Anésia Cauaçu
Ela não fazia
jus ao nome Anésia, que, em grego significa repouso. Pelo contrário.
Mulher valentona como poucas, nasceu em Jequié, Bahia no início do século
20 e foi a primeira cangaceira, 13 anos antes de Maria Bonita.
A diferença
entre elas, não está só no tempo, mas nas atitudes. A mulher de Lampião foi a
primeira a entrar no bando e Anésia criou um bando.
Lutava
capoeira com punhal, bebia cachaça temperada nas bodegas, fumava cachimbo de
barro, atirava para decepar os dedos dos inimigos numa distância de 100 metros,
galopava feito vento, dançava nos terreiros de candomblé recebendo Iansã, um
orixá guerreiro. Foi ainda a primeira mulher da região a usar calças compridas
e a montar cavalo escanchada igual a homem.
Tem mais:
conseguia se “invultar” (sumir) durante os combates se transformando em uma
pedra ou tronco de árvore. Assim, reza a lenda.
Anésia Adelaide
de Araújo entrou na vida cangaceira para vingar a morte de um parente em 1917.
Ela pertencia a uma família de agricultores e tinha vários irmãos. Todos
conhecidos pela valentia. Mas Anésia criou um grupo para combater a morte
injusta, como dizia. E essa destemida ficou conhecida como Anésia Cauaçu.
Sua fama
cresceu rápida em todo Sertão da Bahia e até a polícia temia o confronto com
ela. Nessas ocasiões, ela atirava de todo jeito até mesmo para trás acertando
em quem queria. Dava surras e tapas na cara dos homens deixando todos
assombrados.
Sua fama e
atitudes cresceram ao ponto de o então governador da Bahia mandar 240 soldados
para prender Anésia. E não adiantou. Ela passou seis anos no Cangaço com irmãos
e primos fazendo justiça ao seu modo. Bonita, branca, alta e de olhos azuis,
casou com o mascate Isaias e tiveram uma filha. Moradores de Jequié garantem
que ela existiu. Fica difícil separar o real do imaginário, atesta o professor
Domingos Ailton, que escreveu livro sobre essa vaqueira-cangaceira, mais
valente que Dadá.
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