Por Epitácio de Andrade Filho
Para o escritor Deífilo Gurgel, romanceiras são as mulheres que representam dramaticamente, ou simplesmente cantam velhos romances ibéricos ou brasileiros. Em seu livro “Espaço e Tempo do Folclore Potiguar”(3ª edição), publicado em 2008, o pesquisador se refere às romanceiras de Senador Georgino Avelino como um grupo de senhoras que apresentam esses romances em forma de dramas. As informações foram passadas ao autor por Sebastião Paulino, criador da marujada.
Dona Irene e sua filha Marilu lideravam o grupo de cantoras. Em 2014, elas acompanharam o escritor Epitácio Andrade na ancoragem da abertura do FlipAUT (Festival Literário Alternativo da Praia da Pipa).
Na edição de 2012 deste festival, o grupo de cantoras de Senador Georgino Avelino fez apresentação com várias integrantes, entre elas Maria Nazaré da Silva e Maria Arlete do Nascimento.
Os dramas representados pelas romanceiras são um estilo de literatura oral do período medieval, que atravessou o oceano, e se mantem vivo nesta tradição artística singular.
Em 2019, um conjunto de pessoas fez visita às cantoras de dramas para uma roda de conversa e música. O médico Epitácio Andrade, o engenheiro e músico Orley Gurgel e o escritor Dudé Viana formavam a equipe de observação e estudo.
Dona Irene faleceu aos 99 anos (2021) em sua residência. A tradição dos dramas está sendo dada continuidade por sua filha Marilu e outras cantoras de Senador Georgino Avelino. O professor de teatro Dênis Castro, que participou da visita às romanceiras, decidiu realizar seu estudo dissertativo no mestrado em educação (UFRN) sobre essa importante expressão do patrimônio histórico-artístico e cultural potiguar.
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