadas. Na segunda fase, os fazendeiros vão-se estabelecer em suas terras, ou porque o avultado dos interesses exija a sua presença, ou, por incitá-los ao espírito de liberdade, que, segundo o ilustre Martius, foi o propulsor do povoamento dos sertões do Norte, ao contrário do Sul, em que a ambição do lucro foi a grande alavanca”
          Diferindo do processo de organização do espaço no nordeste açucareiro, o qual preconizou a adoção do sistema de plantation, formando um tripé no qual sobressaiam a monocultura, o latifúndio e o trabalho escravo, primeiro indígena, depois negro, o sertão pecuarista firmou-se no circuito econômico traçado pelo mercantilismo lusitano, embora de forma integrada e combinada a fim de viabilizar o sucesso da empresa agroindustrial montada no litoral para produzir açúcar.
          No que tange às relações sociais, enfaticamente tendenciosas ao trabalho livre, no ensejo das quais se destacou a figura do caboclo sertanejo, fruto da miscigenação do branco com o índio, diferiu bastante da própria estrutura social arquitetada na área em que se expressava o interesse europeu no esforço de acumulação.
          Tendo em vista o caráter ultra-extensivo da atividade pecuária desenvolvida na região, com o gado criado solto e apenas separado quando das festas de apartação, quando os vaqueiros das fazendas ganhavam a caatinga a fim de recuperar e ferrar o rebanho, precursoras das vaquejadas modernas, as quais dão ênfase a diversos debates na atual conjuntura sobre maus tratos a animais.

Farinha de mandioca e goma:

           Indígenas do grupo Tapuia, primitivos povoadores do sertão nordestino, bem como diversos outros que integravam povos Pré-Cabralinos espalhados pelo atual território brasileiro, conheciam técnicas rudimentares de preparo da farinha de mandioca, as quais, aperfeiçoadas pelos colonizadores, resultaram em produtos indispensáveis para o consumo cotidiano do sertanejo, como o beiju, a tapioca e o grude, os quais, conforme Cascudo (1983), encontram-se presentes na própria história da alimentação do povo brasileiro.
Os habitantes do Brasil de hoje que os europeus encontraram, quando aqui aportaram, não utilizavam o caititu nem a prensa que compacta o produto obtido com o beneficiamento da mandioca, visando fazer escorrer a manipueira que contém acido cianídrico que pode ser letal para seres humanos e animais, caso ingerido.
           Os indígenas utilizavam o tipiti para secar a massa de mandioca, o qual, de acordo com Mendes (2009, p. 87) consiste em um saco comprido feito de palha de palmeira, que é cheio de massa e puxado pelas extremidades e, ao se estender, pressiona a massa, deixando a manipueira escorrer.
           Com relação à importância da mandioca, Pinto (s./d/., P. 02) destaca que:
“A mandioca é o produto mais popular da alimentação brasileira desde o inicio da colonização. Preparada de diferentes formas, a farinha, seu principal produto, é usada por todas as camadas da população. Presente tanto nos pratos cotidianos mais simples quanto em otros mais finos e elaborados, ocupalugar de destaque no sistema culinário nacional e regional, desempenhando em algumas regiões do pais relevante papel na construção de identidades culturais”
           As farinhadas de outrora costumavam ser eventos coletivos que mobilizavam toda comunidade em torno das casas de farinha, as quais, ainda conforme Mendes (2009, p. 88) era um tipo de agroindústria rústica, de paredes de taipa, piso de chão batido e coberta de folhas de palmeiras (carnaubeira, babaçu ou licuri).
           A produção obtida com a desmancha geralmente era consumida localmente, enquanto o excedente era comercializado nas feiras livres, razão pela qual a farinha tornou-se um dos símbolos dos circuitos econômicos inferiores, sobretudo no Nordeste Brasileiro, região onde o produto obtido com o beneficiamento da mandioca (ManihotesculentaCrantz) tornou-se sinônimo da própria identidade no que tange à alimentação da população.

