Por Zé Ronaldo
Um dia eu
sonhei que estava
Lá no planalto central
Subia a rampa sorrindo
E descia passando mal
Meu salário ia sumindo
Reclamar era fatal.
Tinha uns
seres de gravatas
Falando em seus microfones
Alguns defendiam a mata
Outros citavam a fome
Eita cambada ingrata
E o pato ninguém assume.
Os dragões da
independência
Todos lindos e adornados
E os lobos da experiência
Olhavam os descamisados
Que seguravam sem paciência
Placas sem ver resultados.
A bandeira do
Brasil
Tremulando linda e bela
Um soldado com o seu fuzil
Nem ligava pra mazelas
De cavalo ou com canil
Atacavam as favelas.
Partidos de
todos os cantos
E coligações adversas
Roubalheira era o manto
Era osso de costela
Pensei muito no meu canto
Preservei minha panela.
Foi então que
acordei
No meio do quarto escuro
Sentei na cama e chorei
Na visão eu via um muro
Por momentos imaginei
Na criança do futuro.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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