Rita de Cássia Rocha (1)
José Romero Araújo Cardoso (2)
Em um período de
150 anos, a economia sertaneja esteve organizada de forma simples e
tradicional, esboçando, em essência, à exceção da pecuária, voltada para o
abastecimento de área destacada quanto à importância econômica, direcionada à
subsistência, caso da produção de farinha e goma e de aguardente e rapadura,
com escasso excedente voltado à comercialização ou, no caso da aguardente, o
que não era consumido na própria região tinha sua utilidade implementada como
moeda de troca por escravos no continente africano. Assim, a economia sertaneja
destacou as seguintes atividades:
Pecuária
Depois de encerradaa sangrenta guerra travada entre indígenas do
interior nordestino e colonizadores, a qual durou 10 anos (1687 – 1697), a
região semiáridankrdestina passou a integrar a esfera econômica definida pelos
lusitanos a partir da importância atribuída à pecuária, fundamentada na
necessidade de prover o litoral açucareiro de carne, pois havia impedimento do
criatório próximo aos canaviais.
Fazendas de gado
foram instaladas na região, tendo como pólo irradiador Salvador e Olinda.
Cascos das boiadas começaram então a marcar o surgimento do que Capistrano de
Abreu denominou-ade Civilização do Couro (2006), enquanto Benedito Vasconcelos
Mendes (2009) entendeu-a como Civilização da Seca.
Principal curso
d´água cruzando o sertão nordestino, o São Francisco ficou conhecido como “rio
dos currais”, atestando a importância deste para a pecuária estabelecida
enquanto motivo econômico da colonização da hinterlândia. (http://cbhsaofrancisco.org.br/a-descoberta-do-rio-sao-francisco/)
Observando a
configuração territorial do Estado do Piauí notamos que a pecuária teve
expressiva participação na conquista dos sertões do Meio Norte, pois essa
unidade da federação foi ocupada do interior para o litoral, atribuindo-se
destaque ao Rio Parnaíba como zona de engorda dos animais.
Acordo estabelecido com
o Estado do Ceará garantiu ao Piauí acesso ao mar, pois este não dispunha de
nenhuma área litorânea que viabilizasse o escoamento da produção por via
marítima.
Quando da gênese do
processo de formação sócio-econômico-espacial sertanejo conforme os padrões
ditados pelos europeus, o couro não teveaproveitamento econômico no mercado
externo, tendo em vista que a Revolução Industrial só teve início a partir de
1750, na Inglaterra.
Este
produto obtido através da atividade pecuária passou a ser usado para
confeccionar coisas úteis para o dia-a-dia do sertanejo, estabelecendo
parâmetro cultural que perdura aos dias atuais.
Oficinas de
carne de charque, ou carne do Ceará, proliferaram de forma extraordinária,
sobretudo no litoral setentrional, caracterizado pelo clima semiárido, domínio
do bioma caatingueiro, bem como pela presença de salinas que viabilizaram a
conservação do produto, verdadeira revolução na economia local, tendo em vista
inúmeros desafios enfrentados para que o gado, antes conduzido vivo para abate
no litoral oriental, chegasse emboas condiçõesaos lugares de consumo
proeminente.
Com relação à importância da pecuária e de outras economias articuladas
para o processo de colonização sertaneja, Menezes (1995, P. 37) destaca que:
“As terras necessárias à criação do gado foram as grandes vias
colonizadoras do Nordeste. Enquanto estas amplas e livres pastagens davam
origem a sistema de vida diverso, nucleado em torno dos “currais”, mais
distantes, nas zonas de mata e brejo se expandia a economia agrícola. Esta, na
Paraíba, serviria de apoio à criação como produtora de “mantimento para a
guerra do gentio brabo”
A célebre constatação de Capistrano de Abreu também registra com lúcida
sabedoria a importância da atividade pecuária no contexto regional, pois:
“No regime pastoril do Ceará percebem-se facilmente duas fases: A
primeira caracteriza-se pelo absentismo e obtém sesmarias para onde mandam
vaqueiros com algumas sementes de gado; eles, porem, em geral baianos, não
visitam suas propriedades, contentes com o embolso do preço das boiadas. Na
segunda fase, os fazendeiros vão-se estabelecer em suas terras, ou porque o
avultado dos interesses exija a sua presença, ou, por incitá-los ao espírito de
liberdade, que, segundo o ilustre Martius, foi o propulsor do povoamento dos
sertões do Norte, ao contrário do Sul, em que a ambição do lucro foi a grande
alavanca”
Diferindo do
processo de organização do espaço no nordeste açucareiro, o qual preconizou a
adoção do sistema de plantation, formando um tripé no qual sobressaiam a
monocultura, o latifúndio e o trabalho escravo, primeiro indígena, depois
negro, o sertão pecuarista firmou-se no circuito econômico traçado pelo
mercantilismo lusitano, embora de forma integrada e combinada a fim de
viabilizar o sucesso da empresa agroindustrial montada no litoral para produzir
açúcar.