A produção de mandioca no Brasil e no mundo nos dias atuais:

 Quanto à importância da mandioca no Brasil e no mundo, a Sociedade Brasileira de Mandioca destaca que:
“A mandioca é uma raiz produzida em todo território nacional e com alta adaptabilidade aos diferentes climas, propiciando a extensa incorporação aos hábitos alimentares da população. (...) O Brasil se mantém como o segundo maior produtor mundial da raiz. A Mandioca  (ManihotesculentaCrantz), da família das Euforbiáceas, é consumida por cerca de 500 milhões de pessoas no mundo. Mais de 80 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com mais de 15% da produção mundial, com cerca de 25 milhões de toneladas de raízes. (...) Planta de origem brasileira, a mandioca é uma das culturas mais difundidas no País. Quando os primeiros portugueses aqui aportaram, já encontraram o indígena cultivando e utilizando a mandioca no preparo de alimentos e bebidas. Há várias lendas indígenas sobre a origem da mandioca, (o pão da terra das comunidades indígenas e caboclas). Em todas elas, é constante a idéia de que se trata de uma dádiva divina, tal a sua importância para a sobrevivência das tribos. Desde então, durante três séculos e meio, a alimentação do Brasileiro, principalmente nas áreas em que mais se fez sentir a influencia indígena, baseava-se em grande parte na cultura e no consumo da mandioca em suas diferentes maneiras de preparo. (...)Vários fatores contribuíram para a disseminação e a propaganda da cultura da mandioca: a facilidade de cultivo, por não exigir solos muito férteis e técnicas sofisticadas, diversidade genética, grande resistência a pragas, capacidade de regeneração e de adaptação ecológica, reprodução vegetativa, elevada tolerância a períodos de estiagem e possibilidade de cultivo consorciado com outras culturas”.(http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:s4hWrao2qJsJ:www.sbmandioca.org/pagina.php%3Fid_menu_int%3D6%26id_texto_int%3D80+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br).
          Com relação à mandiocultura no mundo, a mesma fonte registra que:
“Produção mundial: 236.519 milhões de toneladas em 2010 e 250.075 milhões de toneladas em 2011 (...) Maiores produtores: Nigéria: 39,0 milhões de toneladas; Brasil: 26,1 milhões de toneladas e Tailândia: 21,9 milhões de toneladas (Fonte: FAO, IBGE -2010). Estimativa de produção Brasileira para 2012 é de 25.744.829 milhões de toneladas”.(http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:s4hWrao2qJsJ:www.sbmandioca.org/pagina.php%3Fid_menu_int%3D6%26id_texto_int%3D80+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br).
No gráfico abaixo observam-se a área cultivada com mandioca e a produção brasileira entre os anos de 2004 e 2011.

Gráfico 1: Área cultivada com mandioca e a produção no Brasil – 2004 - 2011
BRASIL
ANOS
ÁREA
(1000 ha)
Produção
(1000 t)
2004
1.755
23.927
2005
1.902
25.872
2006
1.897
26.639
2007
1.894
26.541
2008
1.889
26.703
2009
1.873
26.031
2010
1.776
24.303
2011
1.798
26.537
Fonte: IBGE, 2012.
Vale ressaltar que, com relação ao Estado da Paraíba, importante produtor nordestino de farinha e goma, Mariz (1978, p. 133 - 134) destacou a importância da mandioca, tendo frisado que:
“sendo insuficiente a importação do trigo na colônia, a mandioca havia de impor-se como sucedâneo alimentar, de obtenção fácil no próprio meio. (...) A farinha do tubérculo substituía a da gramínea. Na mistura com a carne e os caldos da boa mesa e também com o açúcar bruto da merenda dos negros. A tapioca vinha na falta do pão.”
           Quando das grandes secas, o preço do quilo da farinha chegava a patamares exorbitantes, pois a oferta ficava comprometida devido aos freqüentescataclismas climáticos.
           A situação descrita por Mariz (1978, p. 141) no que diz respeito ao processo de industrialização da farinha na Paraíba seguia a tendência regional, pois era feita quase totalmente nas velhas aparelhagens toscas, de rodas de mão, fornos ladrlhados de tijolo, gamelas e prensas de pau.
           No presente, a importância econômica da mandioca pode ser dimensionada através do que nos informa a EMBRAPA, pois:
“O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca (13,46% do total), que é cultivada em todos os continentes, tendo papel importante na alimentação humana e animal, como matéria-prima em inúmeros produtos industriais e na geração de emprego e de renda. Estima-se que na fase de produção primária e no processamento de farinha e fécula são gerados um milhão de empregos diretos, e que a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada em farinha e fécula gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600 milhões e 150 milhões de dólares”.(https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_tabcosteiros/importancia.htm)   
           Com relação à produção nacional, ressalta que:
“A produção nacional da cultura, projetada pela CONAB para 2002, será de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados produtores em 2001 destacam-se: Bahia (21,92%), Pará (21,58%), Paraná (19,99%), Rio Grande do Sul (6,86%) e Amazonas (5,06%), que respondem por 75,41% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,76% da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 11 t/ha, as demais regiões participam com 25,71% (Norte), 25,03% (Sul), 9,22% (Sudeste) e 5,28% (Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se comoprincipais consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios de 19 t/ha e 16 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. É importante também destacar o crescimento da atividade no Mato Grosso do Sul”. (https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_tabcosteiros/importancia.htm)
Rapadura

           Edificações rústicas, geralmente de palha, caracterizaram a estrutura física dos antigos engenhos sertanejos de rapadura, os quais beneficiavam a cana-de-açúcar plantada, juntamente com a mandioca, nas serras úmidas, nas várzeas que margeavam os rios intermitentes do semiárido e nos baixios. Enquanto a mandioca era plantada nos solos arenosos, a cana era agricultada nos solos aluviais.
           Com relação a essa agroindústria sertaneja, Mendes (2009. P. 92) informa- nos que:
“Os primeiros engenhos de rapadura do interior do Nordeste surgiram nas serras úmidas e nos baixios sertanejos, possuíam moendas de madeira (engenho de pau) e pertenciam ao modelo vertical. Eram movidos por animais, alguns pela roda-d´água e mais tarde (final do século XIX) pelo vapor das caldeiras e lenha. Atualmente, os engenhos de rapadura são movidos a motores a óleo diesel. Com o passar do tempo apareceram as moendas de ferro fundido, com os mancais de bronze (bronzinas) que recebiam os eixos dos cilindros. As moendas horizontais só surgiram no fim do século XIX, quando apareceram as caldeiras geradoras de vapor, que serviam de força motriz para girar as moendas. (...) Geralmente os engenhos movidos por animais eram conhecidos por bangüês. Existiam dois modelos de engenhos movidos por animais: o engenho de bolandeira e o engenho de almanjarras.”
          Dentre os Estados nordestinos produtores de rapadura, há ênfase para o Ceará, principalmente no Vale do Cariri e na Serra da Ibiapaba. Mendes (Idem, P. 93) destaca que (...) Em 1940, existiam no Ceará2.350 engenhos de rapadura e, em Pernambuco, 1.162.


