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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

ESCONDE-ESCONDE COM LAMPIÃO.

Por João Filho de Paula Pessoa

Na fuga da derrota em Mossoró, em 1927, Lampião e seu bando, feridos, cansados e moralmente aniquilados, correndo por trilhas diferentes das que conheciam, chegam à um pequeno sítio com uma humilde casinha, batem à porta e D. Maria Liberata abre a parte superior da porta e depara-se com a visão de um bando de cangaceiros enlouquecidos e ensanguentados, tomada pelo pavor e medo ouve de Lampião um pedido de água e sal para lavar os ferimentos. 

A amedrontada senhora corre para atender ao pedido, sem, contudo desesperadamente tentar esconder sua filha adolescente debaixo das cascas de feijão que tinha debulhado, mas que não eram suficiente para cobrir toda a moça, ficando seus pés de fora e Lampião viu. 

A senhora ao retornar com água e sal Lampião percebendo aquela agonia, tentou tranquilizá-la dizendo que só queria água e sal e que a pessoa que se escondia em baixo das cascas podia sair sem medo, que nenhum mal lhe aconteceria, e que suas vidas estavam garantidas.

Os cangaceiros receberam a água e o sal, lavaram suas feridas e partiram rumo ao Ceará. 

(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 15/10/2019

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