Por João Filho de Paula Pessoa
Na fuga da derrota em Mossoró, em 1927, Lampião e seu bando, feridos, cansados
e moralmente aniquilados, correndo por trilhas diferentes das que conheciam,
chegam à um pequeno sítio com uma humilde casinha, batem à porta e D. Maria
Liberata abre a parte superior da porta e depara-se com a visão de um bando de
cangaceiros enlouquecidos e ensanguentados, tomada pelo pavor e medo ouve de
Lampião um pedido de água e sal para lavar os ferimentos.
A amedrontada
senhora corre para atender ao pedido, sem, contudo desesperadamente tentar
esconder sua filha adolescente debaixo das cascas de feijão que tinha
debulhado, mas que não eram suficiente para cobrir toda a moça, ficando seus
pés de fora e Lampião viu.
A senhora ao retornar com água e sal Lampião percebendo
aquela agonia, tentou tranquilizá-la dizendo que só queria água e sal e que a
pessoa que se escondia em baixo das cascas podia sair sem medo, que nenhum mal
lhe aconteceria, e que suas vidas estavam garantidas.
Os cangaceiros receberam a
água e o sal, lavaram suas feridas e partiram rumo ao Ceará.
(João Filho de
Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 15/10/2019
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