Se você pensa
que Elizabeth Bathory ou Aileen Wuornos foram as maiores assassinas em série da
história está equivocado. A partir de agora vamos lhe apresentar a história de
uma envenenadora italiana chamada Giulia Tofana, que viveu no século XVII, e
que é considerada por muitos pesquisadores como a assassina feminina mais prolífica
da história.
As mulheres ao
longo da história tiveram pouco controle sobre suas vidas. Apesar de algumas
figuras terem se destacado ao longo dos séculos, de modo geral, as mulheres
tinham muito pouco poder financeiro, social ou político.
As filhas da
nobreza eram tratadas como propriedade por seus pais e maridos, seu casamento
era usado para intermediar negócios ou selar alianças políticas. Enquanto isso,
as mulheres de classes mais baixas estavam frequentemente presas em casamentos
abusivos e sem amor.
Embora o homem
também estivesse submetido aos mesmos ditames sociais, podemos sem sombra de
dúvida afirmar que a situação feminina neste contexto era mais delicada e
sujeita a vulnerabilidade.
Como já
citamos, as mulheres eram primeiro propriedade de seus pais e depois de seus
maridos. Em segundo lugar, porque se um marido maltratava sua esposa, abusava
dela tanto psicológica, sexual ou fisicamente, a mantinha na pobreza, a
prostituía ou a colocava em risco com gravidezes constantes, não havia divórcio
e nenhuma proteção legal.
A única
maneira de uma mulher se livrar de um casamento ruim era a viuvez. E foi
justamente essa situação que possibilitou que Giulia Tofana se tornasse
provavelmente a assassina mais prolífica da história. Temos poucas informações
confiáveis sobre essa enigmática personagem.
Nascida em
Palermo, na Itália, por volta de 1600 ou 1620, Giulia Tofana foi descrita muito
bonita, assim como sua mãe Thofania d’Adamo, que foi executada em julho de 1633
por matar o marido. Seria a mãe de Giulia vítima de abusos do marido? Porque
ela o matou? Não sabemos, mas isso pode nós dar um vislumbre das ideias e
conceitos que permeariam a mente de Giulia.
Afirma-se que
Giulia passou muito tempo em companhia de farmacêuticos, e esteve presente
quando estes elaboravam suas poções. Ela provavelmente aprendeu suas primeiras
lições com os mesmos, mas também podemos cogitar a possibilidade da maior parte
dos conhecimentos de Giulia advirem de sua mãe.
O que se sabe
é que Giulia tornou-se uma envenenadora profissional, ajudando mulheres
infelizes a obter “divórcios” precoces. Não sabemos quando ela abriu o seu
“negócio” exatamente, mas de acordo com sua confissão, isso aconteceu em 1633 e
ela logo adquiriu uma grande clientela. Enquanto a maioria das mulheres
permanecia em silêncio diante de injustiças e abusos, nem todas as mulheres
toleraram tal situação.
E Giulia
oferecia uma saída, por mais controversa que fosse. Ela concedia liberdade por
assassinato com Aqua Tofana – um veneno indetectável que matava e mata até hoje
o homem mais robusto. Sua composição exata é desconhecida, mas sabe-se que o
arsênico, a beladona e o chumbo eram componentes da mistura; ingredientes que
também eram usados nos cosméticos da época.
Dizia-se que a
mistura não tinha odor, cheiro ou sabor, o que tornava o envenenamento muito
difícil de ser detectado, tanto em vida quanto em morte. Sendo assim, era muito
fácil para uma esposa infeliz depositar a mistura na bebida ou comida do
marido. Posteriormente poder-se-ia alegar um mal súbito.
Giulia
distribuiu o seu “produto” de duas formas: disfarçado de maquiagem em pó ou
escondido em pequenos frascos exibindo imagens de Nicolau de Mira.
Giulia
praticou seu ofício furtivamente por décadas, mas precisamente entre os anos de
1633 e 1651. Ela viveu em Palermo, depois em Nápoles e finalmente em Roma.
