Maria Beatriz
Nascimento nasceu em Aracaju em 1942, filha de uma dona de casa e de um
pedreiro, ela teve dez irmãos. Aos sete anos, ela e sua família migraram para a
cidade do Rio de Janeiro.
Formou-se em
História, em 1971, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante sua
graduação, fez estágio no Arquivo Nacional. Após a formatura, começou a dar
aulas na rede estadual. Foi nesse período que ela iniciou sua militância negra
participando e propondo discussões sobre a temática racial no ambiente
acadêmico. Participou da Quinzena do Negro como conferencista e nela falou
sobre seus incômodos quanto ao espaço universitário falar do negro apenas como
escravo, como se as pessoas negras tivessem participado da história apenas como
mão-de-obra. Também ajudou a criar o grupo de trabalho André Rebouças. Em 1981,
terminou sua pós graduação lato sensu na Universidade Federal Fluminense.
Havia iniciado
um mestrado em comunicação social, na UFRJ, quando foi assassinada ao defender
uma amiga da violência doméstica.
Beatriz
Nascimento foi uma estudiosa sobre a temática racial, abordou em suas pesquisas
os quilombos e toda experiência de resistência dos africanos e de seus
descendentes em terras brasileiras, incluindo as religiões de matriz africana.
A voz de Beatriz dentro do mundo acadêmico representa ainda hoje um grito de
resistência, já que a universidade sempre foi um espaço excludente para pessoas
negras, especialmente mulheres.
Além da
trajetória de ativista intelectual que tanto inspira ainda hoje o Movimento
Negro e feminismo, Beatriz também escrevia poesias. Em sua obra, ela fala com
sensibilidade sobre a existência dela como mulher e negra.
Seu trabalho
mais conhecido é o filme Ori, escrito e narrado por ela. Nele ela conta sua
trajetória pessoal de mulher, negra e nordestina como uma forma de abordar a
comunidade e identidade negra. Esse filme foi dirigido pela socióloga e
cineasta, Raquel Gerber.
“A terra é o meu quilombo,
o meu espaço é o meu quilombo.
Onde eu estou,
eu estou,
quando estou eu sou”
– Beatriz Nascimento
Retirado do
documentário "O negro da senzala ao soul", Beatriz Nascimento sobre a
história contada pelo opressor branco, organização dos quilombos e repressão.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/
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