No que tange às
relações sociais, enfaticamente tendenciosas ao trabalho livre, no ensejo das
quais se destacou a figura do caboclo sertanejo, fruto da miscigenação do
branco com o índio, diferiu bastante da própria estrutura social arquitetada na
área em que se expressava o interesse europeu no esforço de acumulação.
Tendo em vista o
caráter ultra-extensivo da atividade pecuária desenvolvida na região, com o
gado criado solto e apenas separado quando das festas de apartação, quando os
vaqueiros das fazendas ganhavam a caatinga a fim de recuperar e ferrar o
rebanho, precursoras das vaquejadas modernas, as quais dão ênfase a diversos
debates na atual conjuntura sobre maus tratos a animais.
Farinha de mandioca e goma:
Indígenas
do grupo Tapuia, primitivos povoadores do sertão nordestino, bem como diversos
outros que integravam povos Pré-Cabralinos espalhados pelo atual território brasileiro,
conheciam técnicas rudimentares de preparo da farinha de mandioca, as quais,
aperfeiçoadas pelos colonizadores, resultaram em produtos indispensáveis para o
consumo cotidiano do sertanejo, como o beiju, a tapioca e o grude, os quais,
conforme Cascudo (1983), encontram-se presentes na própria história da
alimentação do povo brasileiro.
Os habitantes do Brasil de hoje que os europeus encontraram, quando aqui
aportaram, não utilizavam o caititu nem a prensa que compacta o produto obtido
com o beneficiamento da mandioca, visando fazer escorrer a manipueira que
contém acido cianídrico que pode ser letal para seres humanos e animais, caso
ingerido.
Os
indígenas utilizavam o tipiti para secar a massa de mandioca, o qual, de acordo
com Mendes (2009, p. 87) consiste em um saco comprido feito de palha de
palmeira, que é cheio de massa e puxado pelas extremidades e, ao se estender,
pressiona a massa, deixando a manipueira escorrer.
Com relação
à importância da mandioca, Pinto (s./d/., P. 02) destaca que:
“A mandioca é o produto mais popular da alimentação brasileira desde o
inicio da colonização. Preparada de diferentes formas, a farinha, seu principal
produto, é usada por todas as camadas da população. Presente tanto nos pratos
cotidianos mais simples quanto em otros mais finos e elaborados, ocupalugar de
destaque no sistema culinário nacional e regional, desempenhando em algumas
regiões do pais relevante papel na construção de identidades culturais”
As
farinhadas de outrora costumavam ser eventos coletivos que mobilizavam toda
comunidade em torno das casas de farinha, as quais, ainda conforme Mendes
(2009, p. 88) era um tipo de agroindústria rústica, de paredes de
taipa, piso de chão batido e coberta de folhas de palmeiras (carnaubeira,
babaçu ou licuri).
A produção
obtida com a desmancha geralmente era consumida localmente, enquanto o
excedente era comercializado nas feiras livres, razão pela qual a farinha
tornou-se um dos símbolos dos circuitos econômicos inferiores, sobretudo no
Nordeste Brasileiro, região onde o produto obtido com o beneficiamento da mandioca
(ManihotesculentaCrantz) tornou-se sinônimo da própria identidade no que tange
à alimentação da população.
