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quarta-feira, 20 de março de 2024

𝑭𝑨𝒁𝑬𝑵𝑫𝑨 𝑿𝑰𝑸𝑼𝑬 𝑿𝑰𝑸𝑼𝑬

Jaozin Jaaozinn

Fotografia de uma pequena força volante pernambucana na fazenda Saco da Roça, de Serra Talhada/PE, década de 1920. Dentre os volantes, se encontra o rastejador Antônio Joaquim dos Santos, o afamado Batoque (último da primeira fileira à direita).

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No dia 14 de novembro de 1925, na região de Pernambuco, Lampião e mais 15 bandoleiros de seu grupo se encontravam na Fazenda Xique Xique (pertencente ao pai de Isaías Vieira dos Santos, o cangaceiro Zabelê). Por se acharem seguros e confiantes que nenhuma força estivesse em seu encalço, acabaram por descansar, despreocupadamente, pelo local.

Tinham acabado de comer o que fora entregue pelo coiteiro Isaías Vieira, e se instalaram no curral (O curral respeitava a originalidade do tempo, aproveitando a Serra de Xique Xique e o paredão que proporcionava, onde apenas os outros três lados eram feitos com estacas de madeira com uma colada na outra).

Porém, no início das 15h, uma força nazarena composta por vinte homens – dentre eles os irmãos João Flor, Manoel Flor, Euclides Flor, Idelfonso Flor, João Gomes Jurubeba, David Gomes Jurubeba, o rastejador Batoque, e outros –, acabaram por chegar na casa onde os bandoleiros estavam, através dos rastros deixados pelo grupo. Vieram pela frente, o curral ficava por trás da mesma, interrogando os moradores para saberem de alguma informação de cangaceiro, não sabendo eles que estes se encontravam do outro lado da moradia.

Os moradores respondiam todas as perguntas que os nazarenos faziam, entretanto, em voz alta, quase "berrando"; e isso chamou a atenção do afamado rastejador.

Com isso, Batoque decidiu averiguar ao redor da casa, chegando até o curral e foi por lá que viu os cangaceiros darem fuga. Nesse exato momento, o afamado pernambucano dá a notícia, aos gritos, para os seus companheiros.

E avançaram dando tiros e tomando tiros. Foram divididos em três comandos: um grupo seguia com Euclides pelo lado esquerdo; outro com Manoel pelo lado direito; e curral adentro foi David Jurubeba junto com seis homens.

A maior aflição dos cangaceiros foi a hora que se amontoaram entre a cerca de varas e o paredão da serra (isso já com inúmeros feridos). Totalmente desesperados, começaram a cavar um buraco para fugir dali, onde conseguiram depois de muito tempo.

Por estarem juntos em um canto e atirando sem parar, o local se cobriu de fumaça, não tendo uma visão muito clara de seus combatentes. Nesse momento, o jovem volante Idelfonso de Souza Ferraz, o Idelfonso Flor, de 16/17 anos, acaba penetrando aquela "nuvem" cinzenta para confrontar os bandoleiros de surpresa. Por ser inexperiente no combate e sendo o seu primeiro tiroteio, é pego pela bala de Virgulino, sendo mortalmente atingido na testa.

Com o grupo já ganhando mata adentro, tendo possivelmente os cangaceiros Jurity I, Jurema (Inácio de Loiola de Medeiros Nóbrega) e Morcego como mortos e outros feridos, como Cancão, o combate já estava por fim encerrado.

Terminada a refrega, os nazarenos vêem o corpo do valente Flor, ainda segurando firmemente a sua arma e as balas que seriam destinadas para os bandidos. Esse foi o querosene que alimentou mais ainda o fogo que os Ferraz já tinham contra Lampião, até porque Idelfonso foi o primeiro da família Flor a ser morto por cangaceiros.

𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑫𝒆 𝑽𝒊𝒓𝒈𝒖𝒍𝒊𝒏𝒐 𝒂 𝑳𝒂𝒎𝒑𝒊𝒂̃𝒐 - 𝑨𝒏𝒕𝒐𝒏𝒊𝒐 𝑨𝒎𝒂𝒖𝒓𝒚 𝒆 𝑽𝒆𝒓𝒂 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂; 𝑪𝒂𝒏𝒈𝒂𝒄̧𝒐𝒍𝒐𝒈𝒊𝒂; 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑶 𝑪𝒂𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝑨𝒄𝒂𝒖𝒂̃ - 𝑴𝒂𝒓𝒊𝒍𝒐𝒖𝒓𝒅𝒆𝒔 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒂𝒛.

.𝑪𝑨𝑵𝑮𝑨𝑪̧𝑶 𝑩𝑹𝑨𝑺𝑰𝑳𝑬𝑰𝑹𝑶.

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