Por Verluce Ferraz
Um grupo de pessoas que compartilha minha página se
interessou pelo meu esforço de aprofundar meus estudos relativos ao
comportamento do cangaceiro Lampião e de sua companheira Maria de Déia,
sentindo a curiosidade voltar-se à questão; outro pequeno grupo, porém,
manifestou menos interesse. Esse último grupo nem suspeita que há bastante
elementos, internos e externos no Cangaço, que não carecem de adivinhação e que
podem ser submetidos a análises dentro das variadas ciências e podem revelar
aspectos bastante interessantes, ainda antes não vislumbrados. No primeiro
grupo alguns historiadores quiseram aprofundar seus estudos visitando os locais
onde ocorreram refregas entre cangaceiros e famílias dos sertões nordestinos,
outros escutaram depoimentos de alguns cangaceiros quando ainda viviam, além
daqueles que simplesmente acreditaram em pessoas que simplesmente tentavam
adivinhar o que houve dentro do cangaço. Esta minha pesquisa tem por objetivo
tornar menos obscuro o que determinou a aproximação dos cangaceiros Virgulino
Ferreira da Silva à mulher, Maria de Déia. Não vejo um problema complicado,
apresentar como simples ou fácil, tal as minhas reflexões. Adotei dois métodos
para essa investigação. Um seria examinar um caso particular, penetrando a
fundo no estilo visual do cangaceiro Lampião; outro para justificar os seus
modos de viver afastados do convívio de mulheres. Me acudiu lembrar que já
temos o grande pesquisador Frederico Pernambucano de Melo, escreveu sobre o
exótico Lampião e comparou suas vestes aos samurais, aos cavaleiros medievais;
outros colocaram o cangaceiro no mundo fantástico; ainda encontramos autores
construindo na própria imaginação uma réplica de Hobin Hood sertanejo, para o
seu próprio herói cangaceiro; estimulando seus aparelhos mentais, adotam viver
o estilo do cangaceiro. Espero que apenas essas imitações sejam apenas sonhos,
aquilo que no mundo externo se admita como casualidade, como se tudo levasse à
veneração dos cangaceiros. Por que se aplicado o método de investigação para
entender o que levou Lampião a sua atividade criminosa e depois aceitar Maria
de Déia em sua vida, foi a mesma fonte que o afastava das outras mulheres, ou
seja, o desejo de vê-la ocupar no seu espaço psíquico àquela que lhe servia às
suas fantasias: a mulher rendeira. A presença da Maria propiciou para que o
cangaceiro se dedicasse às suas atividades de costureiro, de design sem,
contudo, desnudar seu lado invertido. E Freud (objeto dos invertidos p.144, V.
VII –Sandard Brasileira ) explica em seus escritos que pessoas invertidas
imitam a aparência externa de seu lado oposto, - na aparência, nas atitudes. Neste
caso, portanto, Lampião encontrou alguém que combinasse os caracteres dos dois
sexos; existe, por assim dizer, uma conciliação entre um que aspira por um
homem eu um que aspire por uma mulher. Em suma, a presença da mulher no cangaço
trará a todos a concepção de uma transformação ao grupo cangaceiro, contudo, na
realidade isso foi tão irreal quanto o cangaceiro arrefecer seus instintos
sanguinários.
Leia mais sobre o cangaço: 'Dos mitologemas na imortalidade
do passado lampiônico...'
No momento não disponho da fonte, mas encontrei no facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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