           Tal fato foi evidenciado por Santos (1988, P. 58 – 59):

“No Nordeste, ainda que em condições precárias, a atividade rapadureira subsiste sobretudo nas regiões do Cariri Cearense, da Serra Geral e Chapada Diamantina, na Bahia, do Agreste e no Sertão, na Paraíba e em Pernambuco. (...) Nas regiões sertanejas desses Estados, o cultivo da cana tem se limitado a reduzidas faixas de terra vizinhas aos açudes e às margens dos rios, pois não se conta com práticas de irrigação capazes de superar as restrições climáticas locais a essa cultura. A pouca disponibilidade de matéria-prima compromete, de saída, o volume da produção de rapadura, restringindo o período de moagem (processamento industrial) a 2 ou 3 meses por ano”.
Aguardente ou cachaça:

           Utilizando a mesma matéria-prima dos engenhos de rapadura, surgiram pelo interior nordestino, inúmeras unidades agroindustriais que produziam bebida destilada da cana-de-açúcar que se tornou popularíssima no País.
A cachaça artesanal fabricada em alambiques geralmente era consumida nas próprias localidades aonde eram fabricadas, pois, segundo Mendes (2009. P. 100 – 101):
“Nas bodegas do sertão nordestino, a cachaça era acondicionada em quengas de coco-da-baía e vendida em doses, ao pé do balcão, com tira-gosto de caju, cajá ou imbu. (...) Às vezes, em um mesmo engenho se produziam cachaça e rapadura. A escolha do que produzir ficava na dependência de qual produto estava dando maior lucro naquele momento”.
A cachaça tornou-se símbolo de desajustamento, em razão das inúmeras mazelas a ela atribuída, firmando-se no circuito high society recentemente, quando campanhas publicitárias e festivais, como os realizados em Areia (Estado da Paraíba), buscaram remover estigmas associados ao consumo da bebida, sendo que muitas marcas são comercializadas em todo País e também exportada para o exterior.


A aguardente ou cachaça no Brasil dos dias de hoje:

Firmando-se entre os eventos nacionais, o Festival da Cachaça e da Rapadura, realizado anualmente, vem valorizando produtos derivados da cana-de-açúcar, pois:
“O município de Areia fica localizado na microrregião do Brejo e possui o maior número de engenhos de aguardente e rapadura da Paraíba. Segundo a prefeitura, Areia tem sua economia voltada para a produção dos produtos derivados da cana-de-açúcar, com 30 engenhos em atividade. (...) O festival Bregareia fortalece o potencial turístico e aquece a economia da cidade. "O Projeto Bregareia 2014 consiste em trazer um novo conceito em evento, onde iremos transformar o real em uma viagem dentro do mundo brega. Para tal, vamos fazer uma cenografia buscando a arte clássica misturando com o show de iluminação", afirmou o prefeito Paulo Gomes.” (http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2014/11/bregareia-2014-divulga-atracoes-e-homenageia-reginaldo-rossi-na-pb.html)

           Sobre a importância auferida pela cachaça artesanal no presente, vale a pena observar o que informa o site da Volúpia:
“No Engenho Lagoa Verde, município de Alagoa Grande-PB, nasceu a Cachaça Volúpia. O engenho está localizado a 105 km da capital João Pessoa e desde os seus primórdios utiliza um método artesanal de fabricação e plantação orgânica para garantir a pureza e a qualidade de um produto 100% natural. A Volúpia é uma tradicional cachaça paraibana que sempre pertenceu a mesma família, desde o século XIX e atravessou várias gerações sempre buscando resgatar a história, a cultura e a tradição dessa bebida genuinamente brasileira. Por isso ela prima pela qualidade e a responsabilidade. A Volúpia está em constante evolução e vem rompendo fronteiras com a produção de um produto ecologicamente correto sem medir esforços para desenvolver sua região, gerar emprego e preservar o meio ambiente”. (http://cachacavolupia.com.br/nossa-historia/)
Constata-se que acontecem mudanças extraordinárias no que diz respeito à forma de conceber a cachaça, pois modificam-se as bases do imaginário, modeladas pela propaganda, no que tange a uma bebida que granjeou status da autêntica nacionalidade brasileira, antes consumida majoritariamente por classes menos favorecidas.

BIBLIOGRAFIA CITADA OU CONSULTADA:

ABREU, J. Capistrano de.Capítulos de história colonial. Brasília:Editora do Senado Federal, 2006.

