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quarta-feira, 23 de junho de 2021

A FAMA DE LAMPIÃO GANHOU O MUNDO

A fama de Lampião corria o país inteiro, na imprensa de Recife, especialmente, poucos lhe ameaçavam a primazia como ocupante de espaços nobres nos jornais. A opinião pública manifestava-se em criticas frequentes á impotência das forças policiais, tendo ocorrido verdadeira comoção quando o bandido maldosamente propalou aos quatros ventos a sua intenção de atacar Rio Branco, atual cidade de Arcoverde. Era audácia demais, comentava-se no burburinho grã-fino da confeitaria Helvética no Recife. Afinal, Rio Branco não poderia ser equiparado a um vilarejo qualquer. Cabeça de trilho da Great Western of Brasil Railway, o acelerado progresso colocara a cidade logo abaixo de Caruaru e Garanhuns. A oposição política ao governador Sérgio Loreto não perdia a chance de ironizar que já sendo o bandido amplamente reconhecido como o verdadeiro governador do sertão, nada mais justo e consentâneo com o seu poder discricionário que procurasse sediar o comando em Rio Branco. Preocupado com as nefastas repercussões, Sergio Loreto vinha a público justificar-se, culpando ora a “topografia da região”, ora a incrível mobilidade do facínora. Em dia infeliz resolveu apontar como causa de todos os males a colaboração prestada aos bandidos pelos sertanejos, o que, afastados os exageros, não deixava de ser verdade. Pagou pela inabilidade política. Sem demora, o senador Manuel Borba promove solene e derramado desagravo aos irmãos sertanejos, “heroicos coestaduanos que, de vitimas, converteram-se em causadores do banditismo, pela leviandade de um governador”, segundo palavras de orador da época. O estímulo da impunidade erguia-se como efeito multiplicador em escala até então nunca vista. Mais de uma vez o governador Sérgio Loreto foi obrigado a sustar viagem de inspeção a obras no sertão porque a força pública não se sentia em condições de lhe dar suficiente garantia. Pretendendo visitar Vila Bela em fins de 1924, breca a viagem à última hora: Lampião alardeara o desejo de “fazer escolta ao colega” logo à entrada do Pajeú. Na imprensa, até o setor de propaganda foi vulnerado pela verdadeira mística que se formou em torno do nome do guerreiro. Foram comuns os anúncios como este, publicado em 28 de novembro de 1926.

Lampião tem dúvidas de ser preso, nunca duvidou e nem duvidará que a

Casa das Fazendas Bonitas sempre foi, é e será a mais barateira do Recife. Rua 1° de Março, 67.

Do livro: Guerreiros do Sol

De: Frederico Pernambucano de Mello

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