A produção de mandioca no Brasil e no mundo nos dias atuais:
Quanto à importância da mandioca no Brasil e no mundo, a Sociedade
Brasileira de Mandioca destaca que:
“A mandioca é uma raiz produzida em todo território nacional e com alta
adaptabilidade aos diferentes climas, propiciando a extensa incorporação aos
hábitos alimentares da população. (...) O Brasil se mantém como o segundo maior
produtor mundial da raiz. A Mandioca (ManihotesculentaCrantz), da família
das Euforbiáceas, é consumida por cerca de 500 milhões de pessoas no mundo.
Mais de 80 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com mais de
15% da produção mundial, com cerca de 25 milhões de toneladas de raízes. (...)
Planta de origem brasileira, a mandioca é uma das culturas mais difundidas no
País. Quando os primeiros portugueses aqui aportaram, já encontraram o indígena
cultivando e utilizando a mandioca no preparo de alimentos e bebidas. Há várias
lendas indígenas sobre a origem da mandioca, (o pão da terra das comunidades
indígenas e caboclas). Em todas elas, é constante a idéia de que se trata de
uma dádiva divina, tal a sua importância para a sobrevivência das tribos. Desde
então, durante três séculos e meio, a alimentação do Brasileiro, principalmente
nas áreas em que mais se fez sentir a influencia indígena, baseava-se em grande
parte na cultura e no consumo da mandioca em suas diferentes maneiras de
preparo. (...)Vários fatores contribuíram para a disseminação e a propaganda da
cultura da mandioca: a facilidade de cultivo, por não exigir solos muito
férteis e técnicas sofisticadas, diversidade genética, grande resistência a
pragas, capacidade de regeneração e de adaptação ecológica, reprodução
vegetativa, elevada tolerância a períodos de estiagem e possibilidade de
cultivo consorciado com outras culturas”.(http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:s4hWrao2qJsJ:www.sbmandioca.org/pagina.php%3Fid_menu_int%3D6%26id_texto_int%3D80+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br).
Com relação à mandiocultura no mundo, a mesma fonte registra que:
“Produção mundial: 236.519 milhões de toneladas em 2010 e 250.075
milhões de toneladas em 2011 (...) Maiores produtores: Nigéria: 39,0 milhões de
toneladas; Brasil: 26,1 milhões de toneladas e Tailândia: 21,9 milhões de
toneladas (Fonte: FAO, IBGE -2010). Estimativa de produção Brasileira para 2012
é de 25.744.829 milhões de toneladas”.(http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:s4hWrao2qJsJ:www.sbmandioca.org/pagina.php%3Fid_menu_int%3D6%26id_texto_int%3D80+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br).
No gráfico abaixo observam-se a área
cultivada com mandioca e a produção brasileira entre os anos de 2004 e 2011.
Gráfico 1: Área cultivada com
mandioca e a produção no Brasil – 2004 - 2011
BRASIL
|
||
ANOS
|
ÁREA
(1000 ha)
|
Produção
(1000 t)
|
2004
|
1.755
|
23.927
|
2005
|
1.902
|
25.872
|
2006
|
1.897
|
26.639
|
2007
|
1.894
|
26.541
|
2008
|
1.889
|
26.703
|
2009
|
1.873
|
26.031
|
2010
|
1.776
|
24.303
|
2011
|
1.798
|
26.537
|
Fonte: IBGE, 2012.
Vale ressaltar que, com relação ao Estado da Paraíba, importante
produtor nordestino de farinha e goma, Mariz (1978, p. 133 - 134) destacou a
importância da mandioca, tendo frisado que:
“sendo insuficiente a importação do trigo na colônia, a mandioca havia
de impor-se como sucedâneo alimentar, de obtenção fácil no próprio meio. (...)
A farinha do tubérculo substituía a da gramínea. Na mistura com a carne e os
caldos da boa mesa e também com o açúcar bruto da merenda dos negros. A tapioca
vinha na falta do pão.”
Quando das
grandes secas, o preço do quilo da farinha chegava a patamares exorbitantes,
pois a oferta ficava comprometida devido aos freqüentescataclismas climáticos.