_____________________. Caminhos antigos e povoamento do Brasil. São Paulo: Editora Briguiet, 1930.

BRASIL. CBHSF. Cultura: A descoberta do Rio São Francisco. Disponível em .<http://cbhsaofrancisco.org.br/a-descoberta-do-rio-sao-francisco/>. Acesso em: 02 de abril de 2017.

BRASIL. EMBRAPA. Cultivo da Mandioca para a Região dos Tabuleiros Costeiros. Importancia Econômica. Disponível em .<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_tabcosteiros/importancia.htm>. Acesso em: 02 de abril de 2017.

BRASIL. IBGE. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Disponível em .<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/lspa/tabelas>. Acesso em: 02 de abril de 2017.

'Bregareia 2014' divulga atrações e homenageia Reginaldo Rossi na PB. Disponível em .<http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2014/11/bregareia-2014-divulga-atracoes-e-homenageia-reginaldo-rossi-na-pb.html>. Acesso em: 02 de abril de 2017.

CARDOSO, José Romero Araújo. Notas sobre a importância da cera de carnaúba. Disponível em: .<http://www.caldeiraodochico.com.br/notas-historicas-sobre-a-importancia-da-cera-de-carnauba/>. Acesso em: 15 de abril de 2017.

CARDOSO, José Romero Araújo; LOPES, Marcela Ferreira. A importância pretérita do algodão para o nordeste brasileiro.Disponível em .<http://blogdocarlossantos.com.br/a-importancia-preterita-do-algodao-para-o-nordeste-brasileiro/>. Acesso em: 15 de abril de 2017.

CARVALHO, J. B. de M. Ensaios sobre a Carnaubeira. 2. Ed. Natal: EMPARN, 1982. 369 p.il.

CASCUDO, L. da C. A Carnaúba. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 1998.71 p. (Coleção Mossoroense, Série C, v. 996).

_________________. História da Alimentação no Brasil. São Paulo: USP, 1983. 2 v.

FONÓGRAFO. Disponível em .<https://pt.wikipedia.org/wiki/Fon%C3%B3grafo>. Acesso em: 15 de abril de 2017.

 GUERRA. P. de B. A Civilização da Seca. Fortaleza: DNOCS, 1981.

MARIZ, C. Evolução econômica da Paraíba. João Pessoa: A União, 1978.

MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do Sol: O Banditismo no Nordeste do Brasil. Recife: Editora Massangana, 1985.

MENDES, B. V. Arte e cultura do sertão. Mossoró: DNOCS/BNB-ETENE, 2009. 202 p., il.

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MENEZES, Djacir. O outro Nordeste: ensaio sobre a evolução social e política do Nordeste da “civilização do couro” e suas implicações históricas nos problemas gerais. 3ª Ed. Fortaleza: UFC – Casa de José de Alencar/Programa Editorial, 1995.

NOSSA HISTÓRIA. Disponível em .<http://cachacavolupia.com.br/nossa-historia/>. Acesso em: 02 de abril de 2017. 

PINTO, Maria Dina Nogueira. MANDIOCA E FARINHADA: subsistência e tradição cultural. S./l.: S./e., S./d

PUTONI. P. A guerra dos bárbaros: povos indígenas e a colonização do sertão [do] Nordeste do Brasil. 1650 – 1720. São Paulo: HUCITEC/EDUSP, 2002. 323 p., il.

SANTOS, Madalena Herculano dos. Desarticulação/persistência da pequena produção nas economias capitalistas (Engenhos de rapadura). João Pessoa: FIPLAN, 1988.

Rita de Cássia Rocha (1) – Discente do Curso de Licenciatura em Geografia do Campus Central da UERN.

Rita de Cássia Rocha

José Romero Araújo Cardoso (2) - Geógrafo (UFPB). Escritor. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UERN). Membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM).

Prof. Msc. José Romero Araújo Cardoso (UERN/FAFIC/DGE - ICOP/SBEC/ASCRIM)


 Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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