Por Junior
Almeida
Como em todo
lugar Capoeiras tem aquele pessoal que sempre que pode, ou mesmo sem poder,
está de copo na mão fazendo uso do álcool. A terrinha tem seus
"papudinhos", que são aquelas pessoas amantes de "marvada"
cana que ultrapassam o limite do socialmente aceitável. Entre eles têm ainda os
mais "profissionais", outros menos, mais sempre tem os que não deixam
de tomar uns goles diariamente, seja pra passar o frio, pra espalhar o calor,
afogar as mágoas ou comemorar.
Na cidade existiam dois desses entusiastas da cachaça. O primeiro, mais velho, tinha, por curiosidade, incorporado ao seu sobrenome o nome de um eletrodoméstico. Era cidadão respeitado e demorava algum tempo sem beber, mas quando resolvia encher a cara, era de fazer medo até alguém chegar perto, pois gostava de umas "imbuanças" que só por Deus. Vez por outra, quando ébrio, estava puxando faca ou dando tiro a esmo.
O outro
namorado da cana, esse sim, campeão em vista do primeiro, profissional no
ofício de tomar umas, bebia pra dormir e acordava pra beber. Era o famoso
bebinho pé de balcão, que vivia a pedir a um e a outro para sustentar seu
vício. Só bebia "simidão", que é: "se me dão eu bebo". Não
era difícil encontrá-lo de cara arrebentada por ter caído depois de tanto
beber. Já tava de pescoço fino, barriga grande, pé inchado e, como se diz na
gíria etílica, perdendo o cromado, que nada mais é do que está com a pele
descascando.
Esse
profissional papudinho tinha nome de cidade, e eis que um dia pela manhã, ao
passar em frente a um bar de Capoeiras, já aperuando quem pagasse uma pra ele,
foi chamado pelo primeiro. Ele ainda não tinha tomado nada desde que acordara,
e estava tremendo necessitando de uma boa dose. Imaginando tomar uma para
calibrar os nervos, sem malícia nenhuma acompanhou o homem, que já estava pra
"lá de Bagdá" na cachaça. Foi até a mesa dele no fundo do
estabelecimento, onde já tinha algumas garrafas de cerveja vazias, assim como
latinhas de Pitu, além de um grande prato de carne e salada, o tira gosto.
O bebinho
animou-se. Chegou a se lamber, mas se assustou quando viu o homem que tinha lhe
feito o convite sacar um revólver. Assustado e sem entender o que estava
acontecendo, o papudinho só ouviu o homem falar:
-Ou você toma
uma comigo ou eu atiro em você agora!
Demostrando
muito temor (SQN) o bebinho retrucou:
-Não sou de
beber, mas diante de uma ameaça dessa, vou tomar é logo um litro.
E olhando para
o lado do dono do bar, gesticulou com a mão e disse:
-Traga!
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