A situação
descrita por Mariz (1978, p. 141) no que diz respeito ao processo de
industrialização da farinha na Paraíba seguia a tendência regional, pois era
feita quase totalmente nas velhas aparelhagens toscas, de rodas de mão,
fornos ladrlhados de tijolo, gamelas e prensas de pau.
No
presente, a importância econômica da mandioca pode ser dimensionada através do
que nos informa a EMBRAPA, pois:
“O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca
(13,46% do total), que é cultivada em todos os continentes, tendo papel
importante na alimentação humana e animal, como matéria-prima em inúmeros
produtos industriais e na geração de emprego e de renda. Estima-se que na fase
de produção primária e no processamento de farinha e fécula são gerados um
milhão de empregos diretos, e que a atividade mandioqueira proporciona receita
bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária
de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada em farinha e fécula
gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600 milhões e 150 milhões de
dólares”.(https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_tabcosteiros/importancia.htm)
Com relação
à produção nacional, ressalta que:
“A produção nacional da cultura, projetada pela CONAB para 2002, será de
22,6 milhões de toneladas de raízes, numa área plantada de 1,7 milhões de
hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados
produtores em 2001 destacam-se: Bahia (21,92%), Pará (21,58%), Paraná (19,99%),
Rio Grande do Sul (6,86%) e Amazonas (5,06%), que respondem por 75,41% da
produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,76%
da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 11 t/ha, as demais
regiões participam com 25,71% (Norte), 25,03% (Sul), 9,22% (Sudeste) e 5,28%
(Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se comoprincipais
consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios
de 19 t/ha e 16 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é para a
indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. É importante
também destacar o crescimento da atividade no Mato Grosso do Sul”. (https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/mandioca_tabcosteiros/importancia.htm)
Rapadura
Edificações
rústicas, geralmente de palha, caracterizaram a estrutura física dos antigos
engenhos sertanejos de rapadura, os quais beneficiavam a cana-de-açúcar
plantada, juntamente com a mandioca, nas serras úmidas, nas várzeas que
margeavam os rios intermitentes do semiárido e nos baixios. Enquanto a mandioca
era plantada nos solos arenosos, a cana era agricultada nos solos aluviais.
Com relação
a essa agroindústria sertaneja, Mendes (2009. P. 92) informa- nos que:
“Os primeiros engenhos de rapadura do interior do Nordeste surgiram nas
serras úmidas e nos baixios sertanejos, possuíam moendas de madeira (engenho de
pau) e pertenciam ao modelo vertical. Eram movidos por animais, alguns pela
roda-d´água e mais tarde (final do século XIX) pelo vapor das caldeiras e
lenha. Atualmente, os engenhos de rapadura são movidos a motores a óleo diesel.
Com o passar do tempo apareceram as moendas de ferro fundido, com os mancais de
bronze (bronzinas) que recebiam os eixos dos cilindros. As moendas horizontais
só surgiram no fim do século XIX, quando apareceram as caldeiras geradoras de
vapor, que serviam de força motriz para girar as moendas. (...) Geralmente os
engenhos movidos por animais eram conhecidos por bangüês. Existiam dois modelos
de engenhos movidos por animais: o engenho de bolandeira e o engenho de
almanjarras.”
Dentre os Estados
nordestinos produtores de rapadura, há ênfase para o Ceará, principalmente no
Vale do Cariri e na Serra da Ibiapaba. Mendes (Idem, P. 93) destaca que
(...) Em 1940, existiam no Ceará2.350 engenhos de rapadura e, em
Pernambuco, 1.162.
Tal fato
foi evidenciado por Santos (1988, P. 58 – 59):
“No Nordeste, ainda que em condições precárias, a atividade rapadureira
subsiste sobretudo nas regiões do Cariri Cearense, da Serra Geral e Chapada
Diamantina, na Bahia, do Agreste e no Sertão, na Paraíba e em Pernambuco. (...)
Nas regiões sertanejas desses Estados, o cultivo da cana tem se limitado a
reduzidas faixas de terra vizinhas aos açudes e às margens dos rios, pois não
se conta com práticas de irrigação capazes de superar as restrições climáticas
locais a essa cultura. A pouca disponibilidade de matéria-prima compromete, de
saída, o volume da produção de rapadura, restringindo o período de moagem
(processamento industrial) a 2 ou 3 meses por ano”.