Durante esse período, ao lado de sua filha, Girolama Spera, calcula-se que ela
teria sido responsável indiretamente pelo assassinato de mais de 600 homens.
Mas tudo veio
por água abaixo no ano de 1659, quando as atividades de Giulia acabaram sendo
descobertas, graças à indecisão de uma cliente. A mulher em questão impediu que
o marido ingerisse uma sopa envenenada. O homem desconfiado exigiu saber o porquê.
Ela então revelou todos os detalhes de sua trama, incluindo o nome de seu
fornecedor.
A revelação
logo chegou aos ouvidos das autoridades. Logo, a notícia se espalhou por todo o
país. Uma caçada humana se seguiu. Giulia teria se escondido em uma igreja
clamando santuário, mas logo os cidadãos de Roma invadiram o local a arrastando
para longe. Eram motivados pelo boato de que ela havia envenenado a água dos
rios e poços.
Giulia Tofana
confessou sob tortura, realizada pelas autoridades papais, ter matado cerca de
600 homens no período de 18 anos entre 1633 e 1651. Ela também forneceu os
nomes de seus clientes e colaboradores. O caso foi um verdadeiro escândalo na
época.
Giulia Tofana
e sua filha, juntamente com sua equipe de funcionários, foram executadas em
julho de 1659 no Campo de Fior. Alega-se que seu corpo teria sido devolvido
para a igreja que a abrigou.
Alguns dos que
ela nomeou conseguiram fugir, mas muitos foram capturados e executados. Os mais
influentes e mais ricos foram silenciosamente mortos na prisão ou se livraram
das acusações mediante suborno. Muitos fingiram ignorância sobre o veneno,
alegando que compraram pensando tratar-se de um cosmético. Os menos sortudos,
ricos ou inteligentes foram enforcados ou encerrados nas masmorras do Palazzo
Pucci.
Embora a
maioria das pessoas discordem do fato de Giulia e suas clientes usarem o
assassinato como única opção de se livrarem de companheiros abusivos e seguir
em frente, as mesmas reconhecem que suas ações criminosas tinha o intuito de
melhorar suas condições de vida. No entanto, outros vão mais além elevando
Giulia Tofana ao status de heróina e justiceira. Qual é a sua opinião sobre o
caso? Deixe nos comentários!
Este artigo
foi redigido por Fernanda da Silva Flores
A autora
permite a livre divulgação deste texto e a tradução integral ou parcial do
mesmo, sem alterações ou falsificações, para outras línguas desde que seja
citada a fonte e a autoria.
Aviso:
Este artigo
foi escrito da maneira mais isenta possível, de acordo com as informações
coletadas de nossas fontes, que estão compiladas logo abaixo. Se deseja saber
mais sobre o tema abordado aconselhamos que você pesquise mais a fundo. Não
defendemos ideologias ou posicionamentos políticos em nossos trabalhos. Somos a
favor de um trabalho ético e transparente para com os nossos leitores e
seguidores. Se deseja entrar em contato envie um e-mail para:
asrainhasmalditas@gmail.com. Você será respondido o mais breve possível.
Revisão
textual de Wesley Oliveira Lima.
Fonte:
HARVEY, Ian.
The Most Prolific Female Assassin in History. Disponível em: <https://www.thevintagenews.com/2018/10/22/giulia-tofana/>.
Acesso em: 2. out. 2019.
TILSTRA,
Elisabeth. The Deadly Elixir of Giulia Tofana. Disponível em: <https://the-line-up.com/giulia-tofana>.
Acesso em: 2. out. 2019.
Giulia Tofana
Poisoned 600 Men – Beautiful Sicilian Woman And Her Deadly Mission. Disponível
em: <http://www.ancientpages.com/2018/02/22/gulia-tofana-poisoned-600-men-beautiful-sicilian-woman-deadly-mission/>.
Acesso em: 2. out. 2019.
Extraído do blog saiba história do do professor AdinalzirLamego.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário