Por Francisco
Alves Cardoso
Felizes os
mansos e humildes do coração... Assim pregava o Divino Mestre, na sua passagem
pela terra, convocando a todos os seus seguidores para a tarefa de unir a
humildade e a mansidão para salvar a humanidade.
Inquestionavelmente,
o Padre João Cartaxo Rolim cumpriu essa doutrina com perfeita exatidão. E ainda
hoje cumpre, nos seus noventa e um anos de idade, residindo na cidade de Sousa,
na mesma casa paroquial que o recebeu para ser vigário há mais de cinquenta
anos.
Nasceu João
Cartaxo, na cidade de Cajazeiras, na antiga Rua Padre Rolim, hoje Rua Amélio
Estrela Dantas Cartaxo, nº 113, no dia 23 de dezembro de 1918. Filho do casal
Amélio Estrela Dantas Cartaxo e Dona Josefa Cartaxo Rolim.
Foi ordenado
padre, na Igreja da Prainha, em Fortaleza, Estado do Ceará, no dia cinco de
dezembro de 1943, pelo Bispo Dom Antônio de Almeida Lustosa.
Até hoje
permanece na Diocese de origem, Cajazeiras. Foi Vigário em Catolé do Rocha e
depois transferido para Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, na cidade de
Sousa, onde permanece até hoje, mesmo sem exercer as funções de vigário, pela
elevada idade.
Diz sempre que
tem o dever cumprido. Foi um dos maiores construtores da grandeza de cidade de
Sousa. No campo educacional, tem como destaque maior a criação e implantação do
Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em 1958, atualmente o Colégio de maior
credibilidade na terra de Bento Freire, dirigido pela Madre Aurélia Grecy.
Implantou também a Escola Cônego João Cartaxo Rolim, destinada a cuidar da
educação dos jovens de poucas condições financeiras.
Um homem
ligado às pessoas mais carentes. Em 1962, fundou e ajudou no seu
desenvolvimento, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que teve papel
importante na melhoria de vida dos trabalhadores na agricultura do município.
Foi perseguido pelos Senhores de terra, mas não se rendeu e caminhou ao lado
dos pobres, até quando preciso foi.
Como Vigário
dos Remédios, transformou a festa da padroeira em uma das maiores da Paraíba.
Foi o evento transformado em ponto turístico do Estado, tal a dimensão que teve
durante o seu paroquiato.
Hoje, ainda em
plena lucidez, continua defendendo os seus princípios e a grandeza da sua
terra. Sempre que necessário vai ao encontro de autoridades legislativas,
executivas e judiciárias, reivindicar o que de direito para seu povo, na defesa
das teses que sempre defendeu.
Enfrentou
momentos difíceis como Vigário de Sousa, mas nunca se rendeu ao capricho dos
poderosos e dos seus perseguidores. Por conta dessa sua fortaleza, venceu todas
as batalhas que enfrentou, contra contestadores à sua maneira de trabalhar.
Diz sempre que
o ex-governador Antônio Mariz foi o grande político de Sousa, principalmente
pela luta constante em favor dos menos favorecidos.
Padre João
nunca foi um político militante, mas as teses de Mariz foram sempre as suas,
buscando o bem coletivo, o amor pelos pobres, a justiça social e a defesa dos
pequenos contra os maiorais.
Foi e continua
sendo o grande protetor das camadas mais sofridas da sua terra. Nunca teve hora
para defender os necessitados. A sua mesa foi sempre farta para os que batem à
sua porta, buscando solidariedade.
No momento que
o Padre João Cartaxo completa noventa e um anos de idade, o “Caldeirão
Político” presta homenagem especial a esse varão justo, agradecendo a ele o bem
que fez à terra sousense, invocando depoimento de Torres Pastorino: “Sua luz
deve brilhar de dentro para fora. Procure manifestar a todos a luz interior que
vibra em você, através de seus atos e de suas palavras de compreensão e de
otimismo”.
O poder do
Senhor Jesus sempre esteve presente na pessoa do Padre João Cartaxo Rolim.
Todos os que tentaram te fazer o mal receberam o sinal divino de que não
deveriam maltratar a um homem justo, trabalhador, honesto e obediente a Deus.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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