Aguardente ou cachaça:
Utilizando
a mesma matéria-prima dos engenhos de rapadura, surgiram pelo interior
nordestino, inúmeras unidades agroindustriais que produziam bebida destilada da
cana-de-açúcar que se tornou popularíssima no País.
A cachaça artesanal fabricada em alambiques geralmente era consumida nas
próprias localidades aonde eram fabricadas, pois, segundo Mendes (2009. P. 100
– 101):
“Nas bodegas do sertão nordestino, a cachaça era acondicionada em
quengas de coco-da-baía e vendida em doses, ao pé do balcão, com tira-gosto de
caju, cajá ou imbu. (...) Às vezes, em um mesmo engenho se produziam cachaça e
rapadura. A escolha do que produzir ficava na dependência de qual produto
estava dando maior lucro naquele momento”.
A cachaça tornou-se símbolo de desajustamento, em razão das inúmeras
mazelas a ela atribuída, firmando-se no circuito high society recentemente,
quando campanhas publicitárias e festivais, como os realizados em Areia (Estado
da Paraíba), buscaram remover estigmas associados ao consumo da bebida, sendo
que muitas marcas são comercializadas em todo País e também exportada para o
exterior.
A aguardente ou cachaça no Brasil dos dias de hoje:
Firmando-se entre os eventos nacionais, o Festival da Cachaça e da
Rapadura, realizado anualmente, vem valorizando produtos derivados da
cana-de-açúcar, pois:
“O município de Areia fica localizado na microrregião do Brejo
e possui o maior número de engenhos de aguardente e rapadura da Paraíba.
Segundo a prefeitura, Areia tem sua economia voltada para a produção dos
produtos derivados da cana-de-açúcar, com 30 engenhos em atividade. (...) O
festival Bregareia fortalece o potencial turístico e aquece a economia da
cidade. "O Projeto Bregareia 2014 consiste em trazer um novo conceito em
evento, onde iremos transformar o real em uma viagem dentro do mundo brega.
Para tal, vamos fazer uma cenografia buscando a arte clássica misturando com o
show de iluminação", afirmou o prefeito Paulo Gomes.” (http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2014/11/bregareia-2014-divulga-atracoes-e-homenageia-reginaldo-rossi-na-pb.html)
Sobre a
importância auferida pela cachaça artesanal no presente, vale a pena observar o
que informa o site da Volúpia:
“No Engenho Lagoa Verde, município de Alagoa Grande-PB, nasceu a Cachaça
Volúpia. O engenho está localizado a 105 km da capital João Pessoa e desde os
seus primórdios utiliza um método artesanal de fabricação e plantação orgânica
para garantir a pureza e a qualidade de um produto 100% natural. A Volúpia é
uma tradicional cachaça paraibana que sempre pertenceu a mesma família, desde o
século XIX e atravessou várias gerações sempre buscando resgatar a história, a
cultura e a tradição dessa bebida genuinamente brasileira. Por isso ela prima
pela qualidade e a responsabilidade. A Volúpia está em constante evolução e vem
rompendo fronteiras com a produção de um produto ecologicamente correto sem
medir esforços para desenvolver sua região, gerar emprego e preservar o meio
ambiente”. (http://cachacavolupia.com.br/nossa-historia/)
Constata-se que acontecem mudanças extraordinárias no que diz respeito à
forma de conceber a cachaça, pois modificam-se as bases do imaginário,
modeladas pela propaganda, no que tange a uma bebida que granjeou status da
autêntica nacionalidade brasileira, antes consumida majoritariamente por
classes menos favorecidas.
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Rita de Cássia Rocha (1) – Discente
do Curso de Licenciatura em Geografia do Campus Central da UERN.
Rita de Cássia Rocha
José Romero Araújo Cardoso (2)
- Geógrafo (UFPB). Escritor. Professor-adjunto do Departamento de
Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial
(UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio
Ambiente (UERN). Membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), da
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e da Associação dos
Escritores Mossoroenses (ASCRIM).
Prof. Msc. José Romero Araújo
Cardoso (UERN/FAFIC/DGE - ICOP/SBEC/ASCRIM)
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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